Capítulo 3 - Guilherme
Acordei como em um dia qualquer, havia esquecido que tinha uma reunião marcada com meu padrinho na parte da manhã. Quando vi à hora, levantei da cama correndo, já estava atrasado. Entrei no chuveiro gelado para despertar e me arrumei o mais rápido que consegui. Mais uma vez os meus pais estavam viajando e me deixaram largado aqui. Já estava tão acostumado com isso que até estranhava quando eles estavam em casa. Estava indo para cozinha quando ouvi a campainha, era o Otávio.
— Cara, já estamos atrasados. – disse ele recuperando o fôlego.
— Bom saber que não fui o único a perder a hora. – disse rindo. – Cadê o Rafael?
— Está com a mãe dele no hospital, acho que ele não poderá ir à reunião.
— O que aconteceu? Ela piorou? – perguntei preocupado. Sabia que a mãe do Rafael tinha diabetes e estava sempre precisando ir às pressas para o hospital.
— Acho que é uma consulta de rotina para medir o nível de açúcar no sangue dela, mas como o pai dele está viajando, ele não pôde deixar de ir com ela.
— Sem problemas, o meu padrinho vai entender.
— Mas acho melhor irmos logo, porque atraso o Sr. Becker não tolera muito bem. – disse já se encaminhando para a porta.
Chegamos a gravadora às 9 horas e meu padrinho havia acabado de chegar também. Ele logo nos chamou a sua sala e começou a falar empolgadamente.
— Meninos, eu tive uma ótima ideia e acho que vocês também irão gostar. Que tal se eu fizesse um reuniãozinha lá na minha casa hoje para apresentar vocês a algumas pessoas importante da gravadora?
— Parece ótimo, Sr. Becker. – disse Otávio sorrindo.
Sinceramente, eu não gostei nada daquela ideia. Teria que lidar com aquela menina e não queria ter que fazer isso tão cedo. Meu padrinho não parava de me perguntar por que eu não aparecia na casa dele há mais de uma semana, já que costumava ir lá praticamente todos os dias. Só que agora eu estava sempre dando uma desculpa, não queria falar que era por causa da filha dele que voltou. Não podia fazer isso com ele, seria grosseiro e desnecessário. Guardava toda a minha grosseria para ela. Eu não conseguia entender como duas pessoas podiam ser tão egoístas como aquela menina e a irmã dela. Apostava que se a irmã a chamasse de volta, ela iria correndo e deixaria o meu padrinho mais uma vez. Se eu não o acompanhasse, ele jantaria sozinho todas as noites.
O pior de tudo era ter que fingir que também fiquei feliz por ela ter voltado, quando na verdade, por mim ela poderia ter ficado lá para sempre. Porém, a alegria do meu padrinho era tocante, nunca o tinha visto tão feliz como no último mês. Ele estava todo emocionado por ter a filha morando novamente com ele. Eu sabia o quanto ele sentia a falta dessas meninas, ele ficava com os olhos marejados só em falar nelas. E aquela frieza das duas me enfurecia, queria eu ter um pai legal feito ele e não uma porcaria como o meu. Estava viajando no meu pensamento quando ouvi meu padrinho me chamar:
— E você, Guilherme? Concorda com a minha ideia. Você poderia reencontrar a Luana e apresentá-la ao Otávio e ao Rafael, ela não conhece absolutamente ninguém aqui.
— Claro que concordo, tio, vamos fazer isso. – respondi tentando parecer feliz e empolgado com a ideia.
— Então está combinado, vou ligar para casa e avisar que faremos uma pequena festa lá. – disse ele todo feliz.
Depois disso, começamos a falar sobre a nossa banda, mostramos a última música que compomos e conversamos sobre mais um monte de coisas. O meu padrinho foi sempre o nosso maior incentivador, nos encorajando a todo o momento e acreditando no talento da nossa banda. A nossa reunião durou umas 2 horas e foi bem proveitosa, ele nos encheu de ótimos conselhos. Depois que terminamos, Otávio se despediu, pois tinha outro compromisso e eu permaneci na sala do meu padrinho jogando conversa fora. Fui ao fundo da sala para guardar a minha guitarra, escutei uma batida na porta e a voz do meu amigo:
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Love Is (NOT) Easy - EM REVISÃO
RomanceUma pessoa que faz da sua vida um inferno também pode te levar a conhecer o paraíso? Luana e Guilherme se odiavam desde criança. Quando a Lu volta a morar no Brasil, depois de quase 7 anos estudando fora, eles pensam que só esse sentimento existirá...