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"... Eu lamento por isso!"

"Não, doutor! Tem que ter um jeito! Meu Sammy não pode perder o que mais ama!"

Sam não entendia o motivo da sua mãe estar chorando. Era apenas uma dor que ele tinha, não era? De qualquer maneira, não via a hora de sair daquele hospital. De correr até seu pai e vê-lo conversando com Dean e o ensinando a dirigir. De ouvir o barulho que o carro fazia. De ouvir as músicas que Dean e John escutavam, mesmo que não gostasse muito. De ouvir o irmão mais velho cantar enquanto tentava ao máximo fazer o pai ficar orgulhoso. De ouvir o som dos pássaros. Ouvir o som da água. Tudo poderia parecer tão bobo para as outras pessoas, mas para o Winchester mais novo era simplesmente incrível e bom. Todavia, o som da sua mãe chorando o preocupava. Não entendia o motivo de ela chorar tanto, então tinha que fazer alguma coisa.

- Mamãe, está tudo bem?

Ao olhar para o seu filho, o choro da mãe aumentou. Era quase como se ela gritasse. Sam estava ficando mais desesperado, então abraçou a mulher apertado, no mesmo instante em que os seus ouvidos começaram a chiar.

- Por favor, mãe, não chore! Eu estou bem! - O chiado aumentava e parecia que ia devorar todo o som ao redor.

- Eu te amo, Sammy!

E esse foi o último som que Sam Winchester pôde ouvir.

-X-

John Winchester enxugava as mãos enquanto via Dean se aproximar com um grande sorriso no rosto. Não sabia bem o motivo, mas sabia que aquele sorriso de seu filho com certeza não era boa coisa.

- Pai, já falei que eu amo você hoje?

- O que você fez, Dean?

O loiro ainda estava sorrindo, mas seu nervosismo para falar com o pai era visível. Qualquer um poderia sentir o medo ao redor do filho mais velho, o que fazia John se preparar para as próximas palavras que escutaria. Vasculhou em sua mente algo que Dean poderia ter feito para que ficasse bravo ou algo do tipo, mas não encontrou nada, levando-o a crer que era um fato oculto para si. Respirou fundo e esperou que seu filho falasse, tentando se preparar para o que quer que fosse.

- Bem, pai, você lembra do Cas?

- O filho dos Novak? - Dean assentiu. - É claro. Mas o que tem ele com o que você aprontou?

- Bem, eu meio que...

- Meio que...?

- Pegueiseucarroprasaircomele - Disse rápido demais e deu um sorriso no final.

John piscou alguns segundos, analisando a postura do filho e tentando entender o que o mesmo tinha falado, logo soltando uma gargalhada. Dean não entendeu muito bem e franziu as sobrancelhas, olhando para o pai com o olhar incrédulo e confuso.

- Ah, Dean. Por um instante eu achei que você tivesse dito que pegou meu carro pra sair com o Castiel.

- E se eu te disser que foi exatamente isso que eu disse, você me mataria?

- Oh, não, Dean. - O loiro respirou aliviado. - Eu apenas quebraria todos os seus ossos, arrancaria seus olhos e faria você engolir seu próprio estômago. - Deu um sorriso. - Ainda bem que você não mexeu no meu carro, não é mesmo?

- É pai. - Falou nervoso. - Ainda bem que eu não mexi no seu carro.

Dean virou-se, desistindo da idéia de contar a seu pai sobre ter pegado o carro - o loiro nunca simpatizou com a idéia de contar, mas Castiel o convenceu. - e se deparando com Sam. Seu irmão estava sentado na sacada. Podia-se dizer que o Winchester mais novo era lindo, realmente podia, mas não era isso que chamava a atenção no momento. Os olhos. Os olhos destruídos e tristes do mais novo com certeza eram o que mais chamava a atenção agora.

Music - SabrielOnde histórias criam vida. Descubra agora