Capítulo 4

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Depois de quase quinze minutos dela chorando em meus braços, ouvimos batidas fortes na porta.

-Aurora! O que está acontecendo? - Era a voz do rei.

-Temos que abrir... - Eu afastei-a e passei a mão em suas bochechas enxugando as lágrimas quase secas. Ela faz que sim com a cabeça, caminha em direção a porta, se vira para mim e faz um coque rápido no cabelo, agacha pegando os papeis da carta que havia rasgado e coloca em baixo do colchão da cama.

-O que...Felipe? O que faz aqui? - O rei fala quando Aurora abre a porta.

-Ele estava me fazendo companhia enquanto eu arrumava novamente as gavetas da cômoda. - Ela sorri para mim e aponta para o móvel que tinha quatro gavetas grandes. -Não precisava ter batido daquele jeito na porta pai. - Ela olha para ele como se estivesse inconformada com o que ele havia feito.

-É que sua mãe me contou que havia contado sobre o ocorrido para Felipe...

-Foi a minha mãe que contou? - Dessa vez ela estava falando comigo e interrompeu o rei drasticamente.

-Sim filha, não brigue com el...

-Não estou brava, fiquei feliz que ele soube...ele sim vai poder me ajudar, diferente de vocês. - Ela dá um leve sorriso para mim e olha brava para o pai.

-Prima! - Alice entra no quarto e percebe o clima. -O que houve aqui?

-Nada Alice! - O rei fala se virando para ela que havia acabado de entrar no quarto.

-ok..- Ela fala olhando para Aurora. -A tia disse que vai fazer uma festa para os seus dezoito anos. - Ela fala se colocando na frente dela.

-Mas eu não quero festa! - Aurora retruca.

-É uma ótima idéia a festa Aurora. - Eu disse me levantando e indo até ela, Aurora me olhou franzindo o cenho e não entendendo nada. Eu sorri e olhei para o rei e Alice. -Pode falar para a rainha que Aurora concorda e vai ajudar nos preparativos.

-Não vou não. - Ela olha para mim.

-Podemos conversar um minuto a sós? - Falei para o rei e ele entendeu. Alice e o pai de Aurora sairam do quarto nos deixando sozinhos.

-Eu não quero festa, ainda mais se ele aparecer. - Ela fala indo até a cama e se sentando. Me direcionei a ela e fui até onde estava sentada, me agachei de frente para ela.

-Nessa festa nós iremos poder saber quem é ele, e ninguém vai desconfiar. Vou estar do seu lado o tempo todo, não se preocupe. - Sorri e ela me olhava, seu olhar era longe e eu não sabia o que estava pensando.

-Mas... - Ela parou e deu um suspiro, olhou para mim e fez que sim com a cabeça.

-Vou falar com o seu pai. Você vem? - Me levantei e olhei-a. Ela fez que não com a cabeça.

Sai do quarto e falei a decisão dela para o rei, conversamos mais um pouco e ele decidiu me levar até a espada, ele me levou para o pátio do castelo, quando entrei as portas se fecharam e vários guardas se colocaram prontos para o ataque em volta em volta de mim.

Ser cavaleiro negro seria um perigo que o povo corria, e a única chance de Aurora se salvar da Maldição. A espada estava trancada e se debatendo em uma caixa bem fechada de metal, senti minha mão formigar com vontade de pega-la, quando eu lia a história do cavaleiro com a minha mãe, ela fazia quastão de sempre ler com uma entonação diferente como se pegava na espada e como ela funcionava. Solta ela iria me controlar, e o desejo dela se tornaria o meu, por isso os guardas do castelo estavam ali, pois se a espada tivesse o desejo de matar a primeira mulher que passar na frente, eu não poderei controlar, eles fariam um teste, pois cresci em um mundo sem magia e por isso a maldição do cavaleiro poderia estar comprometida, somente até Aurora se curar e decidir me matar, se ela for a mulher que por quem eu me apaixonar, então terá controle sobre mim. 

Abriram a caixa e ela caiu no metal fazendo barulho, o rei estava longe já e com armadura, os guardas se prepararam como se fossem para a guerra e minha mão gelou, senti meu sangue esquentar e o silêncio tomou conta do pátio, olhei para a espada e ela estava caída, estiquei a mão em direção a ela e ela voou direto para mim, peguei-a no ar. Quando seu punho tocou em minha palma senti um arrepio correr pelo meu corpo, minha respiração estava ofegante, como se eu tivesse que fazer algo para ficar calmo, olhei a espada em minha mão, olhei para o meu corpo e não acreditei que ainda estava vestindo roupa do meu mundo, fechei a mão livre e vi um metal formar armadura em mim, começou pelos braços até cobrir todo o meu corpo, olhei para os guardas e fiz a espada voar acertando os cinco homens que estavam na frente da porta do pátio. Peguei a arma no ar e comecei a caminhar com calma para dentro do castelo, minha mão gira me fazendo virar para trás e minha arma bate com a espada do rei, vejo em seus olhos o medo que tinha de mim, o medo de eu acabar com a vida de todas as mulheres que existiam naquele castelo, senti um cheiro de perfume, estavam me atacando por todos os lados e a briga ja estava dentro do castelo, eu derrubava os homens com facilidade, eu não me sentia cansado. Senti aquele perfume novamente e vejo a rainha correndo e sendo levada junto com Alice e Aurora para o cofre do palácio, o perfume da rainha me deu vontade de mata-la. Derrubei mais um guarda e o rei veio até mim tentando me derrubar mas eu era mais forte, o suficiente para eu derruba-lo, não o matei mas o deixei muito ferido, comecei a caminhar com calma pois não havia mais homens para me atacar, fui acompanhando o perfume, até que chego em frente a uma grande porta de metal, tinha desenhos esculpidos que não eram fáceis de identificar, o cheiro estava mais forte e minha mão estava esquentando, a espada pedia pelo sangue da rainha.

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Bjs

Me Apaixonei por Aurora - Repostando por pedidosOnde histórias criam vida. Descubra agora