2016-10 março

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Estava cansado disso tudo.

Caminhei para meu quintal com uma faca na mão. Eu a balançava como se aquilo realmente fosse bom.

Olhei para aquela linda lua cheia que ali estava e por um segundo, senti uma lagrima cair de meus olhos.

Olhei para minhas mãos tremulas e para faca. Respirava ofegante e quase não me aguentava em pé.

Estava sozinho em casa, e nada iria me impedir de fazer o que eu queria.

O ódio tinha me consumido, a raiva fluía pelas minhas veias.

E o instinto suicida começava a falar em meus ouvidos.

"está é a hora! Você não pode parar agora!"

Cada vez mais alto eu ouvia estas vozes em minha mente, e pensei ter chegado finalmente na insanidade.

Nada me restava agora, nenhum amor, nenhuma alegria e nada valia realmente apena!

Levantei aquela faca com as mãos tremulas e gritei.

- você sabe o que quero! Dê-me isso! Dê-me a eternidade!

Afirmei minha mão e a encravei em meu pulso, dando fim a minha existência.

...

Acordei em meu quintal no dia seguinte junto com o sol.

Levantei-me e olhei para meu pulso.

E estava intacto de novo.

Não havia corte nem um arranhão.

Como isso pode ser possível?

Será que eu consegui a minha tão querida eternidade?

Fui para dentro de casa procurar meus pais, que já deviam estar em casa.

Olhei dentro do quarto deles e não havia ninguém.

Fui descendo as escadas na esperança de acha-los na cozinha.

Enquanto descia olhei para a janela ao meu lado e o tempo havia fechado, de um minuto pro outro o tempo ficou chuvoso? Como isso pode acontecer? Tão rápido? Tem algo errado.

Corri para a cozinha e não achei ninguém.

Voltei para o quintal onde havia acordado.

E lá estava ele... Justamente quem eu não queria ver.

Ele tinha o dobro da minha altura e era monstruoso.

Com sua cabeça de bode e cascos de cabra mas corpo de homem.

Ele me encarava enquanto a tempestade piorava.

Já sem o que fazer gritei;

- o que você quer?!

O monstro me olhou nos olhos e começou a falar enquanto se aproximava.

- você fez um dos piores pecados já existentes nesse mundo. Você desistiu da própria vida. Eu sou aquele que cuida de suicidas como você.

Aquela voz sinistra me arrepiava cada vez mais.

- mais ele me prometeu a eternidade.

- ele prometeu o mesmo para outros milhares, não devia ter aceitado agora aceite as consequências.

Isso não podia acontecer comigo... não comigo não!

Por que logo comigo? O que eu faria agora?

Droga...

- como castigo, te mandarei de volta para o mundo dos vivos. Mas você será servo do demônio que fez o pacto com você.

- o que? Não! Eu não vou ser servo de ninguém!

- sim você vai!

Depois que aquilo falou. O tempo parou.

Pisquei meus olhos e o monstro havia sumido, tudo foi ficando escuro e...

O chão desapareceu.

Comecei a cair em um buraco que parecia não dar a lugar nenhum.

Quando percebi estar chegando perto do chão, ou seja lá o que era aquilo.

Eu simplesmente apaguei.

O Bruxo Solitario - O Diario De Clark AdamsOnde histórias criam vida. Descubra agora