Capítulo 2

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Eva e Eliza foram dormir, pelo menos essa era a intenção. Eliza ficou a noite toda refletindo no que ouvira antes e não conseguia tirar da cabeça a caixa que havia guardado debaixo da cama em que estava deitada.

Demorou, mas acabou pegando no sono. Enquanto dormia, começou a sonhar com seu avô e via- o inserido no ambiente das histórias que sempre contou a ela. Em certo momento do sonho, ele se dirigia a ela e dizia: "Preciso de você, querida!". De repente ela acordou, sentiu como se alguém tivesse lhe tocado, mas não viu ninguém no quarto.

Levantou, abaixou-se e pegou a caixa. Quando puxou a caixa, veio também um papel amarelado que não estava ali antes, parecia ser muito antigo. Abriu e leu seu conteúdo:

"Aqui, sim, ou talvez não.

Os cem soldados que virão.

Suas espadas brilhando na névoa,

Causando muita dor e muita mágoa

Seus capacetes os escondem,

Da raiva daqueles que morrem

Aqui, sim, ou talvez não.

Os cem soldados que virão."

Leu e ficou surpresa, era como se já conhecesse essa rima. Olhou no relógio,viu que estava tarde e guardou a caixa novamente, tentando lembrar de onde conhecia essa rima.

No dia seguinte seu pai foi buscá-la. Guardou a caixa na bolsa. Quando foi despedir de Eva, ela disse em seu ouvido para que voltasse assim que conseguisse abrir a caixa.

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Passou o dia pensando, mas nada vinha a mente. No dia seguinte foi para a aula normalmente, e enquanto conversava com Pedro, seu melhor amigo, lembrou de um momento no passado, quando tinham 10 anos e era aniversário dele. Todas as crianças se fantasiaram. Ela foi de princesa e ele de soldado com armadura. Naquele dia os pais dela estavam viajando e quem levou-a na festa foi Tony. Quando viu os dois juntos ele pronunciou esses versos. " Aqui, sim, ou talvez não. Os cem soldados que virão."

- Pedro! Preciso da sua ajuda! - Falou Eliza quando se lembrou.

- Tudo bem. Mas não é ilegal é? - Perguntou ele rindo.

- Acho que não! - Respondeu sorrindo.

Assim que acabou a aula foram para a casa dela. Entraram em seu quarto, ela tirou a caixa e o papel de dentro da bolsa que havia guardado.

- O que é isso? - Perguntou ele apontando para a caixa.

- Minha avó me deu isso. Disse que meu avô deixou para mim e que era mágico. Leia esse papel. Você se lembra deste verso? - Disse ela entregando o papel.

- Eliza, acho que você está pirando. Não tem nada escrito aqui!

- Claro que tem!

- Parece que só você consegue ler então... - disse Pedro sem entender o que estava acontecendo.

- Então é verdade! Realmente tem magia nisto! - Disse Eliza surpresa.

Ao terminar a frase, a caixa se abriu e um símbolo de diamante apareceu entalhado na madeira. Antes não tinha nada. Surpresos, foram em direção da caixa para ver seu conteúdo. Eliza tomou a frente e abriu a caixa.

- Um diamante! - Disse ele.

- Um diamante roxo! - Completou ela.

Colocaram a caixa e o papel na mochila e foram para a casa de Eva. Quando chegaram, Eva já estava à espera deles.

- Entrem! Aposto que tenho algumas perguntas para responder.

Os dois jovens confirmaram com a cabeça. Se sentaram no sofá e ela começou a falar.

- Como vocês já devem ter percebido, a magia é algo real e isso confirma a história que já contei para Eliza. O mundo de que vim, Casaré é dividido em quatro reinados. Antes pertencia há um único rei, mas em seu leito de morte dividiu suas terras em quatro partes iguais e deixou de herança para seus quatro filhos. Cada um pensava diferente e não concordavam nas formas de governar, por isso o pai deu um pedaço das terras para cada um. Mesmo divididos, os reinos deveriam ser unidos e viver em harmonia. O rei deu a cada um deles um diamante de cor diferente representando suas terras. O príncipe Augustus recebeu um diamante Verde, o príncipe Mognu recebeu um diamante Roxo, o príncipe Sírio recebeu um diamante Vermelho e a princesa Luna um diamante Azul. No início conseguiram cumprir o prometido e viviam em paz, porém ao ver que o reino dos irmãos se desenvolviam mais, o príncipe Augustus, das terras verdes uniu um exército para tomar o poder dos demais irmãos e se tornar o rei de Casaré. Tony era o filho mais novo do príncipe Mognu e vendo que as terras de seu pai estavam comprometidas, trouxe o diamante e eu para a Terra, assim, evitando que adquirissem o simbolo do poder das terras, o diamante.

- Nossa! Então esse é o diamante que está sendo procurado? - Perguntou Pedro.

- É isso mesmo. Esta guerra já dura décadas. Os príncipes herdeiros originais já morreram, mas a guerra pelo poder completo de Casaré se estendeu pelas gerações. E pressinto que estão perto de descobrir o exato lugar onde estamos. Seu avô morreu tentando proteger nossa localização. Ele conseguiu atrasa-los, mas não durará muito tempo.

- O que vamos fazer então, vó?

- A única forma de não deixar que eles venham até aqui, é ir até eles.

- E como fazemos isto?

- A família real não desenvolve magia, mas eu vim de uma família de feiticeiros e acredito que você tenha herdado, pois seu pai herdou.

- Meu pai tem magia?

- Sim, mas ele finge que tudo isto não existe e não utiliza ela. Mas enquanto não sabemos se você tem magia, vou te dar este colar em formato de diamante. Coloquei um feitiço nele e sempre que quiser ir para algum mundo, você só precisa colocá-lo no pescoço e dizer em pensamento para onde quer ir e um portal irá se abrir.

- E quando começamos? - Perguntou Eliza.

- Posso ir também? - Perguntou Pedro.

- Fiquem calmos! Ainda não chegou a hora. Preciso de sua ajuda também Pedro, não é por acaso que está aqui. Vou treina-los primeiro. Depois vocês partirão para a guerra.

O Diamante RoxoWhere stories live. Discover now