⚪️⚫️ Capítulo 23

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***

Depois de passar o resto do dia em repouso e a receber visitas, acabei por adormecer. No dia seguinte, depois de fazer alguns exames, o médico disse que teria alta ainda nesse dia. Ao final da tarde, os meu pais vieram buscar-me e levaram-me a casa.

Estou agora a preparar-me para ir tomar banho. Entrei na banheira e lavei-me.
Após vestir o pijama, desci até à cozinha e pedi ao Logan que me fizesse um chá para me ajudar a adormecer. Ele preparou-o e deu-mo.

-Obrigada.

-De nada.

Bebi tudo bem devagar, pois estava a ferver e fui dormir.

***

Acordei e como o médico disse que só poderia ir para a escola na próxima semana, vesti uma roupa para andar pela casa e fui comer qualquer coisa.

- Bom dia! Estás a sentir-te melhor? - pergunta o Logan enquanto pousa à minha frente um tabuleiro cheio de comida.

-Sim, aliás não percebo porque é que tenho que ficar em casa. Estou perfeitamente em condições para ir para a escola. - disse ao mesmo tempo que levava um morango à boca e bebia um bocado de sumo.

-Ordens do médico.

- Que seca...

Acabei de comer e decidi ligar ao Peter. Com esta confusão toda acabei por não falar mais com ele.

Chamada on

- Estou? Amy?

- Olá Peter.

- Ainda bem que estás bem. Eu fui te visitar ao hospital, mas tu ainda estavas inconsciente.

-Pois a Kate disse-me. Mas eu quero mesmo saber se tu estás bem, o Alex fez-te alguma coisa?

-O Alex ?

- Sim.

- Não porquê?

- Mas tu não.... Ele não te prendeu ou fez te refém?

Ouvi-o gargalhar.

- Claro que não. Ele apenas disse para eu me afastar de ti quando fui falar com ele.

-O quê? Então ele enganou-me.

- Calma explica-me isso melhor.

- Bem... Nós estávamos no casamento e ele... Bem ele passou-me um papel onde dizia que ele te tinha e que só te deixava ir embora em paz se eu disse-se que sim.

-Amy...

- Eu não sabia o que fazer. Tive que ceder... Eu tive tanto medo que ele te magoa-se outra vez. E além disso, eu depois no carro ouvi uma chamada em que ele dizia que já podiam deixar-te ir e que não precisava mais de ti.

- Amy eu não sei o que dizer. Eu...

- Não eu fui uma idiota. Eu não fui capaz de dizer que não. Eu deixei-me enganar por ele.

- Amy não te culpes. Tu fizeste a escolha certa. E eu agradeço-te por teres feito isso por mim.

- Mas era mentira.

- Calma não fiques assim. Fazemos o seguinte, sábado à tarde passo por aí e levo-te a passear ok?

- Mas não pode ser amanhã?

-Não o médico disse que pelo menos tinhas que ficar dois dias em casa. Hoje e amanhã descansas, depois divertimos-nos.

-Pronto ok. Beijos, adoro-te!

-Eu também pequena.

Chamada off

Que raiva! Sinto-me uma idiota. Como é que eu me deixei enganar assim tão facilmente?!

Fui para a sala e vi um filme. Depois de almoçar, fiz uma pequena sesta no sofá, que foi interrompida com o barulho da porta a bater e de vozes.

Levantei-me e ajeitei o cabelo que estava todo despenteado.

- Olha quem é ela. - ouvi a voz do ser mais desprezível à face da terra.

Caminhei para junto dele e dos amigos.

- Idiota! - espetei uma estalada na cara dele- Estúpido! Anormal! Mentiroso! Cabrão!

Dizia com lágrimas a querer sair pelos meu olhos, enquanto dava socos no seu peito e os amigos dele olhavam para mim como se eu fosse uma doida qualquer.

- Fil...

Não consegui acabar o que ía dizer, pois ele agarrou-me as mãos, impedindo que eu bate-se mais nele.

-Deixem-nos a sozinhos! - ordenou para os outros dois, que mal ouviram aquelas palavras desapareceram da sala.

- Eu odeio-te!

- Vou fingir que não ouvi isso.

- Porquê?

- Porquê o quê?

- Porque é que me mentis-te? Tu enganaste-me.

- Ah isso. - disse na maior das calmas- Tinha que fazer alguma coisa para te controlar.

- Me controlar? Tu pensas que eu sou o quê?

- Bem neste momento a minha mulher que está um bocado doida.

- Seu...

Tentei dar lhe outro murro, mas ele agarrou as minhas mãos com mais força ainda.

- Sabes em vez de estares aí a criticar-me, devias agradecer-me.

- Eu?

- Sim. Ninguém te disse quem te salvou?

- Disseram sim, mas a única coisa que tenho para te dizer é que preferia ter morrido a ter que voltar a olhar para a tua cara horrível outra vez!

- Ambos sabemos que isso não é verdade. Ambos sabemos que gostas-te de cada beijo que te roubei naquela noite. Ambos sabemos que não consegues viver sem mim.

- Que piada. Era para me rir?

Ele revirou os olhos, puxou-me para perto dele e antes que eu pudesse fazer alguma coisa, beijou-me.

Não sei porquê, mas fiquei quieta. Não correspondi, mas também não me afastei. Apenas fiquei ali sem me mexer. Quando ele afastou os nossos lábios, mordeu levemente o meu lábio inferior e nesse preciso momento, senti um arrepio percorrer o meu corpo inteiro.
Mas o que é isto? Porque é que estou assim? Olhei para ele e vi-o sorrir de lado. Rapidamente voltei a mim e liguei para a vida.

-Mas... O que é que... Quem é que tu pensas que és.

- O teu marido. E como tal tenho o direito de fazer isto e muito mais.

Olhei para ele incrédula e espantada com aquelas palavras e com os olhos bem arregalados.

- Mentaliza-te que tu és minha e que por mais que tentes fugir de mim, nunca vais conseguir. E sabes porquê? Porque eu controlo-te e porque tu não queres fugir.

Abri e fechei a boca várias vezes para falar, mas as palavras não saíam. Ele viu que fiquei sem reação e soltou uma pequena gargalhada.

- Escusas de procurar palavras, pois sabes que tenho razão.

Dito isto foi-se embora. Fiquei ali em pé, pasmadas e sem qualquer tipo de movimento ou reação. O que é que me deu?! Eu... Que é isto?!

Segundos depois, sacudi a cabeça e fui para o meu quarto. Tomei um banho para tentar tirar aquelas palavras da minha cabeça, mas simplesmente não dava. Acabei por ficar o resto da tarde no quarto. Não desci para jantar porque além de não ter fome, não queria cruzar-me com ele. Tomei um comprimido que o médico me deu para tirar as dores de cabeça e adormeci a ler um livro.

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