Capitulo 38

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Separamo-nos lentamente entre sorrisos e olhares. Senti a minhas bochechas queimarem e olhei para baixo para que ele não me visse corada. Ele colocou a ponta do dedo indicador e do polegar no meu queixo e levantou a minha cabeça fazendo-me olha-lo nos olhos.

- Ficas fofa, corada! - disse, com um sorriso maravilhoso no rosto.

Não disse nada, limitei-me a sorrir e a dar-lhe um beijo rápido.

-Olá, casalinho, peço desculpa por interromper mas o menino Chace tem de tomar a medicação! - disse a enfermeira entrando no quarto, toda sorridente.

-Bolas, detesto isso! - o Chace reclamou.

-Tem de ser, meu lindo, se não os tomares vais ter de ficar aqui mais tempo! - a enfermeira disse como se falasse para uma criança, o que, de facto, não era muito diferente, visto que o próprio Chace se considerava uma "criança grande".

-Ok! - disse amuado - Por falar nisso, quando é que eu vou poder voltar para casa?

-Em princípio, esta noite! Vamos fazer-te umas últimas análises e, se estiver tudo em ordem, podes voltar para casa! - a enfermeira sorriu.

-Aleluia! - disse com um sorriso enorme no rosto, dirigido a mim. Sorri de volta.

Enquanto o meu namorado tomava a medicação, que por sinal era bastante, liguei ao meu pai a dar as novidades e, como é óbvio, ele ficou muito contente. Disse que ia preparar um jantar em honra dele e eu aproveitei e disse que tinha mais uma novidade mas que só a contava ao jantar. Despedi-me dele e guardei o telemóvel. Ainda não tinha contado ao meu pai que eu e o Chace namorávamos, aliás, ainda não tinha dito a ninguém que namorava. Este jantar era a oportunidade perfeita para largar a bomba. Só espero que o meu pai não se passe com isso.

Estava a ficar com fome. Voltei para o quarto e o Chace já estava sozinho. Contei-lhe sobre o jantar e sobre a oportunidade de contar ao meu pai que namorávamos. Óbvio que ele achou uma boa ideia mas ficou nervoso. Ele e o meu pai tinham uma ótima relação, mas era com o Chace no papel de melhor amigo da sua única filha, agora no papel de namorado as coisas eram bem diferentes.

-Tenho fome, vou ao bar do hospital comer! - disse dirigindo-me à porta. - Queres alguma coisa?

-Alguma coisa doce caia mesmo bem agora! - ri-me e assenti. Saí e dirigi-me ao elevador. O bar era no primeiro andar e eu estava no terceiro.

Assim que a porta do elevador se abriu, eu não podia acreditar no que estava lá dentro. Ou quem estava lá dentro.

-Não pode ser! Que fazes aqui? - perguntei com cara de nojo.

-O mesmo que tu, vim visitar o Chace! - a Sally respondeu com o típico sorriso sarcástico que nunca abandonava o seu rosto.

-Vieste visitar o MEU NAMORADO queres tu dizer! - disse com um sorriso vitorioso. Não sou daquele tipo de pessoa que se exibe para os outros, nunca fui, mas esfregar esta informação bem na sua cara era uma ótima sensação.

Ela ficou a olhar para mim sem dizer nada, estática e surpresa mas logo abriu um sorriso enorme que me deixou confusa.

-Chace! - ela disse e passou por mim a correr. Rapidamente me virei para trás e juro que me contive para não me rir da cena ridícula que estava a acontecer no corredor do hospital: a Sally a tentar beijar o Chace enquanto o mesmo a afastava.- O que se passa? Porque és assim comigo? - perguntou indignada.

-Tenho duas coisas para te dizer! Primeiro: Eu tenho namorada! - aproximei-me e enquanto ele falava, logo, o mesmo passou o braço "bom" por cima dos meus ombros e eu lancei um sorriso para a loira que estava à minha frente.- E segunda: Eu não te suporto! - disse serio e eu não aguentei mais, soltei uma gargalhada.

Dançar por paixãoOnde histórias criam vida. Descubra agora