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- Filtros infravermelhos e ultravioletas. O dispositivo de ouvido tem um receptor embutido que capta as frequências da polícia, dos bombeiros e da emergência. - Tony sorriu: adorava explicar o próprio trabalho. - A cobertura da boca tem filtros de carbono para não deixar entrar toxinas, e tem um sistema completo de GPS acoplado na placa do peito.

- Uau! Nunca mais vou me perder no West Village. Aquelas ruas diagonais são um labirinto!

- Só um minutinho, Peter...

A Jordânia aparecia à sua frente, com a Arábia Saudita logo adiante. Tony acionou o campo furtivo de sua armadura, sentiu o conhecido formigamento por todo o corpo. Agora, estava invisível aos radares, satélites e ao olho nu em um raio de doze metros.

-... nunca se sabe por onde estamos passando - solicitou um dossiê detalhado sobre Peter. - Como está a sua tia?

- Melhor, obrigado. O infarto não foi muito grave.

- Bom saber.

- Tony, que lhe agradecer muito. Muito mesmo. Aquele traje que eu costurei quando tinha 15 anos... estava bem gasto.

- Também incorporei uma membrana de teia que vai permitir que você plane por pequenas distâncias - continuou Tony.

- Tony...

- O traje todo é feito de microfibra Kevlar resistente ao calor. Nada que seja mais fraco do que uma bomba de médio calibre pode penetrar.

- Tony, não sei se posso aceitar.

Tony franziu a testa, acionou a pós-combustão. O deserto se estendendo à sua frente, uma mancha de colinas marrons sob o sol inclemente.

- O traje é um presente, Peter.

- Eu sei. Estou falando da outra coisa.

Os tentáculos traseiros de Peter se contorceram. Ele ainda não se adaptou aos controles mentais, percebeu Tony.

- Preciso de você, Peter.

- Fico lisonjeado. Acredite em mim, não tenho escutado isso de muitas chicas recentemente.

- Posso lhe ajudar com isso também.

- Só não acho que eu possa substituir um deus.

Então é isso.

Tony parou, colocou os pensamentos em ordem. Sabia que os próximos momentos seriam críticos. Poderiam ficar debatendo pelo resto de suas vidas.

Peter acrescentou:

- Eu nunca fui um agregador também. Sou apenas o Homem-Aranha, amigão da vizinhança. Vocês operam em um nível completamente diferente.

Tony aumentou o nível de sensibilidade de seu microfone. Quando falou de novo, havia uma ressonância sutilmente mais forte em sua voz.

- Peter - começou ele -, tem muita coisa acontecendo agora. Você já ouviu falar do Comitê Senatorial de Investigações Meta-humanas?

- Não, mas já estou querendo participar.

- Eles estão analisando várias medidas que terão impactos profundos na maneira como eu e você vivemos nossa vida. A era do lobo solitário está no fim, Peter. O mundo inteiro é a sua vizinhança agora. Se os seus planos são seguir em frente, se você quer continuar salvando vidas, ajudando pessoas, usando os seus dons para o bem da humanidade, vai precisar de uma estrutura de apoio.

O Homem-Aranha não disse nada. Sua expressão era indecifrável por trás da fachada da malha de metal.

- Tenho um grupo forte nos Vingadores - continuou Tony. - Capitão, Tigresa, Miss Marvel, Gavião Arqueiro, Golias. Até Luke Cage está começando a aderir. Mas não tem nenhum outro que pense como eu, que entenda de ciência e tecnologia e que esteja sempre de olho no futuro.

- Ha! Tudo que faço atualmente é me preocupar com o futuro.

- Peter, não estou pedindo que você substitua Thor. Ninguém pode fazer isso. Mas preciso da sua força bruta e de sua mente afiada. Você agora é uma parte crucial do Projeto Vingadores.

O Homem-Aranha saltou, correndo nervosamente pelo teto da sala de reuniões da Torre. Seus tentáculos açoitavam o sr à sua volta. Nunca parecera tanto uma aranha quanto naquele momento.

A Índia passou abaixo, depois a Tailândia e a Indonésia.

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