Capitulo 39

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Depois do jantar todos decidiram ir ao cinema. Devido ao facto de o Chace se sentir cansado (o que é normal na situação dele) eu decidi ficar em casa com ele a ver um filme.

Estávamos a ver uma comédia e durante o filme o Chace estava sempre a reclamar porque o riso provocado pelas situações divertidas do filme lhe faziam doer o peito. Acabamos por desistir da ideia e colocamos um filme de ação.

- Que tédio, já vi este filme imensas vezes, temos mesmo de ficar aqui? - ele resmunga. Reviro os olhos com a atitude dele e ignoro-o, prestando atenção ao filme. - O que achas de irmos dar uma volta os dois com o Simba?

- Não estavas cansado? - olho para ele com desconfiança no olhar e a tentar não deixar escapar um sorriso que estava a esconder.

- Sim, mas ir dar uma volta com a minha namorada para relaxar um pouco e me distrair um pouco de tudo o que me rodeia, provavelmente, não vai gastar muito da minha energia! - ele diz com um sorriso convencido no rosto, fazendo com que eu soltasse uma pequena gargalhada.

Ele tem razão, ir dar uma volta para espairecer não mata ninguém e a verdade é que, com tudo isto que tem acontecido ultimamente tenho-me esquecido da minha pequena bola de pêlo. Se não fosse o meu primo a leva-lo a passear, o pobrezinho nem saia de casa. Hesito em relação à proposta do meu namorado. É estranho chamar-lhe de namorado, passei anos a trata-lo como o meu melhor amigo, como um irmão e agora chama-lo de namorado torna-se estranho, mas no entanto, é bastante reconfortante. Já tive alguns namorados antes mas o que sentia por eles não se compara ao que sinto por este rapaz moreno de olhos azuis que está ao meu lado. Às vezes pergunto-me o que é que eu fiz para ele estar ao meu lado, ou melhor, às vezes pergunto-me o que é que eu fiz para um rapaz como ele gostar de mim da maneira como ele gosta.

- Terra chama Sky! - ele diz enquanto estala os dedos em frente ao meu rosto chamando a minha atenção.

- Estou acordada! - riu.

- Estavas a pensar em quê? - ele sorri.

- Nada de importante! - minto.

- Então, vamos? - ele levanta-se com dificuldade do sofá.

- Claro! - levanto-me mais rápido do que ele e ajudo-o a por-se direito. Logo a seguir o sorriso dele desaparece e dá lugar a um carranco. Fico desconfiada e um tanto preocupada. - O que se passa? - olho-o nos olhos.

- Nada! - ele hesita.

- Diz-me! - insisto

- Só não gosto de estar dependente de ninguém. Sinto-me um inútil! - ele diz desapontado. Olhar para ele assim, tão vulnerável, faz-me ter pena dele.

- Não digas isso! Não és um inútil, há imensas coisas que podes fazer nesse estado! - sorriu para ele olhando-o de cima a baixo.

- Tipo o quê? - ele diz impaciente. Sei que se pudesse ele estava de braços cruzados.

- Tipo... - agora que penso bem, não há nada que ele possa fazer que não requeira esforços vindo dele. Sinto-me mal por ter alimentado este tema de conversa.

- Vês? Nada! - ele olha para o chão, visivelmente triste.

Penso melhor e de repente lembro-me de algo que ele pode fazer mesmo que esteja impossibilitado e que não requer esforço físico, apenas emocional.

- Na verdade, há uma coisa que ambos podemos fazer um pelo outro, independentemente de estares impossibilitado ou não... - digo um pouco envergonhada.

- Continua... - ele volta a olhar-me nos olhos.

- Podes fazer-me feliz e eu a ti! - digo evitando contacto visual para que ele não perceba que acabei de corar.

Dançar por paixãoOnde histórias criam vida. Descubra agora