capítulo 37

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Uma vez que ele me fez o pedido eu perdi-me nos meus pensamentos, a imaginar como seria uma vida junto dele, ele sempre foi o meu melhor amigo, tinha medo que se algo corresse mal, isso acabasse por estragar tudo o que tínhamos, mas ele sempre foi o meu herói e a única pergunta que me veio à cabeça foi: "porque não?". Ele já provou mais do que uma vez que era a pessoa certa para mim, ele compreendia-me, sentia-me sempre segura perto dele, por isso não via nenhuma razão evidente que me impedisse de tentar.

-Por favor, dá-me uma resposta! Não sabes a pressão que é estar aqui à espera. Estou a tremer! - quase implorou.

-Chace, não consigo! - disse. Era óbvio que não era aquela a minha resposta final, mas eu queria assustá-lo um pouco (sim, eu sou má, julguem-me!).

-O quê? - ele olhou para mim, desiludido.

-Não consigo dizer que não! - disse e sorri, logo ele deu um grande suspiro de alívio e sorriu de volta - É óbvio que sim, não ia negar-te um pedido destes, mesmo depois de saberes o que sinto por ti, meu palerma!

Ele não respondeu levantou-se rapidamente, beijou-me como se não houvesse amanhã e abraçou-me logo de seguida, com força. Devido às dores (e à burrice dele) teve de me pousar e levou logo a mão à zona do curativo.

-Estás bem? Queres que vá chamar alguém? - perguntei, preocupada.

-Não, isto é normal, não te preocupes! - ele disse e sentou-se na cama.

-Tens a certeza? - sentei-me ao seu lado.

-Sim!

-Ok, eu tenho uma coisa para te dizer, mas não quero que fiques chateado comigo por ter trazido uma pessoa até aqui! - disse como se nada fosse.

-Ah? O quê? Não estou a perceber! - ele disse.

-Promete que não te passas! - pedi.

-Eu não sei do que estás a falar e até tenho medo do que está por vir, mas eu prometo! - disse desconfiado.

-Bom, cá vai. Eu vim visitar-te mas não vim sozinha! Trouxe o John comigo! - larguei a bomba.

-Tu fizeste isso? Porquê? - levantou-se de repente.

-Calma, ele só quer conversar, ele diz que tudo o que se passou entre vocês não passa de um mal entendido! Ele não queria estragar a amizade que tinham... Ele veio exclarecer as coisas! - disse enquanto me levantava e me aproximava da porta, abrindo-a logo de seguida. - Eu vou chama-lo e tu vais ouvir tudo o que ele tem para dizer.

-Sky, por favor não faças isso! Eu não quero falar com ele! - quase implorou.

-Vá lá, faz isso por mim, ele é meu amigo, tu és meu namorado, não quero estar num ambiente pesado sempre que estiver convosco debaixo do mesmo teto! - expliquei.

-É muito fofo chamares-me namorado! Só por isso eu aceito falar com ele, mas se ele me estiver a irritar eu chamo os seguranças para o expulsarem daqui... Não, eu próprio o expulso daqui nem que seja ao pontapé! - ele disse e eu ri.

-Ok, mas acho que não vai ser necessário! - disse ainda a rir.

Saí do quarto rumo à sala de espera onde fiz sinal ao John para que ele me seguisse.

Entramos no quarto e o Chace estava sentado no cadeirão ao lado da cama a mexer no telemóvel. Quando viu o John fez uma cara de desinteresse que me deu vontade de rir, mas conti-me.

Disse ao John que se sentasse no outro cadeirão e foi o que ele fez.
-Bom, acho melhor deixar-vos sozinhos para que possam falar mais à vontade. - disse já a me afastar mas alguém agarrou o meu pulso. Virei-me como por impulso e vi que quem o fazia era o Chace.

-Não vás! - disse a olhar bem nos meus olhos.

-Mas... - eu ia a falar mas ele puxou-me e fez com que eu me sentasse no seu colo. Tentei sair mas ele não deixou.

-Não quero ficar sozinho com ele, pode correr mal, faz isso por mim e fica aqui! - sussurrou ao meu ouvido. Fiz o que ele pediu.

A princípio eles limitaram-se a um silêncio que até a mim me incomodou por isso encarreguei-me que quebrar o gelo.

-Então John, porque não contas ao Chace o que aconteceu realmente, sabes, aquilo que me contaste a mim... - falei calmamente.

-Sim, pois... - disse como se tivesse acordado de um transe qualquer.

Começou por contar, aos poucos, tudo o que me contou a mim. As feições do Chace mudavam à medida que ele ia contando tudo, de desilusão a surpresa e até compreensão.

-Pronto, é isto! - disse assim que terminou - eu não peço que a nossa amizade volte ao que era, que é uma coisa que eu desejo desde o dia em que deixamos de nos falar, unicamente peço que acredites em mim, por favor, é a única coisa que eu quero agora! - implorou.

-Eu não sei se devo acreditar, até porque voltei a estar com a minha ex há cerca de um ano e realmente percebi que ela é bem capaz de fazer o que tu disseste, só pelas atitudes dela eu reparei... - ele disse. - mas porque não? Não tenho motivos que me impeçam de tal coisa. Yah, eu acredito em ti! - ele sorriu.

-Ainda bem! Sempre foste uma pessoa incrível, Chace, a tua capacidade de perdoar ainda me surpreende! - o John suspirou de alívio e sorriu.

-Sabes ainda posso fazer melhor, não digo voltarmos a ser os melhores amigos, mas tentar ser amigos novamente não era uma má ideia! - disse o Chace e eu sorri.

-És o maior! - ele levantou-se. Eu e o Chace levantamo-nos logo de seguida e eles abraçaram-se. Foi muito fofo e estranho ao mesmo tempo, podem ter a certeza que me senti excluída naquele momento.

-Estou a sentir-me excluída! - cruzei os braços.

-Oh, vem cá, minha pequena! - o Chace aproximou-se e passou os braços pelos meus ombros, dando-me um beijo na testa e apertando-me contra o seu peito.
Eu retribui o abraço, passando os meus braços pela sua cintura.

-Agora sou eu que me sinto excluído! - disse o John.

-Tem calma! - disse a rir e aproximei-me dele, dando-lhe um abraço logo de seguida.

-Não tinha reparado que tens uma aliança no dedo! - ele disse olhando para a minha mão.

-Sim, antes de tu vires cá para dentro, o Chace pediu-me em namoro! - disse com um sorriso enorme no rosto.

-Ah, parabéns aos dois! - a princípio notei alguma desilusão no seu olhar mas logo depois ele sorriu.

-Obrigada! - eu e o Chace dissemos em uníssono.

-Quando é que sais do hospital? - mudei de assunto.

-Acho que daqui a uma semana! - ele disse.

-A tua mãe já veio cá? - perguntei.

-Sim, ela veia ainda hoje de manhã. Não trouxeste a minha sobrinha porquê? - perguntou ele.

-Porque ela foi às compras com a Jessie e depois foi dormir a sesta, mas não te preocupes que assim que poder eu trago-a. - sorri e passei a mão no seu rosto.

-Eu vou indo até lá fora, vou comer qualquer coisa! - disse o John enquanto saía. Acabei por me esquecer que ele estava ali.

-Finalmente sozinhos! - disse o Chace com um sorriso malicioso no rosto.

-Calma lá, não te esqueças que estás incapacitado para fazer seja o que for, por isso muita calma! - disse e ri-me.

Ele não disse nada, unicamente colocou uma mão no meu rosto e outra na minha cintura e beijou-me, lentamente, de forma suave e delicada, como da primeira vez que nos beijamos. Era como se o tempo tivesse parado e como se só existíssemos os dois no mundo.

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Olá meus amores, o que estão a achar da história, estão a gostar? Não tarda e ela chega ao fim, infelizmente, mas já iniciei a minha nova história "Nunca seremos irmãos" e espero que vão lá dar uma olhada.

Então, votem, partilhem e espero que gostem do resto!

Kisses

Dançar por paixãoOnde histórias criam vida. Descubra agora