Capítulo 17 - Desespero

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Estava cansada daquela palhaçada, não ia ficar servindo de brinquedo pra ela o tempo todo. Arranquei a agulha que ela enfiara no meu braço ignorando a dor que isso causou, levantei da cama e com um pouco de dificuldade fiquei em pé. Andei na direção da enorme porta, por incrível que pareça ela estava aberta.

_Não custa nada tentar_ sussurrei pra mim mesma_ já estou ferrada mesmo.

Abri a porta confiante, pior do que estava a situação não podia ficar. Comecei a correr pelos corredores enormes do lugar sem saber exatamente pra onde ir. Então dois vampiros enormes apareceram na minha frente junto com a bruaca.

_Aonde pensa que vai?_ ela perguntou.
_Não chega perto de mim_ avisei.
_Ou o que?_ sorriu.
_Eu... Eu...
_Muito engraçado_ riu.

Um deles veio na minha direção sem se dar ao trabalho de correr. Antes que eu tentasse fazer alguma coisa senti uma dor aguda na minha cabeça, me ajoelhei no chão e levei as mãos à cabeça querendo que aquilo passasse, estava acontecendo de novo. Antes de conseguir encostar em mim um deles voou longe, flutuando no ar, ficando preso ao teto. O outro olhou assustado mas continuou vindo, até que caiu no chão e começou a gritar de dor.

_Para com isso_ implorou.
_Eu não consigo.
_Interessante_ Trish falou.
_Sai de perto de mim.
_Tudo bem_ sorriu.

Ela se afastou de mim sem protestar, eu estranhei aquilo, mas quem se importava? Me forcei a levantar do lugar, a ficar lúcida, eu queria que o Joe estivesse comigo pra me ajudar. Continuei correndo até chegar à saída, ainda podia ouvir os gritos de todos lá dentro, corri pelo meio das árvores até tropeçar em alguma coisa e cair no chão. Tudo ficou embaçado e então eu não estava mais lá, agora só aquela visão dominava minha mente, aquela que havia se repetido durante meses, a única diferença é que agora eu podia ver claramente, podia ver todos os rostos. Agora eu sabia quem estava queimando... Era eu.

Narrado pelo Joe

Já haviam se passado horas que estávamos atrás dela e nada, mais de um dia já se fora desde que ela desapareceu, eu comecei a ficar desesperado. Será que teria acontecido algo grave com ela? Meus pensamentos foram interrompidos quando ouvi um grito agonizante vindo do meio das árvores. Corri o mais rápido que pude atrás do som assustador e encontrei a Demi caída no chão agonizando, me abaixei ao lado dela.

_Demi amor_ abracei ela.
_Não_ gritou aterrorizada.
_Ta tudo bem.

Ela se debateu nos meus braços tentando se soltar, seus olhos estavam brancos e as lágrimas desciam sem parar. Era outra visão, tentei acalmá-la, a fazer ficar quieta mas se debatia sem parar, seus gritos estavam me deixando ainda mais nervoso.

_Demi, calma_ segurei ela com força, impedindo que se mexesse.
_Não, para por favor_ gritou ainda mais alto.
_Ta tudo bem, é só uma visão. Demi olha pra mim, você precisa se acalmar.
_Não.
_Shh, ta tudo bem.

Ela foi se acalmando aos poucos, parou de gritar e só permaneceu o choro, seus olhos foram recuperando lentamente a cor e então ela me olhou assustada.

_Demi?
_Joe_ sussurrou quase inaudivelmente.
_Ta tudo bem, você ta comigo agora_ abracei apertado.
_Eu não quero morrer_ disse de repente_ eu não quero morrer.
_Não vai te acontecer nada, calma. Eu vou te levar pra casa.
_Não. Eu não quero_ me empurrou tentando se livrar de meu abraço_, por favor.
_Calma, ta tudo bem. Você ta segura, ninguém vai te machucar_ garanti_ você precisa descansar, esta fraca.
_Não_ sussurrou mais uma vez_ por favor, não me leva pra lá, eu não quero morrer.
_Calma.

Eu a peguei no colo, a levantando facilmente do chão, ela tentou se livrar do meu abraço mais uma vez, mas não teve forças e acabou desmaiando em meus braços.

Anjo Da Noite 2 - O Fim (Jemi)Onde histórias criam vida. Descubra agora