Mudanças

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Levantei da cama rápido demais,  ficando um pouco tonta com o impulso. Fui até meu banheiro, e no espelho me vi: uma garota de olhos castanhos, com o cabelo que mais parecia uma cascata de vários tons de loiro que acabava em sua cintura com grandes cachos, sua pele branca estava marcada por conta do forro da cama, isso me fez sorrir lembrando de como minha pele era sensível, minha boca que era de um tom avermelhado naturalmente estava com aparência ressecada, meu corpo, estava coberto por uma camisa gigante que meu pai me dera a muito tempo, antes de se divorciar da minha mãe.
Sem muita coragem entrei no box do banheiro para tomar um banho gelado. não lavei meu cabelo, apesar de que estávamos no verão, ainda sim estava frio, pelo menos à aquela hora da manhã. Enquanto escovava meus dentes escutei os primeiros ruídos de que havia alguém acordado em casa além de mim, provavelmente minha avó. Já vestida voltei ao espelho, desembaracei todo o meu rebelde cabelo, e fui comer para ir acordar minha mãe e a May, minha irmã mais nova, que não sei como ainda não trocamos tiros sem querer querendo uma na outra.
(...)
Estava caminhando pelo longo corredor, quando ouvi alguém gritar meu nome. Me virei e lá estava Jade, minha amiga mais louquinha.
-Bom dia Jade! -Eu disse feliz e ela foi comigo até nossa sala de aula, para deixarmos nossas mochilas lá.
-Você está com cara de sono, Dri. - Ela disse.
-Não é só a cara - Nós rimos - vou dormir na aula de artes, pode apostar!
-Não aposto mais nada com você! Sempre perco... - Ri bastante enquanto saíamos da sala. Meus olhos encontraram os dele, vi um sorriso se abrir em seu rosto e ele com certeza também viu no meu. - Já vi que vai me trocar pelo seu namoradinho. -Jade reclamou.
-Ele não é meu namoradinho- ela me olhou com muita ironia no olhar - e nunca vou te trocar por nada e por ninguém, amigos não fazem isso. Ele só precisa da minha ajuda entende? - Jade revirou os olhos. - Amigos se ajudam!
-taaa, já sei. - Ri de novo. Caminhei até onde Gus estava e ele me puxou para um abraço de surpresa. Seu cheiro inconfundível invadiu minhas narinas e eu fechei os olhos e retribuí o abraço.
-Loirinha! - Adorava quando ele me chamava assim. - Eu estava com saudade de você, sabia?
-Para de mentir, Augustus. - Senti que ele riu - Isso é feio sabia? - ele me solta pra poder me olhar. Olho nos seus olhos verde azulados.
-Às vezes tenho vontade de te bater. - eu soltei uma gargalhada. - Quando eu tento ser verdadeiro você faz isso - ele riu comigo desta vez.
-Você tenta... mas...
-Nem ouse terminar isso. - ri mais uma vez. Depois de alguns segundos de silêncio ele pergunta- você vai hoje?
-Pra festa da Julie? -Ele assentiu. - Vou sim. Você vai?
-Vou. - ele olha pra suas mãos - Sabe dizer se "ela" vai?
-Uhum. Ela vai tá lá.
-Okay. Vou subir para colocar a mochila, já volto. -Assenti com a cabeça.
Katherine. Katherine. Katherine. Ele só pensa nela, só fala nela, acho que até o coração dele bate no ritmo das sílabas do nome dela. Chega a ser estranho a obsessão, mas eu só não digo a ele por que quero ajudá-lo a ficar com sua menina dos sonhos. Gus não demorou tanto pra descer as escadas.
-E aí Dri, você vai com quem? - Gus me perguntou e começamos a andar. -Acho que sozinha. Por que?
-É que... já que íamos sozinhos... eu vou na sua casa te buscar então, ok?
-Claro - Disse sorrindo, eu não esperava que ele dissesse isso do nada.
-A Katherine não vai estar na sua casa não né? - De novo Katherine...
-Não... - Eu ia continuar falando mas ele me interrompeu.
-Ainda bem. - Que? Como ainda bem?
-Não entendi essa, Gus. - eu disse com cara de interrogação.
-Vem cá. - Ele me chamou pra sentar nuns baquinhos que tinham perto do bebedouro. - Eu tenho que te explicar umas coisas, mas tem que ser só eu e você -O sinal tocou, interrompendo nossa conversa. Gus ignorou o toque e continuou falando
-Eu não tô aguentando mais. A situação de eu estar gostando dela e ela não dá a mínima pra mim. - ele parecia estar com raiva ou algo assim - Ela diz que não quer nada comigo e eu paro de falar com ela e depois ela vem falar de novo comigo e eu sempre me deixo ser levado pelas conversas dela. Eu não sou o bonequinho dela que ela pode fazer o que quiser na hora que quiser comigo. - meu queixo caiu, eu quase bati palmas pra ele. Finalmente ele tinha caído na real, eu não esperava isso nunca. Não calculei o tempo do silêncio entre nós. - Você vai ficar calada mesmo? - ele me perguntou e eu ri.
-Depois dessa fiquei sem palavras, sorry. - ele riu.
-É sério loirinha...
-Eu tô surpresa, Gus. Eu sempre tentei falar isso pra você sem que te magoasse mas nunca consegui e agora você finalmente conseguiu ouvir o que todos tentam lhe dizer. Eu estou feliz por você. Mas como você chegou a essa conclusão? Ontem você me disse que queria falar cmg sobre ela e tal...
-O que vocês estão fazendo aí? - Adam, diretor do ensino médio da escola, nos assustou e eu percebi que já não tinha mais ninguém no patio.
-Desculpa Adam! - Gritei e Gus me ajudou a levantar.  

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