Too late to say sorry.

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Gregory acelerava seus passos, correndo em meio à multidão de alunos que lotavam o pátio do colégio agora. Estava pronto pra respeitar o espaço de Laura, mas antes disso precisava olhar nos olhos dela mais uma vez e dizer em voz alta e pessoalmente o que sentia por ela.

-Laura! – Gritou fazendo-a gelar. Ela se virou para encará-lo vindo em sua direção. Ele finalmente conseguiu chegar ali ficando frente a frente com ela, sentindo a dor de não poder fazer nada além disso.

-Greg... – Ela tentou dizer, mas ele a cortou.

-Eu sei. – Suspirou. – Você não quer fazer parte de um mundo que não te aceita. – Completou. – E tem toda a razão, assim como tem razão também ao dizer que esse mundo sempre vai me assombrar porque é a minha família independente do que aconteça. – Sussurrou. – Mas meu mundo e meus fantasmas não precisam determinar minhas escolhas e nem quem eu vou ser, muito menos quem eu vou amar. – Riu frouxo. – E eu quero que saiba que vou te deixar em paz se é o que você quer, mas antes preciso dizer que você pode ser verde, roxa, alta ou baixa, pode ser até um avatar ou um hobbit, nada disso me importa, porque o que me fez me apaixonar por você vai muito além da cor da sua pele, da sua aparência, ou de qualquer outra coisa. Eu me apaixonei por quem você é. – Sorriu. Laura não pôde deixar de se emocionar com aquilo. – Um dia eu vou provar pra você que também não importa de onde eu venha e nem qual o meu sobrenome, isso não será maior do que quem eu realmente sou. – Concluiu. – Eu te amo. – Ele terminou soltando a mão dela e caminhando em direção a sala de aula. Laura se permitiu chorar, mas logo correu em direção ao banheiro.

***

Lisa adentrou o quarto de Annabeth para acordá-la e arrumá-la para a escola. Caminhou até a cortina e a abriu deixando a luz entrar para aos poucos a menina despertar. Sorriu se aproximando dela, mas não pôde deixar de estranhar sua demora a acordar, já que Annabeth costumava esbanjar energia todas as manhãs.

-É hora da escola, mocinha... – Lisa a acariciou os cabelos, mas a menina permaneceu enrolando.

-Eu não quero ir pra escola... – Resmungou fazendo Elisabeth franzir o cenho.

-Você não pode faltar a escola, meu amor... – Disse rindo. – Está se sentindo mal? – Perguntou. Annabeth negou com a cabeça apenas, mantendo os olhos fechados. – Então temos que jogar essa preguiça para o lado e despertar. – Lisa riu fazendo cosquinha em Annabeth o que causou risos na menina também, mas quando Lisa segurou em seu braço para puxá-la para o colo ela soltou um gemido incontrolável e doloroso que fez Lisa se assustar e arregalar os olhos. – Ai meu Deus, o que houve? – Questionou enquanto a via marejar os olhos. Rapidamente correu a mão até o local novamente retirando o pano do pijama que o cobria e vendo uma mancha roxa amarelada, um hematoma. – Annabeth, o que é isso? – Seu tom de voz era mais preocupado do que queria transparecer, mas o tamanho da mancha estava realmente assustador.

-Eu caí. – Annabeth disse cobrindo novamente o braço.

-Caiu? – Lisa perguntou incrédula. – Como conseguiu ficar com um hematoma desses caindo? O que houve? – Disse desacreditando.

-Ah, eu subi no escorrega da escola depois da professora dizer que não podia e acabei caindo e me machucando, não contei pra não levar bronca... – Sua voz infantil soou ali, mas era extremamente trêmula o que fez Lisa torcer os lábios.

-Não está mentindo pra mim, não é? – Falou confusa.

-Não... – Annabeth disse sem encará-la. – Desculpa... – Completou.

-Tudo bem... – Lisa falou ainda em desconfiança, mas buscando acreditar nas palavras da menina, e em seguida a abraçou com força. – Mas me prometa que não vai mais desobedecer sua professora e também que vai tomar mais cuidado pra não se machucar assim, muito menos esconder de mim ou do seu pai um machucado, porque pode ser grave, combinado? – Ralhou.

Behind Blue EyesOnde histórias criam vida. Descubra agora