Matthew caminhava de um lado para o outro em seu apartamento. Estava tenso, nervoso, ansioso com o passo que estava prestes a dar. Não deveria, teoricamente, já que já havia feito isso antes, mas tinha planejado tudo tão minimamente perfeito, escolhendo dedo à dedo o lugar, o momento, o anel, e o que dizer, e agora se via ali, com o mesmo anel em mãos, prestes a novamente indagar a Rose se ela aceitaria ser sua mulher. Não queria de maneira alguma ser menos que perfeito, como se já soubesse naturalmente que sua resposta seria sim. Não queria cometer erros, nada que pudesse fazê-lo sentir novamente o gosto de perde-la de novo. Mais do que nunca tinha certeza de que Rose era a mulher de sua vida, a mulher com quem passaria a eternidade. Tinha pétalas de rosas espalhadas desde a porta de entrada do apartamento, taças do melhor champanhe nas mesas de cabeceira do quarto. As luzes estavam todas desligadas e somente velas iluminavam o lugar. A música do primeiro encontro deles tocava lentamente num volume baixo. Tudo parecia perfeito, mas mesmo assim ele sentia todo o medo correr em suas veias. Torcia para que tudo desse certo. Ouviu o barulho da porta e sentiu-se gelar por um segundo. Respirou fundo. Era a grande hora.
Rose adentrou o apartamento para ver tudo ali minimamente arrumado, num clima extremamente romântico. Ela sorriu. Conhecendo Matt como conhecia, sabia que deveria esperar por algo especial para a noite de hoje. Largou a bolsa em cima do sofá. Ajeitou os cabelos ruivos na frente do corpo, para em seguida alisar o vestido com as palmas das mãos. Respirou fundo, começando a caminhar na direção indicada pelas flores. Admirava cada detalhe. Haviam fotos deles dois em todas as paredes do corredor por onde ela seguia. Cada foto lhe fazia suspirar de uma maneira diferente. Relembrando cada um daqueles momentos. Quando finalmente alcançou o quarto viu Matt de joelhos com aquele anel de brilhantes em mão, aquele anel que ela conhecia bem, e se arrependia amargamente de um dia ter retirado de seu dedo. Sorriu emocionada.
-Uma vez eu te fiz essa pergunta... – Sussurrou Matthew. – Nunca pensei que teria que fazê-la novamente. - Riu frouxo junto a amada. – Mas então percebi que eu poderia refazê-la todos os dias se fosse preciso, se a resposta fosse sempre a mesma que ouvi aquela vez. – Sorriu. Rose secou uma lágrima que lhe escorreu ali. – Porque eu te amo, Rose, e nada me faria mais feliz do que ouvir um sim, então eu vou perguntar de novo, meu amor... – Umedeceu os lábios. – Rose Newman, você aceitaria se casar com esse cara aqui que é completamente louco por você? – Indagou. Rose se ajoelhou frente a ele e estendeu sua mão.
-A minha resposta pra você sempre será a mesma, Matt... – Sorriu largamente. – Sim. – Completou. Ele colocou vagarosamente o anel no dedo dela.
-Prometa que nunca mais vai tirar esse anel, só pra receber nossas alianças, tudo bem? – Brincou. Sem dizer nada ela apenas gargalhou e pulou em seus braços começando a beijá-lo intensamente.
-Eu te amo, Matt... – Disse baixinho.
-Eu te amo, Rose. – Respondeu ele.
***
Theodore corria de um lado para o outro na sala de seu apartamento, sendo perseguido por Joshua enquanto carregava Annabeth em suas costas fazendo os dois gargalharem. Greg, por sua vez ria, descontroladamente, enquanto tentava ajudar Joshua a alcançar o pai. Os móveis estavam completamente afastados de seus lugares normais, algo que Lisa logo constatou ao descer a escadaria. Ela riu, primeiro por ver Theodore tão a vontade com os filhos, segundo, por constatar a felicidade de todos eles ali enquanto brincavam, como se sempre tivesse sido assim. Ela então se sentou calmamente na escada e ficou ali, admirando-os, percebendo o quão incrível era a relação criada entre Theo e os filhos depois de todas as mudanças que haviam passado em suas vidas. Era nítido pra ela o pai maravilhoso que ele era e ela se orgulhava por ser sua esposa, por pensar que ele seria o homem que a ajudaria a criar seus filhos, um pai maravilhoso e amoroso.
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Behind Blue Eyes
Romance"Finalmente consegui encarar aqueles olhos azuis opacos. Eles me fitaram com intensidade, tentando adentrar o mais profundo do meu ser. Um azul tão gélido, e cheio de ressentimento, que era possível sentir um pouco da sua dor também. O Sr. Stormfiel...