Katherine

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Ligo o carro de meus pais e olho pela janela uma última vez, suspiro e vejo algumas estrelas cintilando no céu e algumas lembranças que não queria me lembrar invadem minha mente. Não era ruim, é só saudade do passado.

(...)

— Está vendo aquelas estrelas que formam uma cruz? — Ele aponta para o céu.

— Sim — sorrio.

— Então, aquela é a constelação das Três Marias, e você pode encontrar a Alnilam, Alnitak e Mintaka. Estas fazem parte de Órion, sendo seu cinto ou cinturão. Próximo ao cinturão é possível ver quatro estrelas brilhantes, duas acima e duas abaixo do cinturão, formando uma figura que lembra asas de borboleta. E essas formam "Órion".

Eu conhecia a história de Órion, Esta é uma das mais bonitas do céu noturno, e representa a figura mitológica de um caçador ou de um guerreiro gigante em companhia de seus dois cães de caça, representado pelas constelações Cão Maior e Cão Menor que estão próximos a ele. Na mitologia grega, Órion foi perseguido e ferido mortalmente por um escorpião enviado para matá-lo. Esses dois personagens, Órion e Escorpião, tornaram-se constelações, e foram postos no céu em oposição: quando Órion está se pondo no oeste, Escorpião está nascendo no leste.

— E ao lado das Três Marias — ele prossegue olhando um pouco para o céu procurando. — Está o Cruzeiro do Sul. Tome cuidado para não confundir o verdadeiro com o falso.

— Não vou confundir — rio fraco. — O meu professor disse que um jeito de se lembrar também é pelo tamanho. A verdadeira é menor do que a falsa e também... — mordo os lábios. — Entre aquelas duas estrelas há uma pequena chamada "Intrometida".

— O Cruzeiro do Sul, para os gregos antigos, pertencia à constelação do Centauro. — ele começa dizendo. — Os navegantes europeus no século XVI transformaram essa parte do Centauro em outra constelação e a chamaram de Cruzeiro do Sul. Por sua vez, o cruzeiro ajudava nas rotas dos navegantes, pois o eixo maior da cruz aponta aproximadamente para o pólo Sul celeste.

Ele olha para o céu procurando a estrela e assente ao encontrá-la. Dou mais uma olhada nas estrelas que conseguia ver, a claridade da cidade não nos permitia identificar algumas estrelas ao horizonte. Mas mesmo assim era encantador e fascinante olhar para a escuridão e ver pequenos pontos brilhantes. Cada uma tinha uma história.

É incrível que antigamente os navegadores usassem as estrelas para se localizar no mar sendo que hoje eles apenas usam uma bússola. Uma coisa tão simples que parece que sempre existiu.

— Quando você olha para a lua, o que você vê? — digo soltando um riso fraco.

— Eu vejo uma rodela de queijo — ele ri.

— Deixe de ser gordo Nathan! Bom, já eu vejo o desenho de um coelho.

— Primeiro, eu não sou gordo e segundo, parece sim haver um desenho de um coelho.

— Eu disse.

— Espertinha — ele ri.

— Nunca.

Nós rimos uma última vez, depois meu olhar se volta para o céu. E lá estava, o "Órion" brilhando no céu, sorrio fraco e coloco uma mexa de minha franja para trás da orelha. Solto um bocejo rápido e olho em volta percebendo que Nathan me olhava.

Ele sorri, eu sorrio. Então ele aproxima seu corpo do meu.

Abaixo o meu olhar para meus pés e mordo os lábios. Pisco algumas vezes e respiro fundo. Ele gostava de mim?

Cartas Para Meu Amor (HIATUS)Onde histórias criam vida. Descubra agora