Cap. 15 - Hello

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HELLO

c l a r i s s e 

Clarisse acordou pessima naquele dia. Na verdade, ela havia acordado assim nos ultimos dias; ou melhor, desde que havia se separado de Chris de uma forma traumatica. Ela estava louca para dividir isso com alguém, mas não podia. Porque? Apesar de tudo, Carisse não tinha amigos com quem dividir coisas tão profundas. Gostava de Annabeth e Nico, mas e aí? Ela mal os conhecia. O que lhe restava, era guardar aquela dor para si. Ela era filha do Deus da Guerra. Ares jamais se orgulharia dela se soubesse desse teu lado sentimental e babaca. A morena suspirou e num gesto de coragem se levantou da cama. Odiava a imagem que o Acampamento tinha dela. Odiava o fato de todo mundo acha-la insuportavel. Ela era garota comum; tinha os geneses do Deus mais violento, mas ainda assim era comum. Queria amigos verdadeiros, amores duradouros, felicidade real. Era de mais pedir isso?

Lá pelo meio do café da manhã ela percebeu que sim, era muito pedir isso. Seus irmãos estavam tão concentrados no tal baile, que mal notaram ela sentar-se amuada no canto da mesa. Nenhum deles, NENHUM mesmo, olhou-a.

O café da manhã não tinha acabado ainda quando a filha de Ares se ergueu da mesa e caminhou para fora, tentando não correr. Lágrimas enchiam seus olhos a cada passo. Porque Chris havia feito aquilo com ela? Porque ninguém notava sua dor?

— Clarisse? - Uma voz familiar chamou enquanto ela rapidamente se afastava do pavilhão do refeitorio. Ela rapidamente tratou de engolir o choro, uma coisa que havia aperfeiçoado ao longo dos anos.

— Oi. - Ela disse mantendo sua voz baixa. Temia erguer seu tom de voz e sem querer deixa-la falhar.

— Você ainda quer ir ao baile comigo? - Nico perguntou e esboçou um sorriso gentil em seus lábios. Clarisse quase chorou novamente. Fazia tanto tempo que alguém não a tratava com gentileza e carinho, que só esse pequeno ato a deixava vulneravel.

— Claro. - Ela respondeu enquanto olhava suas botas. Nico, que estava mantendo uma distancia respeitosa até o momento, deu dois passos para frente, ficando perto o suficiente para falarem baixo e sem ninguém escutar. Surpreendendo-a, o filho de Hades segurou sua mão.

— Saiba que eu entendo de dor melhor que ninguém e não te acharia fraca por estar sofrendo. Todos nós somos fortes a nossa maneira, ficarmos tristes de vez em quando não muda isso.

Clarisse ficou pasmada por um momento. Havia esquecido completamente o incidente com seu tornozelo. As vezes doía para cacete, mas nada mais que isso. Era uma dor incomoda, mas não isuportavel. Era disso que se lembrava: da dor da fratura, do sangue subindo para sua cabeça e só. As vezes o sussurro que a deixava apavorada a noite, o sussurro da propria morte, dizendo que não poderia mais poupar Nico, deixava-a também sem dormir. Temia por Nico. Depois de tudo que ele passara, será que morreria? E se morresse? Será que seria em prol de outra pessoa? Clarisse não conseguia responder, tinha vontade era de chorar. Em silencio, ela apenas balançou sua cabeça.

— O amor pode machucar Clarisse. É como uma rosa; é bonito e delicado, de longe. Mas quando nos aproximamos, quando sentimos, vêmos os espinhos, vêmos que não é exatamente assim. O amor pode doer, mas ele existe para curar. Não desista de tudo. Não pare de ver a beleza nas rosas só porque uma lhe machucou.

Clarisse nunca imaginou que ouviria algo tão bonito vindo de Nico. O filho do Deus da morte conseguiu, por incrivel que pareça, faze-la chorar. Mas não da forma desesperada que ela fazia nas ultimas semanas. Clarisse chorou com alivio. O amor machucou-a e ela jurou que nunca mais amaria ninguém. Nunca mais entregaria seu coração, mas agora ela via o quão bobo isso era. O amor podia machucar, mas era lindo; pensou em todas as vezes que sentiu-se a garota mais amada do universo, pensou nas vezes que Chris a fez sentir-se linda e unica. Pensou no quão feliz ela foi. O amor pode doer. O amor as vezes doi. Mas é lindo. Loving can hurt, Loving can hurt sometimes. (Photograph, Ed Sheeran)

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