Parte Final - Revelação

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Seguiram pro norte uns 150km que na prática foram 15min, na MG de Aaron. Ela era um ótima para grandes distâncias,pois usava o campo Eletromagnético para distorcer o espaço à sua frente o que gerava um campo gravitacional, que fazia com que ela "caísse" pra frente a grandes velocidades.

Por distorcer o espaço, também evitava a ventania que os motociclistas supersônicos odiavam, pois o ar envolta deles também "caía" na mesma velocidade. Era como se estivessem parados.

Chegando ao Hell'sGate, Aaron apontou seu bastão para frente e Moses viu ao lado de uma parede rochosa um trailer saíndo do módulo camuflado.

Entraram no trailer e Moses não sabia o que esperar, tudo era simples. Tinha bastante espaço, mas não havia luxo nem conforto.

Aaron o levou até o quarto da mãe que tinha uma grande janela para o parque. Mesmo sem lembrar-se da mãe, ele ficou emocionado ao vê-la sentada numa cadeira de balanço. Com o lenço na cabeça e o olhar no horizonte.

Aproximaram-se dela devagar.

Aaron deu a volta, segurou na mão dela e falou:

– Mama. Sabe quem é ele? É o seu mtoto. Miriã o achou e eu o trouxe de volta.

Moses se aproximou, pegou na outra mão da mãe instintivamente e disse:

– Mâma?

A mulher pareceu sorrir com olhos, mas os mantendo fixos. Uma pequena lágrima escorreu de um deles e ela num esforço visível finalmente disse:

Mtoto!Mtoto! – e novamente se calou, isso já foi o suficiente para que ambos os filhos se abraçassem e chorassem.

Nesse momento Moses se convenceu de toda a história que lhe fora escondida. Tinha sido tirado dos braços de sua mãe quando era um bebe e seu pai tinha sido morto na sua frente.

Agora já recomposto, precisava saber o porquê disso tudo. Precisava colocar sua família adotiva na parede.

O irmão então mostrou alguns documentos que comprovavam o parentesco entre eles e com um exame rápido da retina Moses soube que era verdade.

Ninguém sabia dizer o que havia de ligação entre Moses e os outros casos, mas sabiam que tinha a ver com a pesquisa de genética do Dr. Mugabi.

Quando o nome do médico reapareceu Moses lembrou-se que deveria estar em seu laboratório.

Rapidamente teve uma ideia, que parecia perigosa, mas que ele teria que pôr em prática. Enviou uma mensagem ao pai para encontrá-lo no laboratório.

Convenceu Aaron a leva-lo até lá, mas que ao chegarem entraria sozinho. Aaron aceitou, com a condição que Moses levasse consigo uma granada PEM, para qualquer emergência e ele o esperaria no raio de alcance para resgatá-lo se precisasse.

Parecia um bom plano.

Vida nas sombras

Chegando próximo a cerca de infravermelho Aaron deixou Moses seguir a pé. Este se identificou e logo foi recebido.

Andou por alguns metros no pátio e entrou num enorme barracão de metal.

Lá dentro foi surpreendido pelo Dr. Mugabi e pelo pai adotivo que conversavam sobre um mundo novo. Uma nova espécie e outras conversas que Moses achou xenofóbicas.

Ao enfrentar os dois, Moses ficou sabendo que o Dr. Mugabi queria usá-lo assim como outros jovens que possuíam um código genético "puro", segundo eles. E baseado nisso poderiam fazer testes para uma nova arma biológica.

Moses nem deu tempo para seu pai explicasse suas razões, pois tudo aquilo já era crime demais para ele. Usar pessoas para criar armas? Nem mesmo a ingenuidade de Moses era capaz de aguentar algo assim.

Fugiu deles e ativou o a granada PEM, que trouxera.

O pequeno blackout foi consertado em poucos minutos, mas foi tempo suficiente para que os irmãos fugissem sem deixar rastros.

Seus dados estavam na lista da segurança pessoal das corporações Mugabi e Arafat. Eles teriam que desaparecer por um tempo.

Também é fato que sem Moses a pesquisa atrasou em alguns anos, pois precisariam de um jovem da idade dele no com vigor que só a primeira infância tem. Para que pudessem testar a resistência do Humano original a todos as novas armas biológicas que poderiam ser produzidas. Os irmãos adotivos do Moses seriam os primeiros testados. Yussuf já estava tão obcecado com o seu plano de novo mundo que não se importaria em entregar todos, para os testes que eram dolorosos e cruéis.

Depois de tudo voltar ao normal o Dr. Mugabi falou:

– Não importa Yussuf, teremos que continuar assim mesmo. Acredito que em alguns anos já terei terminado o mapeamento e a partir dele será mais fácil identificar nossas raízes genéticas. Havia potencial naquele seu filho. Que pena, que ele fugiu.

* * *

Aaron e o irmão se dirigiram para o sudoeste do Quênia onde encontraram um povo que Moses só tinha ouvido falar nos seus estudos secretos de sociologia histórica, os Masai.

Todos vestidos de vermelho e com adereços nos cabelos e orelhas. Do meio deles saiu uma mulher com um capuz que escondia o rosto. Quando ela chegou perto Moses a reconheceu. Era a moça bonita do hotel.

– É bom vê-lo de novo irmão. – disse Miriã.

– É muito bom conhecê-la irmã. – respondeu Moses.

Os três se abraçaram e o povo Masai festejou o reencontro da família. Aaron deixou Moses com eles e foi em busca de sua mãe.

Desde aquele dia foram acolhidos pela comunidade seminômade dos Masai. O dia já estava terminando quando Moses se pegou olhando para o céu, coisa que já tinha feito muitas vezes. O céu poderia ser o mesmo, mas de hoje em diante ele era uma pessoa completamente diferente.

Na sua antiga família pouca coisa mudou. Yussuf retornou para o Egito com a mulher e os outros filhos. Comunicou a eles o que havia ocorrido. Eles não puderam opinar ou discordar, pois o patriarcado na casa Arafat estava cada vez mais rigoroso. Apenas se conformaram com sua nova sina.

Dois anos após o ocorrido o Dr. Mugabi anunciou oficialmente que o mapeamento genético estava completo. E infelizmente a história dos meninos inocentes permaneceu no rol das teorias da conspiração. Pelo menos um deles, Moses teve sua vida poupada e agora tinha um novo caminho pela frente, uma vida nas sombras vermelhas.

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⏰ Última atualização: May 16, 2016 ⏰

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