Capítulo 7

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  Não era difícil seguir o carro de Luke, uma vez que seu carro deveria ser um dos mais caros daquela cidade e ainda por cima, ele era azul, seria impossível o perder de vista. Ele começou a se dirigir para uma parte distante da cidade. De repente nós estávamos entrando em um condomínio fechado onde haviam milhares de carros estacionados em frente a uma mansão. Era uma festa. E que festa. Estacionei o carro e fiquei observando, ele pegava uma mochila em seu porta-malas, colocou algo em sua cintura e cobriu com a camiseta.

Comecei a observar as pessoas naquela festa, estavam totalmente bem vestidas. Encarei minha própria roupa. Estava de legging, camiseta e tênis. Vai ter que servir. Comecei a revirar o porta-luvas do carro, procurando um estojo de maquiagem que havia largado por lá. Assim que achei, passei um batom vermelho, rímel e dei uma ajeitada no meu cabelo, da melhor forma possível.

Não sabia descrever como aquela mansão era maravilhosa por dentro e muito menos quantas pessoas havia naquela festa. Comecei a andar sem rumo pela casa. Precisava me enturmar. Fui em direção a cozinha em busca de alguma bebida. Achei milhares de copos de cerveja distribuídos por uma bancada maior que a sala da minha casa. Eu odiava cerveja, mas precisava parecer o mais normal possível. No lado de fora, havia várias pessoas dentro na piscina, com boias por todos os lados, aquilo parecia um filme. Luke não estava por lá. Voltei para o lado de dentro da casa, vi algumas pessoas subindo as escadas para o segundo andar, será que ele estaria lá?

Ao subir, comecei checar quarto por quarto, perdi a conta de quantas pessoas transando eu vi sem querer. Havia entrado em tantos quartos, que tinha perdido a conta. Nem sinal do Luke. No final daquele corredor sem fim, havia mais escadas. Não sabia onde iria dar, mas resolvi arriscar. Quando cheguei ao final daquela escada, pude ver a porta encostada, mas conseguia ver pelo vão que restou. Abaixei para que eu pudesse ver melhor e cheguei o mais próximo possível sem ser notada. Pude ver o tio do Luke, ele estava gritando com alguns rapazes, que estavam sentados, à sua frente. De repente ele bateu em um deles tão forte, que sua cadeira voou para trás. Pude ver alguém o ajudando a levantar novamente, era ele. Luke pedia para seu tio ter calma. De repente senti alguém segurar minhas pernas e me puxar para o começo da escada.

- O que você pensa que está fazendo? – disse soltando a mão do menino que me segurava pelos tornozelos.
- Já te disseram que é feio espionar, mocinha? – ele me disse me colocando de pé
- Só estava procurando meu amigo – disse tentando parecer a pessoa mais comum possível.
- E precisava ficar deitada na escada para que ninguém te visse?

Fiquei em silêncio.

- Foi o que eu imaginei – ele soltou uma risada – Vem, vamos dar uma volta.

Sem muitas opções o segui. Não podia voltar lá e continuar observando. Qualquer outra pessoa poderia me ver. Comecei a segui-lo pela casa, até que entramos em um cômodo que parecia ser um escritório, que servia facilmente como uma biblioteca pela quantidade de livros dispostos nas paredes. Eu ficaria horas e horas naquele lugar, perdida naqueles livros sem problema algum. Ele fechou a porta que estava atrás de mim.

- Blake me avisou sobre você – ele disse encostando seu corpo na mesa disposta no meio do escritório.
- Blake?
- Blake Carter.
Carter era o sobrenome do Luke. Blake seria seu tio?
- Ele me contou que fez uma visita a você recentemente – ele riu – E se o conheço bem, por baixo dessa sua roupa, deve haver bastante marcas.
- E quem é você? – dei um passo para trás.
- Apenas um colega de trabalho de Blake, ou sócio, como preferir – ele se levantou da mesa, estava andando em minha direção. Coloquei minha mão na maçaneta por precaução.
- Mocinha, você não sabe mesmo onde está se metendo... – ele passava seus dedos em meu rosto.
O empurrei com a maior força que pude e me virei para sair daquele lugar. A porta estava trancada. Virei-me novamente para ele, que já estava de pé. Segurando-me no alto pelo pescoço.
- Senhorita Rech, não torne as coisas mais difíceis. – ele me colocou no chão e finalmente pude respirar.
- Blake te deu um aviso, pedindo para você se afastar de Luke e dos nossos negócios, mas pelo que eu pude ver hoje na escada, você não soube obedecer, não é? – ele tirou uma faca que havia em sua cintura.
- Por favor – implorei - Prometo que não chego mais perto dele, só me deixa ir embora. Eu não... – ele tapou minha boca com sua mão.
- Me poupe com suas desculpas! Você já havia sido avisada. Não vou arriscar as coisas por causa de uma garota estúpida. – ele agora estava com a faca em meu rosto, passeando com sua ponta pelas minhas bochechas e descendo em direção a minha garganta.
- Sabe, não é fácil quando o herdeiro dos nossos negócios resolve namorar a filha do policial que está na nossa cola. – ele agora pressionava a faca contra minha pele. Pude sentir a lâmina me cortando, a dor era intensa.

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