quatro | t r o u b l e

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" O amor que não é loucura não é amor " - Calderón de la Barca

— Ele cancelou o encontro! Vocês acreditam nisso? — Natalie exclamou indignada.

Eu, Megan e Natalie estávamos em frente à faculdade, esperando a nossa próxima aula começar.

— Que idiota. E o engraçado é que ele nem deu uma explicação, só falou que não ia rolar. — Ela disse, frustrada.

— Que estranho. Sinto muito, Natalie — disse Megan.

— Mas que droga. Qual é o problema? O que há de errado comigo? Por que ele não quer sair comigo?

Ela parecia prestes a chorar.

— Charlie, por que está sorrindo? — perguntou Megan, franzindo as sobrancelhas, confusa.

Eu nem tinha percebido que estava sorrindo, então tentei disfarçar.

— Ah, nada demais. Só me lembrei de algo engraçado que aconteceu na minha aula de manhã.

As duas me encararam confusas e então Natalie voltou a reclamar da vida, enquanto se perguntava por que você não queria levá-la para sair. Saí dali e fui em direção a uma das mesas de cimento que havia no jardim do campus, para estudo.

Você havia dito que cancelaria com ela.

E você fez.

Por mim.

Kellan, pela primeira vez eu pensei que talvez você não fosse de todo o pior. Eu ainda não gostava de você, mas comecei a pensar se eu não tinha sido dura demais no dia anterior.

Acontece que enquanto eu estava me arrependendo de te tratar mal, você flertava com outra mulher. Olhei para a mesa mais distante do campus e te avistei sentado num banco, conversando com dois homens. E vi quando uma morena muito atraente se sentou no seu colo. E também vi você passar o braço ao redor da cintura dela enquanto ela se acomodava em seu colo. Eu sempre soube que você era um cafajeste, mas aquela foi a primeira vez que eu realmente testemunhei você sendo um.

Mas você não era meu, Kellan, então eu não deveria ficar irritada, eu não deveria ficar com ciúmes, eu não deveria ficar desapontada.

Mas eu fiquei.

Porque alguma pequena parte dentro de mim queria acreditar que você tinha um lado bom, que talvez você valesse a pena.

Acontece que aquela pequena parte de mim que acreditava em você, morreu naquele dia.

Eu não gostava de você. Você era pura encrenca, eu repeti diversas vezes ao voltar para casa, depois de ter te visto com a morena.

Mas o que eu não sabia na época, Kellan, é que eu era extremamente atraída por encrencas.

E esse é o quarto motivo pelo qual eu te odeio:

Você era encrenca. Mas você era o mais perfeito tipo de encrenca.



Com amor, CharlieOnde histórias criam vida. Descubra agora