A Secretária

Capítulo 6/ Amanda

Ao chegar em casa evito o olhar curioso de Mel.

— Aonde você passou a noite?

Essa era ótima... ter que dar satisfação pra minha irmã mais nova só porque dividiamos aluguel. Francamente.

Ela me encarava esperando uma resposta.

 — Por aí. — Respondo ironicamente.

— Por aí?
Que droga de resposta é essa? Você poderia ter mandado uma mensagem, eu fiquei preocupada com você.

— Não sabia que você tinha virado a mamãe, mas pode deixar, a próxima vez que eu for dar pra alguém, eu te aviso.

Ela me olha boquiaberta, acho que nem ela esperava por essa resposta.

Ok, eu estava estressada. E era assim que eu reagia quando as coisas não aconteciam como eu planejava. Sigo para o banheiro, realmente aquele biquíni preto havia ficado bom em mim, o tiro, e sigo para um banho gelado.
Depois para meu quarto.

Procuro pelas minhas lentes, já que eu não lembrava aonde havia deixado meu óculos. Não lembro se foi no escritório ou na casa da Adriana.
Me deito, revejo as fotos da manhã perfeita que quase tive e já pronta pra tentar esquecer tudo o que aconteceu em tão pouco tempo, o meu celular vibra.

— "Secretária??"

Fico surpresa ao receber uma mensagem da Adriana depois do ocorrido na casa dela. Mas ok, se ela mandou mensagem é porque bem lá no fundo ela havia gostado tanto quanto eu do nosso beijo. Então não, eu não iria esquecer. Caramba, aquele jogo de correr atrás depois desapegar tava acabando comigo. Eu estava acostumada a conseguir o que eu queria facilmente. Que mulher difícil...
Demoro mais que o normal para responder. Eu precisava despertar o interesse dela e me fazer de difícil também.
Penso um pouco antes de responder.

— "Oi, Adriana". — Decido me fazer de sonsa por um momento.

— "Vem aqui em casa?"

Ainda fazendo papel de bobinha, respondo:  — "Pra que?"

— "Só vem!"

Depois de ver que não seria do seu jeito, ela manda outra mensagem.

— ":( " seguida por uma foto de uma taça de vinho rosé.

Minha vontade era sair correndo pra lá, mas opto por não responder e por não ir.

Na manhã do dia seguinte, me visto da forma mais sexy possível. Capricho na maquiagem e faço chapinha no cabelo.
Minha irmã havia saído antes, sinal que eu não teria carona por um tempo e que ela ainda estava puta comigo.

Chego atrasada no escritório, era horrível ter que ir trabalhar de transporte público. Eu já estava toda suada.

De relance vejo a porta de Adriana aberta. Ela falava no telefone, o seu tom de voz era firme, e como sempre parecia que ela estava brava. 
Ela estava toda de preto, vestida pra matar.
O cabelo solto, e os braços cruzados.
Ela percebe meu olhar e num gesto rápido desliga o telefone.

Nem tenho tempo de sentar na minha cadeira, e ela grita toda brava comigo.

— Amanda, vem aqui agora!

Posso sentir o olhar de todos ao redor prestando atenção naquela cena.

Uau. Alguém estava tensa.
Será que ela era brava na cama também?

Sinto o tesão correndo por meu corpo. Eu amava aquilo.

— Bom dia, Adriana. Desculpa pelo atraso. Em que posso ajuda-la?

— Fecha a porta!

A obedeço, enquanto ela fecha as persianas.

— Por que você não foi até a minha casa como eu te pedi?

— Tipo, estralo os dedos e ela vem até mim? — Mordo o lábio e dou um sorriso.

— É, tipo isso!

Ela empurra uma sacola pra mim.

— Acho que isso é seu. Você deixou lá em casa.

Agora vejo meu óculos e minha blusa social ali. Juro que eu nem lembrava.

— Obrigada.

Me viro pra sair quando ela me segura pelo braço com força.

— Eu não terminei de falar.

Cacete!

Ela vai até a porta e a tranca com a chave.

Não precio dizer mais nada e então ela se aproxima de mim. Eu queria beija-la novamente, mas eu amava aquela tensão entre nós. Eu queria que ela tomasse a rédea da situação.

Nosso rosto lado a lado, nossas respirações entre cortadas eram o único som presente na sala.

Quando dou por mim ela me empurra contra sua mesa. Sento nela num movimento rápido, enquanto Adriana se aproxima mais.

Suas mãos deslizam por minhas pernas, depois por minhas coxas.

A encaro por um momento. Pego sua mão direita e deslizo pra dentro da minha calcinha.

— É isso que você quer?

Beijando meu pescoço ela sussurra baixinho:  — Acho que sim.

Eu já estava toda molhada, mas aquilo não podia ser daquela forma, não ali no serviço. E se alguém descobrisse? Confesso que seria excitante pra caramba dar pra ela na sua mesa de trabalho, mas talvez outro dia.

— Você acha, é? Então quando você tiver certeza, você me avisa.

— Secretária, não faz assim...

Ela enfia com facilidade dois dedos dentro de mim. Com a outra mão puxa o meu cabelo com força.

— Se é isso que você quer, Doutora Adriana, tenta um pouquinho mais.

Tiro suas mãos de dentro de mim.

— Você não vai fazer isso, né?

— Isso o que?

— Me provocar e sair fora...

— Mas eu não fiz nada, Adriana. Ainda não.

Me aproximo, pego os seus dedos que estavam dentro de mim e coloco em minha boca. Adriana fecha os olhos quando eu os chupo com vontade.

— Realmente, o meu gosto é muito bom. Sempre me dizem isso e eu nunca acredito.

Ela abre os olhos e me encara.
— Secretária...

— De qualquer forma, obrigada por isso.

Destranco a porta e vou para minha mesa.