The Bottle Game

Friendzone On

POV Regina

"Ali é a sorveteria, e ali é o consultório do Dr. Archie" Apontava para os locais e Emma apenas me seguia, boquiaberta. "Ali atrás fica a escola, e por fim, aquele estabelecimento lá à frente, é o Granny's. A famosa lanchonete da Vovó e de sua neta, Ruby. Você deve se lembrar dela, ela foi me visitar uma ou duas vezes no hospital." Ela acenou afirmativamente a tudo o que eu dizia.

"Ahhh, sim, a Ruby! Eu lembro dela. Ela é bem bonita, huh?" Quê? Minha cabeça começou fervilhando de raiva. Estava ficando vermelha.

"Éh... Mas não faz o meu género." Respondi. Até que Emma deixou escapar algo que foi como um soco em meu estômago.

"Talvez seja pra mim." Que merda! Nada disto era suposto estar acontecendo. Acorda, Swan! Você me ama, Ruby é apenas sua amiga e, para além do mais, ela andava bem coladinha com Belle desde aquele jogo.

"Ela é comprometida, acho que não vai com sorte." Só queria tirar aquele pensamento da cabeça de Emma, fosse como fosse.

"Não custa tentar, né?" Minha raiva já era imensa, mas ainda cresceu mais assim que Emma correu até à lanchonete e adentrou, me deixando sozinha do lado de fora. Suspirei. Passei minhas mãos pelos cabelos e engoli em seco. Entrei.

"Um dia a gente bebe uns copos, hun?"  Emma perguntava, olhando fixamente para o decote de Ruby.

"Claro, Emma!" Ela respondeu sorridente. Olhava furiosamente para a cena, até que alguém me interrompeu os pensamentos.

"É ela! É uma assassina! Sabia que ela nunca havia deixado de ser a Rainha Má que sempre fora!" Um homem qualquer sentado numa das mesas se levantou violentamente. A atenção de todos, incluindo a de Emma e Ruby, foram direccionadas para mim. "Agora vai fazer o quê, bruxa? Vai nos matar a todos como fez ao pobre do Hook?" Apenas me mantive calada, completamente imóvel.

"Regina?" Emma se aproximou de mim e pegou firmemente em meu braço. "Você está bem?" Com força, tirei sua mão de meu braço e sai do Granny's, praticamente correndo. Fui rapidamente até meu Mercedes, e Emma havia vindo atrás de mim. "Regina espere! Por favor!" Não liguei. Apenas entrei no carro e dirigi até casa. Tudo estava dando errado. TUDO!

POV Emma

Regina apenas me deixou na rua, sozinha, sem qualquer explicação. Voltei ao Granny's. "O que acabou de acontecer?" Perguntei a Ruby, que aparentava estar triste. Houve silêncio durante algum tempo, mas logo ela disse algo.

"Olha, Emms... A Regina precisa de você agora. Porque não...  Vai pra casa e tenta acalma-la?"  Ela disse ainda com a mesma expressão de tristeza de antes.

"Hum... E a bebida?" Perguntei, antes de sair da lanchonete.

"Emma... Entenda que isso seria apenas uma saída entre amigas." Fiz uma cara triste. "Eu tenho namorada e, acredita mim, você não gosta de mim. Você tem seus gostos bem definidos." Ela falando dava a sensação de que me conhecia à anos. Estranho, mas eu compreendi.

"Okay! Então... Até mais, Ruby!" Saí do Granny's e me dirigi à casa de Regina. Em todo esse tempo, eu me ia lembrando do comentário daquele homem. Sim, foi bastante desagradável. E para além do mais, eu não acreditava que, uma pessoa como Regina, fosse capaz de matar uma mosca de tão delicada e simpática que era. Mas por mais sensível que ela aparentasse ser, eu não entendi a sua vulnerabilidade perante aquele homem.

Cheguei na mansão e lembrei do lindo detalhe. "Merda..." Não tinha chave. Regina me havia falado que, no final do dia, quando voltássemos JUNTAS, ela me daria uma chave. Por agora só restava bater à porta e esperar.
Fi-lo. Esperei eternidades, e ainda assim ninguém abriu a porta. Lembrei da porta das traseiras. Corri até lá, e por sorte, estava aberta. Fechei a porta atrás de mim, devagar. "Regina?" Falei, ligeiramente baixo? Não houve resposta. Subi as escadas, e, a porta do quarto de Regina estava fechada, o que não era usual. Bati na porta. "Regina? Está aí?" Nem um som. "Por favor... abra a porta... fale comigo!" Minha mão estava apoiada na porta. Eu podia não ter recebido qualquer resposta de Regina, mas eu certamente sentia que ela estava lá dentro. Esperei um pouco, e quando havia finalmente desistido e virado as costas, a porta se abriu. 

"O que quer, Swan?" Os seus olhos estavam vermelhos. Sua cara estava pálida, e suas roupas estavam amassadas. Me aproximei dela. 

"Regina, o--o que foi aquilo? Você... o que aconteceu?" Perguntei, confusa. 

"Olha, Emma, você nunca iria entender. Eu... já passei por muita coisa e... voc--- Deixa!" Ela falou tristemente, com uma voz rouca. Ela se preparou para fechar a porta, mas antes de conseguir fazer isso, eu impedi-a, travando a porta com meu pé. 

"Eu não quero te ver chorar!" Ela olhava para mim incrédula. "Eu... Regina! Eu... Desculpa! Eu não devia ter falado com a Ruby. Eu sei que você precisa de m... apoio! Você precisa de uma amiga!"  Ela olhou para mim ainda mais triste, desiludida. Travei. Estava doendo ver a cara de Regina. Uma expressão gélida, morta.

"Eu não preciso de sua ajuda. Você jamais irá saber aquilo que eu passei. E de qualquer forma, ninguém pode mudar o passado. Tudo o que está acontecendo é por minha culpa, Swan!" Lágrimas iam sendo criadas em seus olhos, e não durou muito até que ela as deixou sair. "Eu só... preciso de tempo..." Ela falou, desviando o seu olhar para o chão. "Por favor, sai." Abri minha boca para dizer algo, mas arrependi-me. Eu não queria sair. Eu queria ficar ali. Ela realmente precisava de alguém... "Sai!" Ela falou, desta vez num grito. Olhei tristemente para ela, que tentava segurar uns soluços.

"Eu... vou estar lá em baixo."  Virei costas e saí do quarto, fechando a porta lentamente. Fiquei no andar de cima por um tempo, pensando e processando tudo o que havia acontecido. Regina parecia realmente... frágil, mas... ela parecia uma guerreira, alguém... inabalável. Não podia ser apenas aquele comentário que a levou aquele estado. Algo mais se passava, e eu ia descobrir.