três | c i g a r e t t e

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" Se amar você me matar essa noite, então eu já estava pronto para a morte no momento em que você disse olá. "  - R. M. Drake

Eu caminhava pelo campus da faculdade. Fazia muito frio e o céu estava completamente nublado.

Eu era caloura, estava na faculdade havia pouco mais de um mês. Tirava notas razoavelmente boas, eu queria ser alguém na vida e dava duro para isso, apesar de não ter muito prazer em estudar.

Já você, Kellan, nem faculdade fazia.

Aquele dia nublado foi o segundo dia em que te vi. E você estava tão bonito quanto da primeira vez. Você estava rodeado por alguns caras enquanto conversava, com um cigarro nos lábios.

Você me viu.

Meu olhar ficou preso ao seu por vários segundos, até que eu desviei. Voltei a olhar para a frente e me apressei como se não tivesse te visto.

— Você não ligou. — Você disse, se aproximando.

Não era uma pergunta, você estava afirmando.

Fiquei surpresa ao te ver ao meu lado, não tinha te visto se aproximar e nem esperava que fizesse isso.

Eu odiei o fato de você simplesmente presumir que eu teria que te ligar, como se nada mais na minha vida importasse além do seu número.

Você sempre foi tão convencido, Kellan.

Eu te ignorei e continuei andando. Você começou a caminhar ao meu lado.

— Eu estou falando com você.

— Eu sei — respondi.

Você sorriu. Não sei porquê. Eu estava sendo extremamente grossa e você simplesmente sorriu, um sorriso genuíno.

— Por que não ligou?

Você claramente não estava nem um pouco acostumado a não receber as ligações das garotas para as quais dava seu número.

— Estive ocupada — respondi secamente.

Eu queria que você fosse embora, Kellan. Eu estava tentando não me envolver, mas você não facilitava.

— Eu não me apresentei. Meu nome é Kellan Dawson.

— Eu sei.

Você esperou alguns instantes e então disse:

— Essa é a parte em que você diz seu nome.

— Charlie — respondi sem te encarar.

— Charlie. — Você repetiu lentamente, como se fosse uma palavra sagrada.

Eu sempre gostei de como o meu nome soava em seus lábios.

Você estava me deixando extremamente nervosa enquanto caminhava ao meu lado. Você tinha uma presença muito forte e seus olhos cinzas pareciam analisar cada parte do meu corpo em detalhes.

Eu abri a minha bolsa e procurei pelo meu maço de cigarro. Sempre que eu ficava ansiosa, precisava fumar.

— Merda — resmunguei baixinho.

— O que foi? — Você perguntou.

— Acabaram meus cigarros. Você tem algum aí? — perguntei, irritada por ter que te pedir algo, mas eu estava desesperada.

— Esse é meu último. — Você respondeu, indicando o cigarro que estava em seus lábios.

Suspirei frustrada.

— Pode ficar. — Você ofereceu, tirando o cigarro dos lábios e me entregando.

Eu encarei o cigarro por vários segundos. Eu não queria pegar... mas ao mesmo tempo eu queria.

Com amor, CharlieOnde histórias criam vida. Descubra agora