Coringa fugiu, formou uma rebelião no Arkham e me sequestrou. Simples assim. Pra ele essas coisas parecem ser bem simples.
Ele me levou para uma sala subterrânea e esquecida do Arkham, onde ninguém poderia nos atrapalhar. Me prendeu numa maca e colocou-me uma mordaça na boca.
Mesmo com minha paixonite por ele, eu estava apavorada. O medo parecia esmagar minhas entranhas. O sorriso psicopata e psicótico que me dirigia arrepiava todos os pelos.
Ele saiu e esse momento foi o pior de todos. Eu não sabia se morria de ansiedade por saber o que fora fazer ou buscar, ou se ficava aliviada por não estar ali.
Mas ele voltou, segurando um aparelho de eletrochoque, bem conhecidos por mim. Afinal, eu era uma psiquiatra.
Ao perceber o que pretendia, as lágrimas começaram a escorrer. Eu não tinha forças nem pra gritar.
- Oh, eu não vou te matar. – ele sorriu. – Eu só vou te machucar muito, muito mesmo.
E usou os choques em mim. Cada sessão me fazia desejar a morte. Ele alternava o tempo e as voltagens, para que eu não morresse e conseguisse sentir cada faísca da dor insuportável.
A cada sessão, pude sentir algo se modificar em meu cérebro, em meu coração. Eu já não conseguia sentir raiva, nem ódio por ele estar fazer aquelas coisas horríveis comigo.
Até porque, realmente não havia sentido. Ele estava fazendo tudo àquilo por algum motivo. Se não me matou até agora, poderia ser algo bom.
Depois de toda a terapia de choque, onde gonizei por sofridos minutos, eu já estava completamente zonza, desnorteada o bastante pra esquecer até minha idade. Pra esquecer de pensar em algo.
A dor passava do cérebro pra todo o corpo. Era como se eu tivesse sido queimada, fritada, ou algo do tipo. Sentia-me podre, completamente vulnerável.
Minha cabeça doía como se fosse explodir e a única coisa que pude perceber, naquele momento, era Mrs. J me pegando no colo.
E então, apaguei, ouvindo sua risada latejar em meu cérebro.
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Welcome to the world, Harley Quinn
FanfictionApenas tudo que precisamos é de um dia ruim. Um dia ruim que liberte o pássaro. Que liberte o pássaro insano preso na gaiola. Preso na gaiola da sanidade. A sanidade que muitas vezes é o seu verdadeiro eu. Seu lado correto, o lado inverso do aves...