BASEADO no livro A Herdeira (Kiera Kass).
Eadlyn é a princesa herdeira do trono. Seus pais queriam que ela tivesse uma oportunidade de conhecer e viver o amor assim como eles, América e Maxon. Mas Eadlyn achava que não precisava se apaixonar e muito...
Conhecer Will me fez parar de pensar o tempo todo em Kile. Ele e Perrie me fizeram rir e descontrair toda aquela angústia que eu estava sentindo.
Enquanto meus pais e Madame Marlee pareciam estar no dia mais feliz da vida deles, a namorada de Kile me encarava emburrada, sentada em uma mesa no canto do salão bem distante de onde estavam os outros amigos deles.
— É sempre assim? — perguntou Will animado. — As festas de vocês são sempre animadas assim?
— Sim, o pessoal daqui do Palácio adora uma festa.—respondi enquanto nos servíamos de uns quitutes que tinham na mesa de frios.— Minha mãe e Madame Marlee tornaram o Palácio muito mais animado. Algumas pessoas contam que meu avô não era muito festivo.
— Você também não o conheceu, não é?— comentou a Perrie num tom um pouco pra baixo.—Temos isso em comum também. Mas minha mãe conta que ele não era lá uma pessoa muito boa. Era frio, só se importava com ele.
— Sim. Minha mãe costuma pedir para que não toquemos muito no assunto do vovô por causa do meu pai. Eles tinham alguns problemas, além do meu avô ser completamente contra a permanência da minha mãe aqui.
— Não entendo como alguém possa ter algo contra seu pai.— Will comentou.
— Existem coisas que não se explicam.— comentou Perrie dando de ombros enquanto encerravam o assunto.
Sentamos numa mesa perto da pista de dança e embarcamos numa conversa sobre Will e sua família.
POV Kile
Enquanto Judy, Austin e Megan dançavam eu olhava em volta do Salão para localizar Eadlyn. Não a via havia um tempo, estava começando a ficar preocupado. Resolvi buscar um drink e quando estava voltando esbarrei com ela.
Minha vontade era de abraçá-la. Eu queria dizer o quanto ela estava linda e o quanto eu sentia sua falta. Mas quando me aproximei para cumprimentá-la ela logo fez menção de se afastar e estender a mão. Isso me acertou em cheio.
Logo apareceram duas pessoas, um menino e uma menina pra interromper nossa conversa. Nenhum dos dois me pareciam familiar, porém desde que cheguei percebi que ela e Eadlyn eram bastante grudadas. O menino se apresentou e eles começaram um assunto, como se eu fosse invisível. Nunca me senti tão mal. A menina, que se apresentou como Perrie, me deu um tapinha nas costas saindo de fininho junto com eles enquanto eu permanecia parado ainda não acreditando na indiferença com que Eadlyn me tratou.
—Claro. Sabia que tinha vindo falar com a Princesinha.— ouvi Megan dizer atrás de mim e me virei.
—Não é hora de ter ciúmes, ok?—respondi sem paciência.
—Ciúmes? Você me deixou sozinha lá e veio correndo falar com a sua ex. Você ainda a ama, óbvio.
— Megan, você não estava sozinha. E para com isso, você é minha namorada. A Eadlyn é uma amiga, morei com ela aqui a vida toda. Vim apenas dar um oi pra ela.
— Eu sou sua namorada somente porque ela não pode ser.— Megan falou e saiu andando. Sentou sozinha numa mesa distante.
Voltei pra onde Austin estava, dessa vez sozinho. Ele me olhou e deu um sorrisinho.
—Ela ta com ciúmes né?— ele falou olhando engraçado.
— Parece que sim.— comentei revirando os olhos enquanto ele gargalhava.
— Kile, nós dois sabemos que ela tem mais do que motivos para isso. Você não sossegou enquanto não foi falar com a Eadlyn.
— Eu precisava falar com ela. Eu ainda preciso. Não conseguimos conversar e eu tenho algumas coisas para colocar em ordem.
—A questão agora é ela querer conversar com você.— ele disse tomando um gole do drink.
— Vou dar um jeito. Convivi com ela muitos anos e ela sempre teve esse gênio terrível. Eu sei mais do que ninguém aqui como fazer ela me ouvir.
— Se você diz...
Então sai do Salão e fui pro meu quarto. Decidi que por hoje eu não queria ter de lidar com o ciúmes de Megan. Quando abri a porta e olhei a cama as lembranças me vieram como uma surra. O quarto estava exatamente da forma como deixei ao deixar o Palácio. A cama bagunçada, maquetes agrupadas em uma mesa, umas roupas numa cadeira na escrivaninha, um poema pendurado no meu quadro de anotações. Caminhei até lá e puxei o papel. Era o poema que eu escrevi para a Eadlyn num dia de verão enquanto namorávamos no meu quarto. Lembro desse dia como se fosse ontem. Comentei com ela de que eu gostava de manter meu quarto bagunçado porque era o único lugar que estava sob meu controle. E ele está assim até hoje. Ela ordenou para que ninguém ao menos entrasse aqui. Me joguei na cama e fiquei encarando o poema enquanto mil outras lembranças tomavam conta dos meus pensamentos.
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