Capítulo 4 - Encontro

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Julie Jhonson - Los Angeles

Foi um inferno de difícil contar ao Ian sobre o contrato, quer dizer, nem tive oportunidade de falar alguma coisa. De forma extremamente infantil ele simplesmente me deu as costas, não querendo ouvir nada a respeito.

O idiota se mandou para a rua, gritando aos quatro ventos que eu estava sendo egoísta e precipitada. Para o inferno com isso! Passei quatro anos sem trabalhar, apenas dedicando-me ao meu filho e marido. Já chega disso! Está na hora de retornar ao trabalho.

Desde ontem que não o vejo. Eu deveria deixar esse idiota do lado de fora, mas estou feito uma idiota, acordada esperando-o chegar.

Suspiro! Já estou nervosa o suficiente com tudo que está acontecendo na minha vida. Afinal, estou muito tempo fora e tenho medo de acabar falhando com alguma coisa. Entretanto, sei que não posso desistir dos meus sonhos. Sempre lutei para conquista minha carreira.

Vou conhecer o tal ator hoje, essa atmosfera misteriosa já está deixando-me bastante animada e ansiosa. Finalmente, por um rosto em seu nome.

Robert

Um nome extremamente sexy e forte. Precisei me esforçar muito para não o procurar no Google. Prefiro ser surpreendida ao vê-lo pela primeira vez, cara a cara.

Deveria dormir em vez de esperar o puto do Ian. Olho para o relógio na cabeceira da cama. A luz vermelha pisca, indicando que já são quatro da manhã. Com toda certeza, passar a noite as claras, me deixará com uma cara horrível. Justo no dia que preciso está no meu melhor. Vou precisar de bastante base para esconder as olheiras que estão por vir.

Resolvo levantar da confortável cama e ir em busca de algum remédio para dormir. Estou muito agitada e preocupada. As vezes quando Ian não sabe lidar com sua raiva, fica bêbado pela rua e acaba entrando em algum tipo de luta clandestina. Uma confusão sem fim. Detestaria ter que sair no meio da madrugada para um hospital, remendar seus ferimentos. Preocupo-me que algum dia, suas atitudes impensáveis o colocaram para fora do MMA. Muitos lutadores já tiveram a bunda chutada desse mundo da noite para o dia. Com ele não seria diferente se continuasse desse jeito.

Sei muito bem que faz essas palhaçadas para eu correr atrás dele ou para tentar criar ciúmes. Fazer-me imaginar o que ele poderia está fazendo pela rua meio a madrugada. A questão é: não sinto nada além de preocupação e um montão de raiva.

Quando começou fazendo isso, eu até fingia raiva e magoa, o que resultava em sexo barulhenta de reconciliação. Mas aquilo que não é real, não pode se sustentado por muito tempo. Hoje pouco me importa essas atitudes, também não há mais sexo selvagem após uma briga. O que fica entre nós é a distância que pouco a pouco só vai aumentando. Afundando em um mar estrondoso, cheio de ondas caóticas que levam qualquer um para o fundo da correnteza.

Em toda minha vida, nunca senti ciúmes dos meus namorados, nunca fui possessiva; ninguém nunca despertou esse sentimento dentro de mim. Quando minhas amigas reclamavam dos seus namorados querendo sair à noite com os amigos, não conseguia entender muito bem o porquê da histeria. Para mim era só uma questão de falta de confiança no outro. Foi um longo tempo até entender o motivo delas sentirem ciúme. Era algo como ter medo de perder o outro, algo mais primitivo e possessivo. Foi quando notei que eu sentia ciúme, entendia o sentimento, mas também era óbvio que nunca tinha sentido de um homem com que me relacionei. Sentia ciúme quando meus pais davam mais atenção aos meus primos, quando eles nos visitavam, quando Kate me deixava de fora de alguma coisa, quando meu filho ia tão fácil no colo de alguém. Mas nunca, nunca mesmo de um namorado. Não era diferente com meu marido.

Eu não tinha medo de perdê-lo; tinha medo do que uma separação poderia trazer para o meu filho.

A conversa que tive com Kate vem como uma avalanche em minha mente, piscando sinais de alerta. Não amo o Ian! Ficar com ele tornou-se cômodo para mim. Além disso, é um pai maravilhoso para o Theo, não quero estragar isso. Casamos com a intenção de dar ao nosso filho uma família de verdade. Se rompermos nosso relacionamento, nossa premissa terá sido infundada. Ouço a porta batendo fortemente e levo um susto pelo barulho inesperado. Quase deixo o copo com água que estou segurando cair no piso de mármore. Deixo o copo na bancada e corro para a entrada escura da casa.

Amor de cinema VOL.1Onde histórias criam vida. Descubra agora