Capítulo II

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O desespero de não poder ter de volta minha mãe, me envolve por completo ao notar o corpo ser retirado pelos polícias para de fato poderem estudar o caso mais afundo na qual nos  traz um momento muito chocante que deixa-nos muito abalado, não  deixando outra opção senão procurar aconchego nos braços da minha avó que acolhe a mim e ao meu irmão.
Após todo o ocorrido retornamos pra casa da minha avó que se localizava bem próximo a nossa casa.
Seguimos em uma caminhada triste e silenciosa até o carro e depois pegamos rumo a casa de minha avó.

No dia seguinte a tristeza rodeia o lar da minha avó. Demoro pra levantar-me pois não quero ter contato com ninguém no presente momento.
Instantaneamente as lembranças do ocorrido me deixam cada vez mais magoado fazendo com que sem que eu perceba lágrimas escorrem pelos meus olhos. E sem perceber Alessandra adentra no quarto com uma bandeja de café da manhã composta por uma maçã, alguns biscoitos e um copo com leite com café e, percebendo o meu desprezo pelo café da manhã, a funcionária o coloca sobre uma mesinha de suculpira que há no quarto e se senta na beirada da cama e me diz:
-Felipe sei como é difícil a perda de um ente tão querido igual sua mãe era, mas mesmo diante de tantos problemas precisamos ser fortes e supera-los querido .
-Você só diz isso porque não aconteceu com você, digo muito descontente e sem olhar nos olhos da mulher.
- Mas mesmo não tendo ocorrido da  mesma forma com você, eu sempre pensei da seguinte forma: Minha mãe um dia vai se orgulhar da filha que tem- e dando uma pausa para enxugar os olhos com o avental que vestia ela continua a falar-  E hoje ,  é o que ela está feliz pois sabe que sou um orgulho de filha pra ela .
Depois desse momento meio recentido pela história de Alessandra me desloco da cama e dou um abraço muito apertado nela.
E então meu irmão entra pela porta do quarto muito abalado e diz:
-Desculpa entrar assim sem bater no quarto mas eu queria muito conversar com você Felipe, se é que você realmente queira minha presença.
Vendo que nós queríamos conversar particularmente Alessandra se levanta e antes de se retirar fala-me:
-Não se preocupe a dor que você sente hoje irá passar mesmo que as saudades sejam eternas. Qualquer coisa que precisar estarei na cozinha. 
Após a mulher sair e antes que meu irmão diga algo digo para ele:
-  Fernando por que isso tinha que acontecer justo com nós.
-Não sei maninho mas tem coisa que nem eu e nem ninguém consegue explicar.  As vezes o destino gosta de brincar com a vida das pessoas, mesmo que tais brincadeiras não tenham a menor graça. Mas não estou aqui pra discutirmos dobre o ocorrido porque também não me sinto seguro o bastante para falar sobre isso-- e retirando um caderno do bolso e me entregando continua dizendo- No meio de tanta confusão naquele dia eu consegui pegar isto pra você quando liguei para os oficiais.  Sei o quanto ele é importante pra você.
-Meu diário Fernando, muito obrigado.  Mas não sei se faz sentido eu continuar escrevendo nele, poisele apresenta muitos fatos tristes da minha vida, digo com um brilho nos olhos por ter recebido o meu diário o única lembrança que  tenho da minha mãe, um presente que guardo desde os dez anos de idade.
-Pois acredito que agora é que você realmente deve escrever porque depois de uma tempestade há sempre um dia lindo e ensolarado na vida da gente,  falava meu irmão cheio de esperança por dias melhores.e antes de sair do quarto continua me dizendo- Agora faz favor de comer, pois não quero lhe ver doente .
E com muito esforço começo a degustar um pouco do meu café da manhã.
O restante do dia continuou tenso pra todos nós e por volta das quinze horas e quarenta minutos o telefone toca e minha avó o atende e depois nos repassa o recado:
- Os oficiais ligaram e disseram que foi mesmo um assassinato e a pessoa que o praticou ainda está foragida e que o corpo será liberado ao final da tarde.
Ao entardecer vamos para o velório  da cidade onde se encontra o corpo de minha mãe.
Chegando ao local encontramos com vários parentes que vinham para  confortar-nos.
No meio da multidão  uma mulher de cabelos castanho , estatura média e toda produzida num vestido social preto chega ao nosso encontro e alisando o nosso rosto diz:
-Sinto muito por tudo queridos, mas eu estarei aqui sempre para lhes ajudarem em tudo que for preciso crianças. E mamãe como a senhora está ?
-Leandra, que bom que você veio. Vamos precisar de todo apoio possível neste momento de desespero, falava dona Lúcia uma senhora de meia idade baixa dos cabelos curtos e grisalhos. 
No momento vovó senhora utilizava um blazer preto uma blusa social branca e uma saia negra como a noite. Estava muito elegante, mas também muito acabada, ainda mais depois do incidente do dia anterior.
Dando conforto as duas se abraçam e começam a chorar.
A chegada do corpo de minha mãe só chegou por volta das dezoito horas e a tristeza só aumentou no ambiente em que estávamos.
Diante da situação minha avó não se sente bem e no meio do discurso que minha tia faz para minha mãe ela é acudida por Alessandra que se encontra por perto e a socorre segurando-a  nos braços.
Prevendo que algo pior aconteça ela faz uma ligação ao médico que atende a nossa família e a leva de volta para casa.
Passando por nós , Alessandra nos avisa sobre o acontecido e pede para irmos com nossa tia para casa assim que acabar.
Acompanho elas até a porta do velório e despeço delas. E antes de retornar do uma olhada em como esta a movimentação da rua e vejo um vulto se esconder atrás de um carro do outro lado da rua. Nervoso com o que possa ser,   retorno então para o velório.
O momento da despedida foi o mais triste de todos .Olhar para o caixão e ver o corpo da minha mãe naquele estado me deixou realmente nervoso.
Foi  preciso que meu irmão juntamente com minha tia me segurassem pois estava incontrolável.
Para amenizar o problema minha tia decide nos levar de volta para casa, pois não estávamos preparados para uma uma perda como esta.
Em casa vou em direção ao quarto da minha avó para saber como ela está. Passo no corredor e então bato na porta que já está aberta e somente então entro e me acomodo no canto da cama.
Alessandra tinha acabado de dar o medicamento que o médico prescreveu para ela tomar e muito preocupado digo:
- Como minha avó está Alessandra ?
-Ela está bem. O médico me disse que ela teve uma queda  de pressão devido a tudo que houve, mas já,  já estará bem. Agora mesmo ela resolveu descansar um pouco. O médico pediu que ela repousasse por esses dias.
Feliz em saber que minha avó já se encontra bem retorno na cozinha juntamente com a empregada da casa e sem querer ouço o médico dizer:
-Desculpas dona Leandra, mas a situação de sua mãe não está muito favorável. Sua pressão está muito estável e nem mesmo com os medicamentos ela está reagindo bem.
-Doutor, então o senhor quer dizer que minha mãe pode falecer a qualquer momento? Indagava titia muito triste pelos transtornos que tem passado nos últimos dias.
-Sim, dona Leandra, mas com uma dieta saudável muito repouso e estar sempre fazendo exames creio que podemos controlar sua pressão.  Mas no momento qualquer constrangimento e surpresa muito avassaladora que receber pode fazer com que ela reaja mal com isto.
-Entendo doutor,  mas não se preocupe estaremos cuidando muito bem dela.
-Então eu vou indo. Qualquer coisa que precisar e só ligar que estarei a disposição.
E agradecendo pela presença do doutor os dois trocam um aperto de mão e  finalmente minha tia nota minha presença e diz para mim muito surpresa:
-Felipe você por aqui meu anjo!
- Tia eu ouvi tudo o que o doutor disse vovó não está bem, e ao terminar de falar meus olhos se enchem de lágrimas.
- Não se preocupe querido, mamãe vai ficar bem agora acho melhor que vá descansar um pouco o dia foi muito tenso.
Sem fazer rejeições ao que minha tia  decido descansar um pouco.

Na manhã seguinte a correspondência da casa estava lotada de várias cartas  e sentindo necessidade de tomar um pouco de ar fresco no lindo jardim da minha avó repleto de tulipas, rosas,  alguns coqueiros de pequeno porte e um gramado tão verde e tão macio que você podia sentir a suavidade ao pisa-lo.
O dia estava perfeito, muito claro e ensolarado e com uma leve brisa que se espalhava pelo meu rosto.
Seguindo em direção a caixinha de correio, retiro todas as correspondências e visualizando uma por uma volto para casa.
No meio de tantas uma me chama atenção porque estava  escrito em meu nome.
Entrego todas as cartas e  escondo a minha dentro da bermuda e vou correndo para meu quarto onde a abro e à leio atentamente.

Você e seu irmão vão pagar pelo dia que entraram em meu caminho. Vocês e toda a família  se arrependerão por ter vindo neste mundo.
                          Antônio.

Comentem o que estão achando e o que esperam nos próximos capítulos , e não esqueçam de votar por favor. Dia 29/06 mais um novo capítulo fresquinho  pra vocês.

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