Um olhar

53 3 0
                                    

Os dias ia se passando, e numa segunda feira, Luize estava com suas amigas no pátio da escola, quando todas param para ver um garoto passando. Ele era branco? tinha olhos claros, cabelo cumprido, e isso chamou a atenção de todas as meninas, apenas Luize não notou que um garoto novo tinha acabado de passar em sua frente, suas amigas ficaram sorrindo e falam:
- Amiga você viu o garoto lindo que passou aqui?
  E nada de Luize responder, parecia que ela estava voando, então a balançaram, então ela respondeu:
- O que foi? O que foi?... o que está acontecendo?
  Suas amigas sem entender, o que Luize tinha, falaram:
- acabou de passar um Deus grego aqui, e parece que você não viu. Acho que ele é novato na escola!
Luize para fingir que estava por dentro do assunto, respondeu:
- Ah, vocês estão falando do novato que passou aqui! Eu o vi, e não achei ele bonito meninas, tem meninos mais bonitos tá!
Então Emília chega por trás dela de surpresa, e fala:
- Você quis dizer, o menino que passa na praça não é?
Ela fica vermelha de tão tímida, e respondeu:
- Ah Emília, para de brincadeira eu nem olhei na cara daquele menino...
Após falar ela senta num banco e fica pensativa, todas as suas amigas compreenderam o porquê dela não ter olhado para o garoto, e pedem para que Emília explique sobre esse menino, então Luize envergonhada sai de perto delas e vai pra sala de aula.
Certo dia ela está sentada no pátio da escola pensativa e ansiosa para largar, e do nada alguém senta ao seu lado ela sente a presença da pessoa, e sente um perfume muito cheiroso, quando ela levanta a cabeça e vira pro lado, esta ele sentado ao seu lado. Educadamente, ela olha e diz:
- Oi!
Suas amigas de longe, observando e conversando entre si, falavam que Luize tinha sorte pois todos os novatos falavam com ela. E logo o garoto a responde:
- Oi! Não querendo ser galanteador, que eu não gosto disso, mas tenho que dizer algo!
Luize muito séria responde:
- Diga!
Então o garoto, logo respondeu:
- Bom, é que de todas as meninas dessa escola, você é a mais interessante que eu vejo. Eu gostei de você!
Ela sorrir e diz:
- Muito obrigado! Engraçado você reparar em mim, já que tem tantas meninas afim de você...
- Que nada! Disse o garoto!
Luize responde:
- É verdade cara! Tá vendo aquelas meninas ali? Todas elas querem uma chance com você!
Ele dá uma gargalhada e diz:
- Tá certo se vc diz! Mas e vc?... eu tenho chance com vc?
Nesse momento ela fica parada e sem ação, não esperava isso daquele menino que nem se quer sabia o nome, ele acaricia seu rosto, e quando tenta beija - lá, ela se afasta e diz:
- Calma ae garoto! Nem seu nome eu sei, e você Já quer chance. Muita calma...
Ele diz:
- perdão! Fiquei tão encantado que nem me apresentei!... Meu nome é Marcos, tenho 15 anos, sou evangélico!
Ela bem educadamente responde:
- Olá Marcos! Meu nome é Luize, tenho 14 anos, faço 15 próximo mês.
Ele era um garoto excelente, educado, de boa família, sabia conversar e já estava se apaixonando pela Luize, mas o coração dela chamava alguém que ela, nem se quer conhecia, que apenas um olhar foi necessário para encanta - lá, quantas coisas estão escondidas num silêncio de um olhar. Luize encantava - se com as coisas simples, olhares, sorriso, flores, serenata, tudo com simplicidade e romantismo chamava sua atenção. Marcos esperando a resposta pergunta mais uma vez.
- Luize você você não me respondeu ainda! Tenho chance com você?
Luize olha nos olhos de Marcos, e com muita sinceridade no olhar e no falar responde:
- Amigo vou ser sincera com você! Não, você não tem chance comigo, alguém chegou antes de você e me cativou, roubou meu coração e me deixou sonhando, ainda não sei o que é o amor, mas sei que com ele irei descobrir. Da uma chance pra uma das minhas amigas, elas te querem!
O garoto inconformado com a resposta, responde:
- Não sei quem é esse garoto que conseguiu ganhar seu coração, só digo uma coisa! Eu não vou desistir de você!
Ouvindo ele falar isso, se afastou, e foi de encontro a suas amigas. Chegando onde elas estavam, todas ficaram olhando - a com uma olhar de " Hummm tá namorando." Então umas das meninas resolveu perguntar o que aconteceu:
- Amiga, conta! Eae você pediu pra conhecer o garoto ou ele pediu pra conhecer você?
Luize com uma cara de não ligar para nada, respondeu:
- Ah meninas, ele disse que gostou de mim, queria me conhecer, perguntou se tinha chance comigo!
Emília ouvindo ela falando, perguntou:
- Você respondeu que sim num foi?
Luize sorrir e respondeu:
- Eu disse que não, ele não tem chance comigo, eu não estou interessada nele. Ah eu disse a ele que ele tentasse com alguma de vocês, já que ele quer um relacionamento sério, o ideal seria uma de vocês e não eu!
Não acreditando no que acabaram de ouvir, suas amigas perguntam todas ao mesmo tempo:
- Você só pode tá louca!... Como é que você despreza um garoto lindo desses?
Ela olha seriamente no rosto de cada uma e responde:
- Beleza não é tudo e não influi em nada! Eu olho o interior das pessoas, o que elas têm de bom por dentro não por fora. Beleza não me importa!
Ouvindo isso, todas se calaram, apenas Emília teve coragem de falar.
- É meninas não adianta, Luize está mesmo apaixonada pelo cadeirante que vimos na praça!
Quando ela ouviu sua amiga falar isso, seus olhos encheram de lágrimas, e ela saiu disparada pra longe de suas amigas. Foi a manhã inteira em silêncio não dizia nada, parecia se reprimir, querer esconder o que muitos já sabiam, e observavam em silêncio. Naquele dia, ela ficou em outra parte da praça, lugar que só quem passasse a via e mais ninguém, nem se quer seus amigos à viram, quando o menino apareceu com sua mãe e um amigo que o ajudava, o coração de Luize acelerou. Ela olhava, disfarçadamente, e mesmo assim eles perceberam que ela o olhava, após eles passearem e dobrarem a esquina, ela partiu cedo para casa para pensar na vida. (...)
De outro lado, Julius percebia tudo, porém, tinha em mente outros objetivos. Para Julius se apaixonar no começo da adolescência era perca de tempo, ele pretendia estudar e ser o melhor da classe, ou então, o melhor da escola, para isso tinha que abdicar do seu tempo, e principalmente, das paixões da adolescência. Seu amigo que a havia percebido que àquela garota tinha olhado para o Julius, falou:
- Oh Julius, você viu aquela garota na praça, ela não tirava os olhos de você! Se apaixonou por você, heim!
Aquilo foi como uma flecha em seu coração, uma garota lhe olhar, e podendo está apaixonada por ele, era novidade, já que a única que ele gostou não era à dele. Porém, Julius respondeu:
- Não tenho tempo para me apaixonar, meu amigo, preciso estudar muito, e acho que aquela garota só me olhou por olhar mesmo, não ela não está apaixonada por mim nem eu por ela.
Seu amigo respeita a decisão de Julius, e se cala, e continuam o seu dia de aula normalmente. Enquanto a tarde ia se estendendo, Julius fazia várias e várias, coisas do seu dia à dia, só parava quando terminava tudo. Ele sempre era o primeiro, e fazia tudo correto.
Chegou um momento naquela tarde, em que ele não tinha mais o que fazer. Pegou uma folha de caderno e começou a rabiscar, parou no tempo e começou a imaginar aquele olhar; aquela menina de cabelos cacheados, que lhe observava com um jeito diferente, ela tinha um brilho diferente em seu semblante, Julius nunca viu uma garota tão linda, ele a admirava em segredo. E ao mesmo tempo em seu quarto Luize imaginava "como seria esta do lado, será que se eu fosse amiga, seria feliz? Ou se eu o namorasse?" Sim! Eu me arriscaria em ser feliz ao seu lado, ele tem um brilho diferente, nunca faria uma garota sofrer. Ambos estavam um pensando no outro, mas os dois eram orgulhosos e vergonhosos. Qual o preço de estar com alguém só por questão física ou financeira? O que fizeram com o amor? Muitas pessoas esquecem que não importa a questão física, financeira e/ou social, se existe amor, arrisque - se! Tem um pote de ouro esperando você, lá no fim do arco - íris. Após alguns minutos Luize pensou "e se eu o conhecer!" Seria uma boa idéia topar com ele e com a mulher que lhe leva a escola, e conversar com eles. Ela pensava isso o tempo todo, tentava arrumar maneiras de de esbarrar neles, como se fosse sem querer.
Os dias iam se passando, e Luize pensava cada dia mais em como conhecer aquele garoto que parecia carregar sua felicidade nas quatro rodas de sua cadeira. Do outro, Julius parou de pensar naquela garota, mesmo vendo - a todos os dias no mesmo local, colocou em sua mente que ela ia ali apenas para se distrair e não para ve-lo, e se ela o olhava era por mera curiosidade. Colocou em primeiro lugar os estudos e foi seguindo, dia após dia.
O aniversário de Luize aproximava - se, ela queria que fosse inesquecível, e que tivesse várias surpresas, e que uma das surpresas era ter aquele garoto como seu par, ou então, como convidado de sua festa para que pudesse partilhar da mesma alegria.
Certo dia, sua mãe estava organizando os preparativos da festa e viu Luize pensativa, e logo perguntou:
- Filha, você quer alguma surpresa nessa festa?
Ela sorriu para sua mãe e disse:
- Sim mãe, claro que quero!
Ela tinha esquecido que sua mãe não sabia de nada sobre o tal garoto. Enquanto isso, sua mãe planejava trazer o garoto mais bonito de sua escola para que fosse seu par... numa tarde de sexta feira Luize estava largando da escola e ia andando distraída olhando as árvores, quando do nada quase tropeça, se alguém não tivesse dito: " cuidado" quando  ela olha pra sua frente está Julius e sua mãe, essa é a primeira vez que ela bate de frente com o garoto que tanto ela admirava, logo pensou " isso foi coisa de Deus" ficou parada uns vinte minutos, na frente da cadeira de rodas olhando para Julius, não sabia se dizia, Oi ou desculpa, preferiu se desculpar.
- Desculpa estava distraída!
Julius responde:
- Tudo bem nós percebemos, fica tranquila! E sorriu pra ela...
Aquele sorriso, deixou Luize sonhando acordada, ela via estrelas, imaginava coisas de um mundo encantado. Ela se afastou e muito tímida deixou que eles fossem embora, sem se quer saber o nome de Julius e de sua mãe.
Chegou em casa sorridente? feliz da vida, sua mãe sem saber ficou observando - a, só imaginava que sua filha estava gostando de outro garoto da escola. Naquele dia Luize foi voando para a praça, nem ligou se seus amigos iam notar a felicidade, só esperou aquele garoto passar com sua mãe e ela fazer algum gesto. Quando eles vinham lá no começo da praça, ela já se esticava pra olhar, ansiosa, não sabia se seria correspondida se falasse ou se sorrisse, ficou inquieta. Quando os iam passando de frente à ela, Luize abriu um sorriso de canto à canto do rosto, e acenou para Julius, e ficou surpresa, o garoto sorriu e acenou de volta para ela. Logo sua amiga Emília perguntou:
- Como assim, você agora fala com ele?
Ela toda desconfiada, responde:
- Hoje quando vim da escola, sem querer, eu ia batendo neles. Graças a Deus o menino disse, cuidado, eu despertei, pedir desculpa e fui embora. Só isso!
- Há bom! Respondeu Emília...
Depois daquele dia Luize pensou, se Deus quiser que aquele menino e eu, sejamos alguma coisa vai acontecer. Ela imaginava um mundo onde só existia ela e ele, um mundo sem o preconceito, sem desigualdades, ela via a capacidade de amar além da estrutura física. Sua citação favorita era " o amor tudo suporta" teria uma garota de 15 anos capacidade de amar além das barreiras? E a sociedade aceitaria esse tipo de amor? Ou pensaria que era interesse em algo que nem se quer ela sabe se ele tem? O dinheiro!
Para uma sociedade hipócrita, amor se conquista através de dinheiro, fama, carro, status. E pra alguns ele nasce de gestos simples.

Será Amor?Onde histórias criam vida. Descubra agora