Eva e Eliza foram dormir, pelo menos essa era a intenção. Eliza ficou a noite toda refletindo no que ouvira antes e não conseguia tirar da cabeça a caixa que havia guardado debaixo da cama em que estava deitada.
Demorou, mas acabou pegando no sono. Enquanto dormia, começou a sonhar com seu avô e via- o inserido no ambiente das histórias que sempre contou a ela. Em certo momento do sonho, ele se dirigia a ela e dizia: "Preciso de você, querida!". De repente ela acordou, sentiu como se alguém tivesse lhe tocado, mas não viu ninguém no quarto.
Levantou, abaixou-se e pegou a caixa. Quando puxou a caixa, veio também um papel amarelado que não estava ali antes, parecia ser muito antigo. Abriu e leu seu conteúdo:
"Aqui, sim, ou talvez não.
Os cem soldados que virão.
Suas espadas brilhando na névoa,
Causando muita dor e muita mágoa
Seus capacetes os escondem,
Da raiva daqueles que morrem
Aqui, sim, ou talvez não.
Os cem soldados que virão."
Leu e ficou surpresa, era como se já conhecesse essa rima. Olhou no relógio,viu que estava tarde e guardou a caixa novamente, tentando lembrar de onde conhecia essa rima.
No dia seguinte seu pai foi buscá-la. Guardou a caixa na bolsa. Quando foi despedir de Eva, ela disse em seu ouvido para que voltasse assim que conseguisse abrir a caixa.
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Passou o dia pensando, mas nada vinha a mente. No dia seguinte foi para a aula normalmente, e enquanto conversava com Pedro, seu melhor amigo, lembrou de um momento no passado, quando tinham 10 anos e era aniversário dele. Todas as crianças se fantasiaram. Ela foi de princesa e ele de soldado com armadura. Naquele dia os pais dela estavam viajando e quem levou-a na festa foi Tony. Quando viu os dois juntos ele pronunciou esses versos. " Aqui, sim, ou talvez não. Os cem soldados que virão."
- Pedro! Preciso da sua ajuda! - Falou Eliza quando se lembrou.
- Tudo bem. Mas não é ilegal é? - Perguntou ele rindo.
- Acho que não! - Respondeu sorrindo.
Assim que acabou a aula foram para a casa dela. Entraram em seu quarto, ela tirou a caixa e o papel de dentro da bolsa que havia guardado.
- O que é isso? - Perguntou ele apontando para a caixa.
- Minha avó me deu isso. Disse que meu avô deixou para mim e que era mágico. Leia esse papel. Você se lembra deste verso? - Disse ela entregando o papel.
- Eliza, acho que você está pirando. Não tem nada escrito aqui!
- Claro que tem!
- Parece que só você consegue ler então... - disse Pedro sem entender o que estava acontecendo.
- Então é verdade! Realmente tem magia nisto! - Disse Eliza surpresa.
Ao terminar a frase, a caixa se abriu e um símbolo de diamante apareceu entalhado na madeira. Antes não tinha nada. Surpresos, foram em direção da caixa para ver seu conteúdo. Eliza tomou a frente e abriu a caixa.
- Um diamante! - Disse ele.
- Um diamante roxo! - Completou ela.
Colocaram a caixa e o papel na mochila e foram para a casa de Eva. Quando chegaram, Eva já estava à espera deles.
- Entrem! Aposto que tenho algumas perguntas para responder.
Os dois jovens confirmaram com a cabeça. Se sentaram no sofá e ela começou a falar.
- Como vocês já devem ter percebido, a magia é algo real e isso confirma a história que já contei para Eliza. O mundo de que vim, Casaré é dividido em quatro reinados. Antes pertencia há um único rei, mas em seu leito de morte dividiu suas terras em quatro partes iguais e deixou de herança para seus quatro filhos. Cada um pensava diferente e não concordavam nas formas de governar, por isso o pai deu um pedaço das terras para cada um. Mesmo divididos, os reinos deveriam ser unidos e viver em harmonia. O rei deu a cada um deles um diamante de cor diferente representando suas terras. O príncipe Augustus recebeu um diamante Verde, o príncipe Mognu recebeu um diamante Roxo, o príncipe Sírio recebeu um diamante Vermelho e a princesa Luna um diamante Azul. No início conseguiram cumprir o prometido e viviam em paz, porém ao ver que o reino dos irmãos se desenvolviam mais, o príncipe Augustus, das terras verdes uniu um exército para tomar o poder dos demais irmãos e se tornar o rei de Casaré. Tony era o filho mais novo do príncipe Mognu e vendo que as terras de seu pai estavam comprometidas, trouxe o diamante e eu para a Terra, assim, evitando que adquirissem o simbolo do poder das terras, o diamante.
- Nossa! Então esse é o diamante que está sendo procurado? - Perguntou Pedro.
- É isso mesmo. Esta guerra já dura décadas. Os príncipes herdeiros originais já morreram, mas a guerra pelo poder completo de Casaré se estendeu pelas gerações. E pressinto que estão perto de descobrir o exato lugar onde estamos. Seu avô morreu tentando proteger nossa localização. Ele conseguiu atrasa-los, mas não durará muito tempo.
- O que vamos fazer então, vó?
- A única forma de não deixar que eles venham até aqui, é ir até eles.
- E como fazemos isto?
- A família real não desenvolve magia, mas eu vim de uma família de feiticeiros e acredito que você tenha herdado, pois seu pai herdou.
- Meu pai tem magia?
- Sim, mas ele finge que tudo isto não existe e não utiliza ela. Mas enquanto não sabemos se você tem magia, vou te dar este colar em formato de diamante. Coloquei um feitiço nele e sempre que quiser ir para algum mundo, você só precisa colocá-lo no pescoço e dizer em pensamento para onde quer ir e um portal irá se abrir.
- E quando começamos? - Perguntou Eliza.
- Posso ir também? - Perguntou Pedro.
- Fiquem calmos! Ainda não chegou a hora. Preciso de sua ajuda também Pedro, não é por acaso que está aqui. Vou treina-los primeiro. Depois vocês partirão para a guerra.
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O Diamante Roxo
Short StoryApós perder alguém que amava muito, Eliza faz descobertas sobre a história da sua família e consequentemente sobre ela. A herança de um diamante muito raro mudará sua vida. E se torna a esperança para dar fim a uma guerra que tem se estende por déca...