Um amor que vem de Deus

Amiga de todas as horas

Assim que chegamos em casa, meu pai estacionou o carro na garagem, entrou pra casa e fiquei lá ainda fechando o portão.
Quando viro as costas, escuto um barulho:

- Buuu!

- Aaaaaaah! - Gritei de susto. A Nath já estava morrendo de rir da minha cara. - Ei, para de rir!

- Não... - Ela ria ainda mais sem conseguir se controlar. - Não consigo, amiga. Precisava ver sua cara de assustada.

- É né, dona Nathalia. Tá sumida, hein. Não te vejo mais. Você não manda mensagem. Estava preocupada já. - Falei já abrindo o portão pra que ela entrasse.

- Desculpa amiga. Sei que estavam todos preocupados mesmo. Mas é que eu tive alguns problemas e você me conhece...

- Quando tá assim se isola de tudo. - Falei antes que ela terminasse.

- Exatamente. - Ela disse já sentada no sofá da minha sala. - Espero que não esteja chateada comigo.

- Claro que não amiga, mas a verdade é que fiquei muito preocupada mesmo. Mas entendo que você é assim. Você se isola pra criar forças pra encarar seus próprios problemas. Só que eu quero que você entenda que pode contar comigo. Quando tiver algum problema me fale que eu tento te ajudar, a gente conversa, ora junto... Amiga é pra isso.

- Eu sei, Laura.

Dei um abraço nela e perguntei:

- Você quer me contar o que aconteceu?

- Problemas lá em casa. Meus pais estão brigando muito e andam falando em se separar. Não sei o que eu faço.

- Poxa Nath.

- Laura, você não tem noção de como estão as coisas lá. Meu pai ficou dois dias fora de casa. E sabe o que minha mãe fez?

- O quê?

- Aceitou ele de volta. Ela é muito boba e não me escuta. Ela o ama demais.

- Mas Nath, você não quer que seus pais fiquem juntos?

- Quero, mas do jeito que está não dá.

- Mas como assim?

- Meu pai tá diferente. Ele não é mais a mesma pessoa. Humilha minha mãe, não valoriza ela, não é mais o pai amoroso de antes... Laura, eu não gosto mais do meu pai. Eu odeio ele! - Nath disse chorando.

- Não fala isso, Nath. Você não odeia seu pai, mas sim as atitudes que ele tem com vocês. É como Deus, Ele não ama o pecado, mas ama o pecador. E você também deve fazer isso, amar e honrar seu pai, mostrando pra ele com amor que você não tá feliz com isso. Já tentou conversar com ele?

- Ele não vai me ouvir.

- Tenta, pelo menos. Fala pra ele como você e sua mãe se sentem. Tenho certeza que ele vai te ouvir, porque ele ama você. Faça isso sem cobranças, sem brigar, mas com todo amor e carinho do mundo. Além disso, ore. Conte tudo a Deus e peça pra Ele ajudá-lá nisso. Eu também vou orar por você.

- Obrigada Laura.

- Você não tem o que agradecer amiga.

- Ah, fiquei sabendo do que o Pedro fez. Que situação complicada, menina!

- Pois é, Nath. Estou chegando agora da delegacia. Fui visitá-lo.

- Laura, você é louca? O que foi fazer lá?

- A mãe dele disse que ele queria muito falar comigo.

- Falar o quê?

- Disse que me amava, que queria reconstruir nossa história na presença de Deus e depois pediu pra que eu retirasse a queixa.

- E você não vai ser louca de fazer isso.

- Eu estava pensando nisso no caminho pra casa. Eu fico pensando o que Deus faria. Sabe, acho que Ele daria uma nova chance ao Pedro.

- Daria. Claro que daria. Só que Deus é justo Laura. Ele nos dá a liberdade de plantar o que quisermos, mas Ele também é justo pra colhermos exatamente isso. Todo pecado tem consequências. Ele não pode ficar impune. Precisa entender que o que ele fez foi algo errado e precisa pagar por isso. E tenho certeza que se ele quiser, Deus muda tudo e ele vai poder recomeçar a vida assim que sair de lá.

- Você tem razão, Nath.

- Amiga, quero te fazer uma pergunta.

- Fala.

- Você esqueceu o Pedro ou ainda o ama?

- Eu gosto dele como pessoa, mas não como homem mais. Nesse tempo separados amadureci muito e entendi meus sentimentos. Não o amo mais. Tenho certeza disso e além do mais, meu coração já tem outro.

- An? Como assim?

- Nicolas.

- Ai meu Deus, eu sempre soube!

- Por que todo mundo fala isso hein?

- Mas e ele, já sabe?

- A gente já disse isso um pro outro.

- Eu sabia que o Nick gostava de você, Laura.

- Eu também sempre gostei dele. Acho que desde aquele show que você me levou.

- Tá vendo? Só faço coisas boas na sua vida.

- Faz mesmo.

- Vocês dois estão namorando?

- Ainda não.

- Amei esse "AINDA não".

- Nós estamos conversando, orando, se conhecendo.

- Conhecendo mais o quê criatura? Vocês conhecem tudo um do outro. Vocês eram melhores amigos.

- Mas não tínhamos o objetivo de namorar e agora temos.

- Ai que lindo gente. Dou o maior apoio. Só quero ver você feliz.

- Eu sei amiga.

- Aqui, sobre o Pedro, acho que se você não gosta dele, deve deixar isso bem claro.

- Você sabe como eu sou né, Nath.
Nunca consigo falar uma verdade que magoe alguém. Acho isso muito cruel.

- Mas isso que você está fazendo não é ser cruel? Se você não fala nada acaba dando esperanças ao Pedro. Precisa dizer que ama o Nicolas e que você pretende construir algo com ele.

- Você tem razão Nath, mas não quero ir na prisão pra isso. Você não tem noção do quanto é horrível lá.

- Eu imagino amiga. Aqui, a conversa tá muito boa mas está ficando tarde. Preciso ir, Laura.

- Tá bom amiga. Amei que você veio aqui.

- Também amei. Foi muito bom conversar com você um pouquinho.

- Tem que vir mais vezes. E conversa lá com seu pai, tá?

- Pode deixar, Laurinha.

Ela me deu abraço apertado e foi embora. Fui direto para o banho, aproveitei a água quente pra relaxar e por os pensamentos em ordem. Saí renovada do banho, coloquei meu pijama, vi um pouco de televisão, li a bíblia, conversei com Deus e fui me deitar.
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Oi amores.
Tudo bem com vocês?

Mais um capítulo pra vocês. Esse foi bem light, sem grandes emoções, mas o próximo vai ter muita coisa boa pra vocês.

Espero que estejam gostando.
Um super beijo.
E até a próxima.