Capítulo 7 - Um Fim?

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Elas correram pelo campus como se estivessem em maratona, apenas alguns alunos às viram e olharam com o cenho franzido, quando o prédio de Marina apareceu no seu ponto de vista ela senti seu sangue gelar.
As janelas do quarto estavam fechadas, era a primeira vez que ela via isso desde o primeiro incidente das janelas.
E a janela de seu quarto estava aberta, Letícia nunca deixava a janela aberta.
Elas correram pelo lobby, passando por alguns calouros que haviam chegado naquele momento e pegaram o elevador, Marina apertou no botão 7 e viu as portas fecharem mais lentamente do que em todo o tempo que ela esteve lá.
Ela encostou-se à parede, tentando respirar normalmente e virou para Alice.
"Como isso aconteceu?"
"Eu não tenho ideia alguma!"
"Ela ficou lá a noite toda, Alice. No nosso quarto. Sozinha."
Alice fez que não com a cabeça mas não disse nada, quando as portas finalmente abriram a única coisa a frente era um calmo e escuro corredor. Marina correu até sua porta com Alice atrás dela e usou toda a força para abrir a porta do quarto, o que foi desnecessário afinal a porta não estava trancada.
Letícia à olhou de volta assim que entrou no quarto, e por um pequeno, cruel e doloroso momento um raio de esperança passou pelo rosto dela.
Mas era tarde demais, no segundo seguinte ela estava recostando no nada, tão delicadamente, e então se foi.
Ela gritou até alcançar o chão.
Alice correu até a janela e colocou a cabeça pra fora e Marina ficou parada, enquanto observava Alice levar as mãos até a boca e colocar a cabeça pra dentro do quarto novamente, o rosto dela estava branco como neve.
Os gritos lá fora ficaram maiores assim que as pessoas viram o que restava da melhor amiga de Marina no asfalto frio. Marina recostou no armário e suspirou.
Ela se jogou da janela... Letícia nunca se jogaria da janela- Pensou Marina
Ela viu algumas fotografias jogadas no chão e começou a desvirá-las. A mãe de Letícia estava em uma delas, ela está morta. Na outra, viu a irmã mais nova de Letícia, que também estava morta. Haviam dúzias de fotos como essas no chão, Letícia ficou bastante ocupada na noite passada. Marina não prestou muita atenção em todas, no entanto, a da irmã dela foi a última que viu antes de cair no chão.
Alice estava na porta, gritando algo que não se compreendia porque a única coisa que Marina conseguia ouvir era sua própria lamentação.
Um pedaço de papel escapou no do armário e Marina o pegou, era um desenho de Letícia, ela o abriu.
Não era como os outros, era o closet, como se ela tivesse visto do ponto de vista de Marina no dia que achou que era Letícia escondida nele, a porta estava meio aberta e tinha algo olhando pra fora.
Marina fitou a imagem e tentou ver dentro do closet, e assim que ela começou a achar que tinha visto algo, Alice à puxou pelo braço.
"Nós temos que sair daqui." Marina achou que ela disse.
Marina nunca voltou naquele quarto. Seus pais foram buscar suas coisas e ela passou o resto do semestre em um apartamento fora do campus. Ela peguei sua transferência assim que o semestre acabou e se formou fora do estado.
Toda noite Marina sonha com Letícia, tentando sair da minúscula janela, se esfregando na beirada fria, parando lá e sabendo que não haveria nada entre ela e o asfalto. Ela vê o horror no rosto dela, ela ouve a batida feroz do seu coração, desesperadamente tentando reviver cada momento da vida que ela perdeu, mesmo sabendo que foram apenas durante poucos segundos enquanto ela caía.
Marina a vê olhar pra ela, Marina a vê cair.
Isso aconteceu 9 anos atrás, e todo semestre Marina procura saber quais são os dormitórios disponíveis para calouros. Reilly está sempre disponível.
O sétimo andar está fechado.
Marina ligou para o campus para perguntar sobre os quartos e uma mulher atendeu.
"Você estava perguntando sobre quartos disponíveis em Reilly?"
"Sim, isso mesmo."- Disse Marina.
"Há uma lista de espera grande, mas talvez você tenha ligado na hora certa. Não posso prometer nada, mas talvez você ache um quarto, nós conseguimos a aprovação hoje..."
"Aprovação para quê?" Marina disse lentamente.
"Nós estamos reabrindo o sétimo andar."

Quarto 733 Onde histórias criam vida. Descubra agora