Fiquei completamente assustado após ela ter saído de casas às pressas. O barulho da porta sendo jogada contra o batente parecia que nunca se acalmava e meu irmão, que já passara o dia inteiro irritado, gritou para mim:
— Cale a boca, não vê que estou ocupado!
Solto um palavrão baixo direcionado para meu irmão, que, por pura sorte não me ouviu. Passo a mão por meus cabelos úmidos pelo que banho que terminara em minutos.
Lembro-me de quando ela havia se jogado em meu sofá, o que não fazia muito tempo, fora a primeira vez que a vira tão relaxada pois, ela sempre mantinha sua postura ereta e sentava como uma dama. Mas eu acho que é por causa de seus rígidos pais que sempre buscavam o melhor de sua filha, não toleravam erros nem falhas dela, por isso não me surpreendia ver uma garota tão bela, mas também tão inteligente e educada. Às vezes tinha pena dela.
Quando ela era mais nova sempre estava aprontando, tanto na escola como também em casa e seus pais a corrigiam de uma forma não muito agradável, mas havia boatos na escola de que havia uma cicatriz que ia de seu peito até o quadril. Ninguém sabe como aquela cicatriz surgiu e nem sabemos se era verdade, ninguém teve coragem de perguntar a ela.
Eu não deveria ter dito aquilo para ela, a deixou tão irritada e agora ela deve estar com muita raiva de mim, será possível que ela ainda queira olhar para a minha cara? Não! Pare Nathaniel, você só esta sendo dramático, ela não ficará com tanta raiva a esse ponto.
Ou será que não?
Mente estúpida.
Subo para meu quarto trancando a porta para poder terminar de me arrumar. Pego meu perfume Calvin Klein One e passo em meu pescoço e pulsos um tanto consideravelmente razoável. Pego minha loção pós barba e passo em meu rosto para dar um toque final, me olho no espelho pensando que já estava bem para ir a festa de meu amigo Christopher Baladero.
Se o sobrenome dele não fosse Holland, eu poderia jurar que aquele seria o verdadeiro nome dele.
Mas não era.
Saio do quarto sem levar comigo nada além da roupa que usava em meu corpo e as chaves do meu carro, o barulho dos ventos que sopravam pelo ar soavam como sinos sobre um dia de outono. Saindo pela porta a primeira coisa que pude perceber foi uma coisa que brilhava no chão, me agacho até ele e mexo no objeto vendo que era uma pulseira de ouro.
Me levanto da onde estava e com a ajuda da luz da entrada consigo identificar um pingente com o nome de alguém. Katherine. Provavelmente ela deve ter arrebentado depois dela sair de casa, quem sabe eu poderia devolver para ela agora e aproveitar para dar essa desculpa para poder conversar e pedir desculpas pelo que eu falei. Mas já estava tarde e eu iria me atrasar para a festa de Chris e como eu conheço aquele cara, sei que ele vai se irritar comigo, então penso na possibilidade de ir amanhã na casa dela ou entregar na escola mesmo.
Decido que iria na casa dela de tarde, pois sabia que os pais dela não estariam lá e eu poderia conversar com ela sem me preocupar e na escola, bom, na escola não é um lugar muito quieto e calmo o suficiente para conversar em paz.
Guardo a pulseira no bolso de minha calça jeans e volto a andar até o carro, desligo o alarme e destranco o carro, entrando no mesmo e me sentando no banco de couro. Antes de ligar o carro fico imóvel por alguns minutos olhando através do para brisa. As estrelas já transpareciam pela noite escura e a lua brilhante no céu seria capaz de iluminar uma grande cidade apagada, adorava ver as estrelas e ás vezes, a noite eu gostava de deitar sobre a grama e identificar as constelações e ver os planetas com o meu telescópio.
A noite sim poderia ser muito bonita e as estrelas não se comparavam ao brilho dos olhos de Katherine e ao olhar para a lua, seu brilho se tornava o mais inconfundível entre tantos planetas.
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Cartas Para Meu Amor (HIATUS)
Любовные романыUma pequena carta poderia fazer alguém se apaixonar? Desde o primeiro momento em que ele a viu, com aqueles cabelos longos voando conforme a brisa do verão, ele chegou a conclusão de que aquele seria seu amor verdadeiro o qual iria se casar. Mas s...