O despertador alarma e por incrível que pareça eu não demoro muito para me levantar. Na verdade, só me levanto com menos dificuldade por pensar que hoje é sexta e último dia de aulas da semana na faculdade. Ou seja, só quero que o dia termine logo.
Hoje o dia está mais frio do que o costume então eu pego uma calça jeans escura, um moletom da universidade e um tênis da nike e as coloco em cima da cama do lado de Vanessa.
Vanessa?
"Amiga levanta, temos faculdade" Até agora não havia dado conta de que ela estava aqui no meu quarto. Pensei que ela estivesse ido embora pela madrugada, mas vejo que não.
Ela geme em reprovação e eu continuo a chamando até que a mesma levanta e segue para o seu quarto, mas antes bateu de cara com minha porta fechada, o que me fez gargalhar bastante.
Vou para o banheiro e faço minhas higienes matinais e quando termino volto para o quarto e pego minha maleta de maquiagens para tentar não sair tão feia na faculdade, as meninas de lá são realmente muito lindas e eu não quero me sentir inferior diante de nenhuma.
[...]
Estou detestando essa fase volta ou não volta da Vanessa com Pedro. Ela dormiu comigo e não me deu um segundo de atenção porque desde que estavamos tomando café da manhã ele ligou para ela e os dois estão discutindo relações até agora, estou com os nervos a flor da pele por dar minha opinião para ela e ela descartar assim que Pedro a liga.
Não abro mais a boca em relação aos dois, está decidido.
Paro no sinal e observo que Vanessa está chorando de novo e que está se controlando para não gritar. Pela primeira vez na vida agradeço por não ser de sua sala na faculdade, pois não queria estar na pele dos alunos e professores que fossem obrigados a aturar um casal brigando por toda a manhã.
O sinal abre e eu sigo com meu carro e então sinto um impacto e sou empurrada para o lado de Vanessa que bateu sua cabeça no vidro da janela com força.
Bateram no meu carro.
Puta que pariu o burro que bateu nessa porra, eu acabei de pagar todas as parcelas dessa droga no mês passado. Minha mãe vai me matar.
Tiro o sinto da minha volta e abro a porta do carro enquanto Vanessa procura seu celular que caiu por conta do impacto. Desço do carro e observo a merda da minha porta um pouco amassada, não é tão grande assim o estrago mas mesmo assim estou pronta para soltar os cachorros no idiota que fez isso, eu estava na minha preferência e ele ou ela avançou o sinal fechado.
Escuto um barulho de porta sendo aberta e olho em direção do carro cinza que tem seu vidro direito do farol quebrado e observo os vários cacos sobre a pista. Um moreno de terno anda em minha direção com um celular em sua orelha e parece observar o amasso que ele fez no meu carro.
"Bom, espero que tenha uma boa explicação para ter avançado o sinal e quase ter me matado" digo nem um pouco amigável e me arrepento do ato assim que o homem levanta seu olhar para mim, caralho.
Seus olhos verdes encaram os meus e eu fico em um verdadeiro transe até que escuto sua voz pela primeira vez e acho que me apaixonei.
"Sim, tenho uma desculpa. Mas acho que não esteja interessada em saber" ele diz e minha vontade é que ele sente e me conte tudo, se abra para mim. Eu realmente não prestaria atenção na história, mas não me importaria de olhar para esse homem por horas.
"mas não se preocupe, assinarei um cheque imediatamente para você concertar" assine seu número também.
Parece que o gato comeu minha língua, pois apenas assinto e continuo olhando aquela maravilha assinando um papel em cima do capô do meu carro.
Quando ele me entrega o cheque quase tenho um infarto quando vejo a quantidade de zeros, pensei que no máximo receberia uns 500 doláres e não 3.400.

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Wrong
Random"Ela gosta quando estou bagunçado e eu gosto de quando ela tira a roupa" Plágio é crime.