6.| Talk

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Estava frio e eu observava os dedos do meu pé se encolherem na varanda de casa. Meu pai e Heloisa estavam na sala vendo Harry Potter, e eu simplesmente não aguentava mais ver eles trocando beijinhos e carícias, então sai de casa e vim para cá, mesmo estando com um pijama e sem meias ou chinelo.
Senti algumas lágrimas cairem por minha bochecha, e segurei o choro para não começar a soluçar. É difícil ter de dividir meu pai com alguém, principalmente esse alguém não sendo minha mãe, o que só faz feridas antigas serem reabertas e cutucadas, fazendo com que elas nunca cicatrizem.
Peguei meu celular e limpei as lágrimas com a manga da camisa de manga comprida. Fui até o contato de Rafael, que inclusive tenho falado muito esses dias, ele é um ótimo amigo por mensagens e no colégio.

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Você
Hoje - 19:32

Rafaa
O que você tá fazendo?
Tem como me incluir em seja lá o que for?

Rafael
Hoje -19:32

Tô gravando meu amô
Mas pode vir aqui em casa se quiser
Minha namorada também tá aqui

Você
Hoje - 19:33

Ela não se importaria né?
Não quero incomodar.

Rafael
Hoje -19:33

Ela é de boa (eu acho RS)
Mas pode vir, vou te mandar o endereço
E nunca usa ponto no final da frase comigo bobona

Você
Hoje -19:33

Obrigada bb
Luv u boy♡

Rafael
Hoje -19:34

Love u girl♡

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Entrei em casa tremendo por conta do frio, e subi as escadas com pressa, torcendo para meu pai não me chamar.
No quarto, arrumei uma maquiagem básica e peguei uma calça jeans e uma blusa branca, junto com uma jaqueta jeans e tênis da adidas.

O Uber parou na frente da casa que seria a de Rafael, então eu dei boa noite ao motorista e sai do carro, tocando a campainha e esperando que abrissem a porta. Uma mulher de cabelos loiros e olhos azuis profundos abriu a porta, sorrindo pra mim.

-Você deve ser a Angel certo? Por favor entre! Rafael me disse que viria. -Ela disse alegra, e eu a achei completamente fofa!

-Boa noite Deya! -A abracei. -Desculpa chegar nessa hora, deve ser inconveniente.

-Tudo bem meu anjo, comparada com os meninos que ele trás aqui você não é nem um pouco problemática. -Ela ri e me conduz dentro da casa para o quarto de Rafael.

Assim que ela abre a porta branca do quarto que supus ser de Rafael, vejo uma menina ruiva deitada em uma cama, com o celular no rosto.
Olho dentro do quarto e vejo Rafael a frente do computador, encostando na sua câmera, provavelmente para parar de gravar, e depois olhando pra mim.

-Angel, oi! Vejo que conheceu minha mãe. -Ele anda até nós e me dá um beijo na bochecha.

-Sim, e achei ela um amor. -Falei sorrindo para Deya.

Moon| CellbitOnde histórias criam vida. Descubra agora