Policiais, drogas e promessas.

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Depois de beber mais do que deveria, ouvir o álbum do tal "Edinho" como disse a Emily mais vezes que alguém normal ouviria, cantar tão alto a música don't que eu decorei depois de ouvir muitas vezes seguidas, que fez os nossos vizinhos reclamarem pra caramba e depois de jogar um vaso de plantas no quintal da casa ao lado no jogo de verdade ou conseqüência que a Emily inventou de jogar. A polícia bate na nossa porta.
"Ai meu Deus! Desliga esse som!"– A Emily cochicha pra mim me empurrando, e eu começo a dar risada sem parar igual uma louca.
Nós estamos claramente bêbadas! Meu rímel todo borrado porque chorei muito e depois dei muita risada até chorar de novo só que  de tanto rir... sem falar no meu cabelo que tá todo desgrenhado... e tem agora não só a garrafa de tequila como também a vodka que a Emily fez questão de comprar e um milhão de batidas diferentes que a gente foi inventar de fazer "apenas para testar para as próximas festas." como a gente vai explicar isso para os policiais?
"Vai logo sua retardada."– A Emily diz e arruma o cabelo andando toda torta em direção à porta enquanto eu corro e desligo o som.
"Olááá..."– Ela diz com a voz arrastada por causa da bebida.
"Boa noite, nós recebemos uma denúncia de perturbação por causa do barulho e não foi difícil constatar que veio daqui..."
"Hmm... ah é? A gente já cuidou disso já! A gente não vai mais precisar dos serviços dos senhores, a barulheira já acabou senhor soldado."– Merda a gente vai se foder de verdade!
"Estou vendo que as senhoras estão muito alteradas, vocês por acaso usaram alguma substância ilícita?"
"O que? Não senhor! Eu já saí dessa vida de drogas já, sabe..."– Ela diz e começa querer chorar.
"Eu já usei maconha senhor, eu admito, DEUS ME PERDOA!"– Ela diz exageradamente e o policial a olha com cara feia.
–"Mas eu juro que sai dessa vida senhor soldado policial, eu estava na faculdade, todos fizeram isso, por favor não me prende, eu não quero ser presa."
"Você sabe que não vai ser presa Emily."– Eu digo tentando arrumar as coisas.
"Está tudo certo, a gente já baixou o som agora, e a gente promete que não vamos mais jogar vasos."– Ops... acho que não era pra mencionar essa parte.
"Vocês duas estão sozinhas?"– O policial pergunta olhando a sala. Deus não permita que ele vá pra cozinha ou ele vai ver que estamos mais bêbadas que qualquer coisa. Se bem que eu acho que já dá pra perceber isso.
"Sim."– Digo tentando ser mais normal, mas me lembro que tenho que ser formal também, já que estou falando com policiais.
"Senhor..."
"Posso ver a identidade de vocês?"– Ele pergunta e eu balanço a cabeça, mas parece que a Emily se sente ofendida.
"Mostrar a identidade pra que? Nós somos maiores de idade e estamos apenas nos divertindo no nosso apartamento nesse lindo sábado à noite."
"Mas é apenas para o bem de vocês duas, se vocês realmente são maiores de idade posso ver a identidade?"– Que merda!
Ele olha com um olhar de desaprovação para a Emily e ela muda rapidinho.
"Tudo bem moço, quer dizer, senhor... hmm... policial... ou... soldado... não sei, hmm, vou pegar a identidade."
"Ela pega nossas identidades e da para o policial."
Ele olha por um tempo e depois nos devolve.
"Eu peço que as senhoritas não liguem novamente o rádio e agora um conselho das autoridades é que parem também de beber... duas moças bêbadas e sozinhas não é muito seguro!"
"Bêbadas? Mas não tem ninguém bêbado aqui senhor policial!"
"Uhum... claro, tenham uma boa noite..."
"Boa noite senhor soldado pulicial."– Ela diz com um beicinho muito constrangedor, os acompanha até a porta e depois manda um beijinho quando eles viram as costas.
"Esses pulicial não tem mais o que fazer, não deixam nem a gente ficar mais louca nessa porra de vida, e ainda vem perguntar se eu uso drogas." Ela diz e começa chorar...
–"Eles são insensíveis poxa... eu achei legal na hora, mas não faço mais isso não, não gosto nem de cigarros, eu nunca nem usei nenhuma outra droga sabe..."
"Eu sei amiga, eles não têm coração! Nenhum homem tem coração! A gente não precisa deles pra nada, eles só estragam a nossa vida, eles nos trai com vadias em hotéis, eles não deixam a gente beber, eles perguntam nossa idade e acham errado mulheres ficarem bêbadas e mandam a gente abaixar a nossa música. Homens não servem pra nada."– Eu digo frustrada.
"Mas amiga... eu gosto de homens."
"Mas por que?"
"Eu sei lá! Eu gosto do que eles têm no meio das pernas! E eles... eles..."
"Eles... eles? Tá vendo? Essa é a única vantagem dos homens. E eu posso resolver isso te dando um vibrador."
"Mas não é a mesma coisa! Eu quero ser beijada por homens... e eu quero abraçar o Ed... tá vendo eu achei um homem que presta!"
"Quem é Ed?"– Pergunto tentando lembrar de algum ficante novo da Emily.
"O cantor sua idiota, a gente vai no show dele amanhã!"
"Ahh, o cantor, o show... uhum, lembrei! Nós vamos? No que canta a música don't?"
"Sim esse mesmo! E depois vamos no seu camarim e então eu e ele vamos nos conhecer e nos apaixonar e seremos felizes, porque ele é o único que presta!"
"Sim! O Ed sabe o que é ser traído de acordo com a música."
"Vamos fazer uma promessa. Nada de homens na nossa vida, apenas o Ed."– Ela diz sério.
"Eu não conheço ele mas tudo bem! Ele não pode ser pior que o Dylan! E sem falar que ele vai ficar no canto dele fazendo musicas ótimas e eu vou ficar no meu escutando elas. Nada de homens na nossa vida! Apenas o Ed!"
"Isso! Apenas o lindo do Ed."– Ela diz e se levanta do chão onde ela estava sentada.
"Mas agora vamos dar um super fodasse pros senhores soldados e continuar a beber porque eu só comecei a ficar tão louca quanto eu quero, e hoje é um dia especial, o dia da libertação dos homens, quero muito mais que isso, vamos comemorar."– Ela corre pra cozinha e pega um copo com alguma bebida misturada e bebe de uma só vez.
"A todos os homens filhos da puta. E ao Ed! Que é o único que presta."
"Amém!"– Eu digo e nós começamos a rir sem parar.

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