Paro de correr depois de algumas horas, eu estava ofegante e suada, não sentia mais os meus pés e todo o meu corpo doia, me sento em frente a uma árvore, meus lábios estavam rachados e eu sentia meus pulmões queimarem, não havia mais lágrimas para chorar, estava começando a ficar desidratada, tudo ali era silencioso, só se ouvia o barulho de algumas aves voando por perto, até que eu distinguir um som, água! Me levantei com dificuldade e andei devagar me apoiando nas árvores seguindo o som dá água corrente, ao ver o rio dou um grandioso sorriso e um suspiro de alivo, vou ate lá e me jogo na água bebendo o máximo que minha boca pode aguentar, minha roupa molha totalmente e eu mergulho naquela profundeza, sinto meu corpo relaxar e ao voltar a superfície finalmente possso respirar aliviada, amarro o rasgado do meu vestido no topo para que possa ao menos cobrir meus seios e ponho o cabelo para o lado com os pés dentro d' água,tudo estava em paz, até que o pânico voltou a reinar dentro de mim, ouço um barulho de pisadas e gravetos se quebrando, arregalo os olhos sentindo o medo florescer dentro do meu peito , levanto e me escondo atrás da grande rocha que tem entre o rio, me encolho ali e observo quando o homem se aproxima, não o reconheci como um dos homens de caça da fazenda, aliás nenhum dos homens de lá eram tão bonitos como ele, ele tinha um corpo forte e era alto, seus cabelos estavam grandes e caia sobre seus olhos enquanto ele se abaixava para pegar água e levava aos lábios, sempre com o olhar atento ao redor dele, será que ele era como eu? Estava fugindo também? Aproveitei a distração dele e andei sorrateiramente pelos cantos do rio até chegar na terra, corro para a floresta quando eu escuto o barulho do gatilho ser puxado, congelo em meu lugar e levanto as mãos.
- Quem é você?
Ouço a grossa voz do homem que apontava uma espingarda para mim e me viro para ele lentamente.
- Por favor.. Não me mate.
Imploro pela vida, o que era um pouco irônico, pois nessa vida eu não tinha nada, fui rejeitada pelos meus pais, sou uma escrava fugona, por quê queria viver? Bom, eu não sei.
- Quem é você?
Ele repete sua pergunta e eu encaro seus olhos, os mesmos olhos que vasculhavam cada canto do meu corpo, ato que fazia- me arrepiar a espinha.
- Meu nome é Vivian.
Digo com a voz ainda firme, depois de lhe dizer meu nome percebo o tamanho da minha burrice, ele podia ser um caçador do Luís que podia estar atrás de mim, por mais que eu nunca tenha visto ele e ele não tenha aparência de caçador de escravos fugidos, porém, não podemos julgar ninguém pela cara.
- Vivian.. O que uma moça tão..
Ele faz uma pausa proucurando pelas palavras certas para se referir a mim.
- Frágil, faz nesse matagal.
Ele completa sua frase e abaixa a arma, porém ainda a mantém em suas mãos.
- Logo não estarei, já estava de saída antes do senhor chegar.
Falo me virando para entrar mata adentro
- Parada aí.
Ele fala com sua voz ainda mais grossa, paro e viro somente da cintura para cima o encarando.
- Não permiti que a senhora fosse.
Ele diz se aproximando, as dúvidas de que ele era um dos caçadores do Luís se foram, se caso ele fosse, já teria me capturado e me levado até ele, né?
- Agora que nos conhecemos, senhorita Vivian, não posso mesmo deixa- la ir.
E tudo foi rápido demais, mal vi quando ele estava mais perto ainda de mim e quando a minha visão se escureceu eu desfaleci, depois disso não lembro de mais nada desde ai.
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Caged Angel
RomanceUma infância roubada. Algo destruído pela ignorância e egoísmo dos seus próprios pais, aos 12 anos de idade, foi quando o inferno de Vivian começou. Um caminho que ela achava sem volta, mas tudo muda quando Nathaniel entra em sua vida. " Talvez ela...