Dia 4.
Apenas mais um dos vários dias 4 da minha agenda anual.
Mas não é um dia qualquer.
Acordei com a presença do meu primo a meu lado na cama.
Não o queria acordar, ainda era cedo, mas eu já sabia o que iria fazer hoje.
Levantei me e organizei a minha pasta com os livros e algum espaço extra, fui buscar alguma roupa ao meu armário e fui tomar um banho, hoje vou fazer algo que nunca pensei em fazer, vai ser interessante.
Vesti umas calças pretas, uma camisola simples cinzenta e umas botas pretas, e o meu casaco diário de cabedal também preto.
Fui acordar o Ash fazendo uns carinhos nos seus cabelos escuros.
-Colson...-Ele tentava abrir os olhos em tentativas falhadas.-Que horas são?- Ele perguntou ensonado pegando na minha mão e fazendo festas com o seu polegar.
-São 7 e vinte, vou fazer o pequeno almoço, podes tomar banho se quiseres.
-Eu posso fazer, descança mais um bocado.
Ash sendo Ash, sempre a preocupar-se comigo.
-Já me vesti e preparei tudo, encontramos nos lá em baixo.
E com isso dirigi me para a cozinha.
Acabei por fazer umas torradas e café com leite.-Se não fosse gay casava me contigo.- Comentou Ash ao aparecer na cozinha.
Sim o meu primo capa de revista da Teen Vogue é gay. Ele encanta qualquer mulher sendo de qualquer estilo e feitio que for, aquele homem atrai tudo, mas ele é gay, e não é muito bom para quem ele não gosta ou vem se meter nas coisas dele, ele não gosta de muita gente, e de quem ele gosta ele é a melhor pessoa possível para fazer com que a outra pessoa se sinta bem.
Mas muitas vezes quando me chateiam ou então a ele, nós gostamos de brincar com as pessoas que somos um casal muito unido e inseparável.
Mas somos só primos.- Há é? então porque?- perguntei com um pequeno sorriso.
-Mulher que cozinha faz tudo.
-Ambos sabemos que isso não é verdade.
-Verdade.
Então rimos.
Depois de algumas conversas agradáveis e ele me trazer para a escola eu dirigi me para a sala de aula recebendo alguns olhares e comentários de grupos de amigos.
Não estava a perceber, as pessoas olhavam várias vezes para mim, mas não era tanta gente.
Preferi ignorar, secalhar agora a nova tendência é rosa e eles estavam todos a julgar me pelas peças de roupas escuras.
Entrei na sala de aula ao mesmo tempo que outros colegas meus. Já lá dentro recebi mais outros olhares e sussurros entre amigos.
Mas que merda e esta?
Eu estava a sentir me sozinha, a Nair não estava nas aulas provavelmente não vem e está com um rapaz qualquer.
Na segunda aula atiraram me um papel vindo de trás que abri com alguma demora.
"Ouvi falar desse novo lançe, e então gostavas de experimentar de novo?"
Mas que merda e esta?!
É melhor nem responder que ainda vai dar para o torto.A campainha do intervalo foi ouvida por todos nós indicando a hora de almoço, depois só teria educação física.
Está na hora de começar o meu plano.
Dirigi me para fora do edifício da escola sendo captada por vários olhares, outra vez.Mas que porra e que eles têm?
Montei na minha mota vespa, e pus me a caminho do meu destino.
Passei por várias casas e jardins a procura de um sitio onde nem eu sabia bem onde se encontrava.
Só sabia que era perto da escola.
Passei 20 minutos as voltas na estrada à procura do sítio, mas encontrei-o.Era uma espécie de celeiro mais afastado do resto dos outros edifícios, o que dificultava a vista era que ele era cercado por plantas e árvores. Só percebi que era ali porque estava lá um rapaz a fumar.
Eu o conhecia.
Ele chamava-se Miguel. Miguel Parker.
Um típico pegador da escola, porém não sabia que ele fazia parte destes negócios.Porque todos gostavam dele? Era o típico rapaz lindo, perfeitamente lindo, maçãs do rosto perfeitas, moreno, olhos verdes intensos, cabelos despenteados e rebeldes, alto, e pelo que dizem é o melhor na cama.
E o melhor de tudo é que ele transbordava a rebeldia, ele era tão intenso, completamente hipnotizante.
Completamente irresistível.Mas não para mim.
Estacionei a mota um pouco longe do edificio mas suficientemente perto para ele me ver e por os seus olhos em mim.
Ótimo, eu adoro ser observada.
Respirei fundo antes de desligar o motor, ainda preciso de ganhar um bocado de coragem, não estou com medo, mas com um bocado de receio.
Desliguei o motor guardei as chaves no meu bolso e tirei o capacete e baguncei os meus cabelos escuros, ele não tirava os olhos de mim, agora estou a ficar nervosa, ainda posso arranjar problemas com o que vou fazer.
Ele olhava para cada movimento meu com os olhos ligeiramente arregalados.
Peguei na minha mochila e dirigi me para a porta.
Eu não olhava para ele, não quero ter nenhuma conversa civilizada.
Passei a sua beira visto que ele estava a beira da porta, ele não parou de me encarar em nenhum segundo.
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Colson
Teen FictionPor entre as roupas escuras, a cara linda e bem desenhada, o seu feitio, a "Bad Girl" como todos a definiam, era simplesmente um vazio frágil e deprimente pelo qual ela preenchia sempre com o sabor e o fumo incalculável de tabaco diário. Ela tem os...