11 março

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Acordei novamente no meu quintal, só que dessa vez estava tudo normal.

Estava caído na grama de meu quintal olhando para a lua, parecia ser bem tarde.

Vi meus pais entrando no quintal, minha mãe gritava muito enquanto olhava para meu pulso ensanguentado.

Meu pai correu para pegar o telefone e ligar para a ambulância.

Enquanto ele corria para ligar, eu virei minha cabeça para o lado e ali bem ao meu lado vi.

Um demônio com corpo de adolescente, cascos de cabra, cabeça de bode e chifres enormes.

Ele me encarou por um tempo.

Me distrai com meu pai entrando no quintal com os médicos.

Olhei mais uma vez para o monstro.

E vi que ele tinha mudado completamente.

Ele tinha a minha aparência, mas tinha um tom em preto e branco e seus olhos eram vermelhos. Ouvi ele dizer bem baixinho.

- te vejo no hospital.

...

Horas depois eu cheguei ao hospital e fui atendido bem rapidamente.

Ouvi o medico dizer aos meus pais que havia sido um milagre eu estar vivo.

Um milagre uma ova, um castigo isso sim!

Depois que eles acabaram de conversar a enfermeira me levou para o meu quarto.

Tive que ficar internado no hospital por pelo menos uma semana até eu me recuperar.

Meus pais se foram. Fiquei sozinho no quarto.

Eu e minhas sombras.

Meus olhos estavam cansados, quase se fechando. Fechei meus olhos, e os abri de novo.

E lá estava aquele maldito demônio me olhando de novo.

E ele ainda estava usando a minha forma.

Sem falar alto disse.

- o que você quer de mim?

Ele sorriu, e se levantou, veio bem devagar em minha direção enquanto falava.

- não se lembra? Você fez um pacto comigo, eu te dei a eternidade! Agora eu irei de perseguir enquanto você estiver vivo.

Okay, dessa vez eu acho que mereci isso. Sou um idiota mesmo. Eu queria a eternidade.

Agora ele a me deu, mas serei castigado a passar a maldita vida eterna com esse monstro.

- por favor, só me deixe dormir. Estou cansado.

Ele não disse nada, apenas sentou-se naquela cadeira ao lado da porta fechou os olhos e disse bem baixinho.

- bons sonhos criança.

Automaticamente meus olhos se fecharam e eu dormi.

Em questão de segundos, voltei para meu quintal, só que não estava normal.

Mais uma vez estava tudo escuro e uma tempestade muito forte de areia estava em minha volta.

Comecei a andar em direção a minha cozinha. E nada encontrei lá.

Fui em direção a rua na esperança de ver alguém ou encontrar uma saída daquele maldito lugar.

Antes de abrir a porta alguém pôs a mão em meu ombro me parando. Ouvi uma voz dizer.

- você não vai sair lá fora né?

Virei-me para ver quem tinha dito aquilo.

E era o demônio que me perseguia.

- você está até em meus sonhos?

- estou em todos os lugares minha criança, você ainda tem muito a aprender.

O demônio me entregou uma misteriosa faca e disse.

- com essa faca você pode sair. Boa sorte criança.

O demônio então desapareceu.

Olhei bem para a faca e ela parecia muito com a faca que eu havia usado para me matar.

A segurei firme e abri a porta.

Assim que abri uma grande ventania entrou na casa, uma ventania muito forte.

Continuei andando para frente até chegar ao lado de fora.

Tudo era diferente, o céu era vermelho, tudo parecia estar desmoronando. As plantas estavam mortas, não havia pessoas nem animais em lugar nenhum, só aquelas casa vazias e destruídas e aquela ventania.

Comecei a andar até o hospital onde eu estava.

Atrais de mim alguém me seguia.

Achei ser aquele maldito demônio de novo.

- por que você não vai arrumar outra coisa pra fazer hein?

Ouvi um rugido vindo de trais de mim.

Virei-me rapidamente e me dei de cara com um monstro horroroso, com corpo de homem, mas sem rosto, olhos sem nada.

Apenas com aquela boca cheia de dentes.

Ele correu em minha direção, sem reação eu peguei a faca em minhas mãos e atingi aquele monstro que vinha em minha direção.

Ele se transformou em pó.

- vejam só o que o passarinho se tornou.

Virei-me para frente mais uma vez e lá estava o demônio que me perseguia.

- onde eu estou?

Ele sorriu para mim e disse.

- bem vindo ao inferno Clark Adams.

...

- o que? Eu estou no inferno?! Por quê?

- você também foi condenado a nunca mais ter um sonho bom, sempre que dormir você se encontrará no inferno que você mesmo criou ao tentar se matar.

E agora? O que eu faria? Tinha que sair desse lugar o mais rápido possível.

Comecei a correr para o hospital onde meu corpo estava a repousar.

E ao meu lado, o demônio me seguia voando com aquelas asas negras.

- você por acaso achou uma saída?

Não respondi nada, apenas continuei correndo.

...

Cheguei finalmente a frente do hospital, entrei pela porta e vi que o elevador não funcionava, então corri para as escadas.

Assim que cheguei lá uma coisa me veio a mente. Qual era o quarto que eu estava? E era em que andar?

Droga! Protestei dando um soco na parede.

O demônio tranquilamente entrou na escadaria e disse.

- haha você não sabe onde seu corpo está né?

Vou te ajudar dessa vez jovem criança.

Olhei para o relógio na parede e lá marcava.

"05h27min"

Mais é claro! Deve ser o numero do quarto e o andar.

Subi as escadas até chegar ao quinto andar.

Assim que lá cheguei, fui correndo pelos corredores até achar o quarto numero 27.

Abri a porta e vi o demônio olhando justamente onde eu havia entrado.

- você demorou né?

Andei devagar até o meu corpo que estava ali deitado na cama imóvel.

O observei por um tempo.

Toquei então com meu dedo na testa de meu corpo, até que uma grande luz me segou deixando tudo claro.

O Bruxo Solitario - O Diario De Clark AdamsOnde histórias criam vida. Descubra agora