O Inevitável

Capítulo 4

Uau, como estou cansada! Nunca imaginei que ficaria tão exausta por causa de 4 garotos. Meus encontros foram bem agradáveis, Henri como sempre foi gentil, apesar da nossa difícil compreensão na hora de conversar. Ean novamente tocou no assunto da proposta. Acho interessante o fato de que se eu não conseguir achar o amor verdadeiro eu poderia contar com ele pra ser meu parceiro. Mas eu sinceramente espero encontrar o amor. Hale foi agradável e bem legal. Mas com ele eu não consigo me abrir, não consigo ficar 100% relaxada. Fox, engraçado e inspirador como sempre, falou sobre sua família, como era sua vida antes da Seleção.

E aqui estou eu. No meu quarto esperando o Kile para irmos pra um lugar especial para termos nosso encontro.

—Alteza! —ele me cumprimenta quando abro a porta.

—Kile! Estava te esperando. Vamos!

—Pra onde?

—Surpresa!

Seguimos pelo palácio em silêncio. Quando percebi estava segurando a mão de Kile. Esse menino me deixa assim, nem eu mesma me reconheço. Passamos pela biblioteca, entramos em uma portinha escondida lá, subimos a escada e saímos no terraço. Ele estava todo decorado para nós, com luzes e almofadões. Tinha uma mesinha no centro com nosso jantar. Estava tudo muito lindo, as estrelas super visíveis.

—Eadlyn, está incrível!

—Está sim, me lembre de dar os parabéns para Neena.

—Ela que preparou tudo isso? Ela realmente merece parabéns.

Sentamos em algumas almofadas e jantamos. Depois, deitamos para olhar as estrelas.

—Tenho medo de como as coisas vão ser quando tudo isso acabar.

—Como assim, Eady?

—Eu me sinto tão bem. Me sinto bem com você, me sinto bem quando eu não sou a Futura Rainha Eadlyn. Me sinto bem quando sou apenas a Eadlyn, quando você é apenas o Kile, e quando minha família é apenas minha família, e não a Família Real de Illéa.

—Não é fácil pra mim também, Eady. Cresci escutando que eu não faço parte da família real, como você mesmo fazia questão de me lembrar todas as vezes que nos esbarrávamos, e nunca entendi porque vivíamos aqui. Nunca me senti em casa. Sempre sonhei em sair daqui, alugar um apartamento no Litoral, fazer minha faculdade de Arquitetura e arrumar um emprego.

—Desculpa por isso, Kile. Eu sempre fui tão egoísta. Desculpa por te prender aqui todo esse tempo. Eu nunca tive uma vida de verdade. Nunca pude sonhar com a Universidade e nem me preocupar em arrumar um emprego. Nunca pude fazer planos de dividir um apartamento com a minha melhor amiga, até porque eu não tenho nenhuma. Me desculpa por transformar sua vida numa prisão.

—Ei Eady, deixe eu terminar. Primeiramente, você não tem que me pedir desculpas por nada. Se eu to aqui neste momento é porque eu quero. Caso contrário, pediria pra você me mandar embora, e se você não concordasse, transformaria sua vida num inferno hahaha. Eu nunca me senti em casa, sempre faltou algo. Aí quando eu finalmente ia me livrar disso tudo aqui, você apareceu completamente mudada e mudou minha vida. E lembra que eu disse que eu nunca me senti em casa? Que estava me faltando alguma coisa?

—Lembro.

—Eu achei o que faltava.

—Ah, achou... E o que seria?

—Você. Eadlyn, eu to muito apaixonado por você! De verdade, penso em você 24 horas por dia. Hoje eu contei até os segundos pro nosso encontro.

—Eu... ahn...

—Eady, não se sinta pressionada. Me desculpa, não poderia ter jogado tudo isso em cima de você.

—Kile, eu também to apaixonada por você. É difícil admitir, eu tenho um conflito interno com esse tipo de sentimento, é uma longa história.

—Então você gosta de mim?

—Muito, muito, muito!

E dito isso nós nos beijamos. Passamos nossa noite assim. Entre beijos, abraços, risadas e carinhos.