Capítulo 01

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A caminhada aos domingos eram encantadoras. O ar da natureza calma, tranquilizava os meus ouvidos e alma. Orlando sempre foi um dos lugares mais visitados e agitados. Mas aos domingos, os melhores domingos. Caminhei com os pensamentos aéreos até a cafeteria mais próxima de casa, na qual é a que visito com mais frequência. Entrei na cafeteria e o sino preencheu os meus ouvidos e o local, e até mesmo isso era libertador. Me concentrei em ir até a mesa de sempre, perto da enorme janela de vidro, sendo acompanhada pela atendente que sempre me recebe nas manhãs de domingo.

Evy. Esse era o seu nome. Me perguntou se queria o mesmo de sempre e obteve uma concordância em forma de sorriso. Cappuccino. Cappuccino e torradas eram os de sempre nas manhãs de domingo. Do lado de fora da janela, eu reparei em um homem aparentemente azoado e brusco ao celular, ele vinha em direção a entrada da cafeteria, oras, não gostaria de um transtorno em um lugar tranquilo como este. O homem sentou ao meu lado, perto do balcão, e desajeitadamente despejou seus pertences aparentemente de trabalhos, em cima da mesa. Pediu um café extra quente, puro, enquanto berrava ao celular.

Chateada. Essa é a palavra certa para contar como eu estava. E com razão, não tomei meu café da manhã em paz. Eu o observei e tentei entender o motivo de estar tão bravo naquela manhã de domingo. Parecia estar tremendo, talvez tenha sido isso mesmo, pois no momento em que pegou no café, arregalou os olhos e boca em mega espanto, derrubando em sua camisa branca social. Já que na cafeteria haviam só uma senhora com netinhos, eu levantei para ajudar. Ele estava em pânico em relação ao café e algum ocorrido na ligação no celular. O perguntei se poderia ajudar e antes que desse resposta, eu já estava o ajudando.

Fiquei curiosa sobre todo o seu trabalho que parecia mais para tirar a paciência de qualquer um, mas também curiosa com o contato demorado entre nossas mãos que se cruzaram enquanto tentavamos amenizar a bagunça. Ele sorriu e eu sorri também.

- Droga, Spaker. Por que me acordar na melhor parte do sonho?

Eu sabia que ele não iria responder, mas eu estava irritada demais com o latido do meu cachorro. Mesmo depois de ter levantado, eu não tinha entendido o motivo pelo qual me acordou, afinal ele só faz isso quando eu estava atrasada.
AI MEU DEUS, EU ESTOU ATRASADA. PELA SEGUNDA VEZ EM DUAS SEMANAS.

Me alarmei na mesma hora, com medo do meu chefe. Eu não posso perder o meu emprego. É o primeiro emprego que arranjei quando terminei a faculdade de Engenharia. Arrumei os cabelos de algum jeito desengonçado. Uma camisa branca social e calça pantalona preta. Os documentos da nova reforma da empresa talvez estivessem tão bagunçados quanto o meu cabelo. Estavam espalhados e o máximo que pude fazer foi segurar todos em uma mão, o outro braço estava ocupado por minha bolsa de trabalho que já não permitia a entrada de mais nada.

Eu precisava também de comida, porque eu não funciono sem comida, simplesmente não dá. Decidido então, eu iria hoje a cafeteria mais próxima da minha casa. Preciso mesmo de um café extra quente, e puro.


Conto - Um sonho vira realidadeOnde histórias criam vida. Descubra agora