Christina caminhava pela sala de estar de Theodore. A pedido de Victoria ela organizava o bruto do casamento, tendo que deixar tudo conforme o pedido da noiva. Victoria sorria enquanto via algumas entregas sendo finalizadas, pacotes com copos importados chegando, assim como vinhos e provas de comidas à sua espera. Theodore, por sua vez, desceu as escadas as pressas.
-Bom dia, mãe. – Disse.
-Bom dia, Theodore. – Christina disse calmamente.
-Eu já estou indo. – Ele avisou.
-Theodore, não acha que vai sem nem ao menor provar o caviar que eu espero colocar como prato principal, não é? – Victoria soou ali.
-Eu odeio caviar. – Theodore protestou.
-Eu separo então um prato de salmão para você. – Victoria rolou os olhos.
-Obrigado pela consideração. – Disse ele entre os dentes.
-E quanto as taças? – Victoria o chamou fazendo-o rolar os olhos antes de suspirar. – De acordo? – Perguntou.
-É a primeira vez desde que começou a planejar o casamento que me faz essa pergunta, não é um pouco tarde demais pra perguntar minha opinião? – Ele disse.
-Theodore, não fale assim com sua noiva... – Christina pediu percebendo o clima tenso ali.
-Eu tenho que ir trabalhar. – Ele ratificou. – Escolha o que te agradar, Victoria. – Completou. Ela apenas sorriu. Christina, por sua vez, não podia deixar de reparar como o filho parecia abalado. Ele há muitos anos era fechado, desde que perdera a esposa, mas agora ele parecia pior, mais raivoso, mais impaciente, mais sem rumo. Isso a preocupava. Victoria, entretanto, parecia não perceber isso, ou pelo menos fingia, não ligando o mínimo na verdade. Ver sua atual situação com Jonathan a fazia temer que ela e Theodore seguissem pelo mesmo caminho, se casando sem perceber que aquilo não tinha um futuro real e bom, mas Theo nunca a ouviria, afinal, eles sempre tiveram uma relação um tanto complicada. Pensou em algo.
-Victoria, querida, eu vou até lá embaixo avisar ao porteiro que estamos esperando algumas encomendas. – Avisou.
-Querida, mande algum empregado. – Victoria riu.
-Ah, eu mesma vou, preciso de um pouco de ar fresco também. – Sorriu. Victoria deu de ombros e voltou a provar os quitutes que estavam na sua frente. Assim que ela fechou a porta atrás de si pegou seu celular em mãos e discou um número conhecido.
-Mamãe Stormfield... – Cantarolou Nicholas. – Sabe, a senhora sempre foi um pedaço de mal caminho, mas eu deixei de lado as coroas. – Brincou ele.
-Sempre tão agradável falar com você, Nick. – Ela zombou de volta antes dos dois rirem.
-O que posso fazer pela senhora? – Questionou ele.
-Sabe, eu queria que você conversasse com Theodore, ele não está bem. – Disse.
-Conversar com o Theo no meio de uma das crises existências dele? – Suspirou. – Ah, não, obrigado, eu prezo por minha vida. – Riu.
-Nicholas, por favor. – Implorou Christina. – Vocês dois são melhores amigos desde pequenos, ele escuta você e está precisando de um amigo. – Discursou.
-Não podemos usar o Matthew nesse plano? – Indagou Nicholas. – Ele sempre chora com o Matt. – Acrescentou.
-Mas você sempre soube lidar melhor com ele do que o Matt. – Christina riu.
-É, nós temos um affaire bem forte mesmo, é coisa de super-gêmeos ativar. – Riu. – Tudo bem, eu falo com ele, mas se por acaso ele me matar eu quero ser cremado, pode avisar isso a alguém que se interesse em arrumar meu enterro? – Perguntou zombeteiro.
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Behind Blue Eyes
Romansa"Finalmente consegui encarar aqueles olhos azuis opacos. Eles me fitaram com intensidade, tentando adentrar o mais profundo do meu ser. Um azul tão gélido, e cheio de ressentimento, que era possível sentir um pouco da sua dor também. O Sr. Stormfiel...