Eu passei os três dias seguintes aproveitando o tempo com meu pai. Não vi o Luke, falei com ele só por mensagens, mas não tive coragem de falar sobre a promoção do meu pai. Eu fiquei extremamente aliviada por saber que meu pai iria passar esse tempo fora, senti que nesse tempo, ele estaria seguro e quem sabe nesse tempo, eu conseguia ajudar Luke a resolver as coisas com seu tio.
O dia que meu pai iria viajar finalmente chegou. Ele passou os três dias falando do quanto ele estava empolgado com a promoção com a viagem, e de como ele queria provar seu valor através daquele novo cargo. Apesar de tudo, eu estava orgulhosa dele, orgulhosa por ter conseguido alcançar aquilo que ele tanto correu atrás. Eu ia fazer de tudo nessas duas semanas para resolver tudo, para quando me pai voltasse, tudo estaria seguro novamente. Não podia deixar nada acontecer com meu pai, e eu estava disposta a contar tudo sobre Luke para proteger a vida dele, nem que isso custasse a minha.
Pegamos um táxi até o aeroporto da cidade. Acompanhei meu pai até o portão de embarque, não poderia passar daquele lugar. Nos abraçamos durante um bom tempo, meu pai acabou chorando, como já era de se esperar. Incrível como meu pai era totalmente o oposto da minha mãe. Fiquei de ir para a casa do Luke na volta, e assim eu fiz.
Quando cheguei, Luke estava sentado na mesa de jantar, com folhas espalhadas por todo canto, ele estava fazendo contas, milhares delas. Não estava entendendo nada daquela bagunça.
- O que significa isso? – falei tentando organizar aquelas folhas.
- Estou vendo quanto estou devendo para meu tio.
- Devendo? Como assim?
- Está vendo aquele carro lá fora? Ele não foi de graça- ele disse soltando um sorriso de deboche.
- Ah, e você tinha que comprar uma Mercedes-Benz conversível, não é?
- Bom você sabe, eu amo carros. – fiz um gesto de negação e me juntei a ele.
- Como eu posso te ajudar?
- Tá vendo aquela pilha ali? Soma todos os valores e depois me fala quanto deu.
- Duzentos e cinquenta e dois mil. Uau. – falei olhando para aquele valor.
- Ainda falta dezoito mil, droga – ele falou soltando a calculadora em cima da mesa.
- Faltam dezoito mil? Para que?
- Para eu pagar o valor do meu carro para meu tio.
- Seu carro custou duzentos e setenta mil dólares? – falei indignada.
- Exato.
- Meu Deus Luke! Não dava para comprar um mais barato?
- Dava sim, mas eu sempre quis uma Mercedes. – ele riu
- E como você vai conseguir esse dinheiro para pagar seu tio? Vai vender seu carro?
- Eu vendo minha alma, mas não vendo aquele carro, Mackenzie – dessa vez eu ri.
- Meu tio me dava drogas todo mês para vender, e eu tinha que vender tudo antes do mês acabar se não eu ficava devendo para ele. Quando eu sai do negócio, ainda tinha muita coisa comigo, se eu vender tudo que eu tenho, acho que eu consigo o dinheiro.
- Você prefere vender drogas do que vender o carro? Isso sim é amor verdadeiro.
- Você ainda não viu nada! – Vem, vamos trabalhar.
- Trabalhar?
- Vai ter uma festa no centro, vamos para lá vender o nosso produto.
- E eu tenho que ir junto? – falei indignada.
- Tem. Não vou mais sair de perto de você, Mackenzie.Ficamos jogando conversa fora durante o caminho. Eu estava inquieta. Precisava contar sobre a promoção do meu pai, mas eu estava com medo. Com medo pelo meu pai, por mim, por tudo que poderia acontecer de ruim.
- Quando você vai me contar o que está te incomodando tanto, Mackenzie? – ele disse lançando um olhar rápido enquanto dirigia.
- Por que você insiste em me chamar de Mackenzie? Todo mundo me chama de Mack – falei irritada.
- Eu não sou todo mundo.
- Você está parecendo minha mãe agora – falei rindo.
- Não mude de assunto. O que aconteceu?
- Meu pai foi promovido – falei encarando meu próprio reflexo no vidro do carro
- E isso não é uma coisa boa? – ele parecia perdido
- Por um lado, é ótimo, mas pelo outro, é péssimo
- Como assim? – Luke estacionou o carro, parece que havíamos chegado.
- Meu pai prestou a prova para substituir o Sargento em seu cargo, e ele passou.
- Isso quer dizer... - eu interrompi.
- Que agora ele é o alvo número um do psicopata do seu tio.
- Isso não nada bom. – ele fez uma grande pausa, parecia pensar em algo - Já sei – ele abriu o porta-luvas do seu carro e pegou algum tipo de estojo e me entregou.
- O que é isso? – perguntei segurando aquele estojo de couro preto
- Abra
VOCÊ ESTÁ LENDO
Capitão
Подростковая литератураEles dizem que o amor de verão é passageiro. Mas algumas vezes o que começa como passageiro, pode levar até a coisa de verdade. Uma simples viagem à praia pode ser tudo o que precisamos para clarear nossas mentes e abrir nossas cabeças, e escrever u...