Eu estava bastante nervosa. Já aceitei trabalhar aos domingos daquele mês, para que o chefe avaliasse o meu trabalho. Ainda por cima tive que aturar as diversas reclamações do rabugento. Menti para ele sobre o atraso, contei que minha mãe havia se acidentado na escada e precisei acompanhar ela ao hospital. Ele ainda me liberou até depois do almoço. Trouxa.
Dentro da cafeteria, com o meu café em mão, o meu chefe discutia comigo sobre uma nova construção. Começou contando que não me queria mais em obras pequenas, e me transferiu para novas. Novas e grandes. Pulei de alegria, animada e contente com o meu trabalho. Pulei tanto que esqueci o café na minha mão.
Por essa novidade eu tive a camisa social molhada. Molhadinha de café. A minha lerdeza já é motivo de vergonha, pra completar isso, ainda em público. Diante desse pensamento, eu olhei ao redor a procura de olhares, reparei na senhora com netos, garçonetes e um homem. Um homem que tinha a testa franzida como se estivesse confuso ou até mesmo avaliando a situação. O mesmo levantou para me ajudar.
Foi desconfortável ter permitido a ajuda de um desconhecido, mas eu deixei, deixei com meu silêncio e ele entendeu com o olhar. Em algum momento, nossas mãos se cruzaram com aquela bagunça toda e inevitavelmente esqueci dos problemas que a poucos segundos me incomodavam. Porque ele sorriu, e eu sorri também.
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Conto - Um sonho vira realidade
NouvellesVocê já se perguntou o por que que sonhamos? Pra que função ele tem? Pois bem, Francesca te mostrará nesse conto que cada sonho é algo oculto de nós mesmos, e que cada sonho poderá virar realidade.