36.

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Acordo mais cedo do que o esperado e resolvo me arrumar mais cedo hoje, já que perdi o sono. Entro no banheiro do meu quarto e já começo a tirar minha calcinha para colocá-la no cesto de roupas sujas, vou andando até o box com passos pequenos por conta da minha preguiça matina e finalmente ligo o chuveiro para começar a me lavar com cuidado para não molhar meus cabelos.

Será que Vanessa vai hoje pra faculdade? Prefiro que ela não fosse para evitar meu constrangimento quando ela perceber que eu e Zayn não vamos esconder para a turma que estamos juntos... ou não. Será que ele se arrependeu e vai fingir que nada aconteceu? Ou, sei lá, preferir que ninguém saiba de nós? Afinal, o que temos para ser definido como nós?

Acho que esse banheiro me faz parecer uma adolescente que está namorando pela primeira vez. Por quê estou agindo assim? Isso não é um monstro de sete cabeças, é apenas o Zayn. Ele disse que me queria ontem e eu também quero ele agora, então não tem o porquê desta bola gigante de problemas que estou criando. Desligo o chuveiro e apoio minhas duas mãos na parede com a intenção de relaxar meu corpo e mente. Eu crio problema desnecessários pra minha vida sendo que tudo pode se resolver em um estalar de dedos, mas parece que prefiro me afogar em pensamentos que tentam expulsar um ser da minha mente mas todo o assunto envolve essa peste.

Ando para fora do box e vou para a pia escovar meus dentes, não posso deixar de reparar nos chupões que tem entre o meu pescoço e seios. Sorrio com a escova entre meus dentes, me lembrando da noite que tive com Zayn. Reparo que meu rosto hoje não acordou com nenhuma mancha sequer e meus cabelos não estão em um bad day hair, o que me faz sentir mais atraente ainda. Cuspo a pasta na pia e enxaguo minha boca, para depois secá-la com a toalhinha de rosto.

Me enrolo em uma toalha e vou andando até o meu guarda-roupa após sair do meu banheiro. Abro as portas do gurda-roupa e não encontro nada do meu agrado, acho que tenho algumas roupas no quarto de Vanessa, mas não tenho disposição o suficiente para querer procurá-las. Decido pegar um moletom com as siglas da faculdade e não acho que seja uma má ideia, bom, pelo menos não serei a única. Sinto meu estômago implorar por comida e decido largar as roupas em cima da cama e seguir para a cozinha, já que toda esta tarefa de procurar roupas me deu fome. Vou descendo os degraus de dois em dois, segurando com cuidado as bordas da toalha para que assim ela não caia, e assim que chego no último degrau me assusto  com uma imagem  masculina na sala de estar.

Eu não acredito.

Puta que pariu, eu não acredito. Porra!!

Tento controlar minha respiração e penso seriamente em voltar os degraus e avisar que Vanessa tinha razão sobre esse babaca, mas minhas pernas parecem ter congelado nesse degrau e quando penso que não pode piorar.. Escuto passos cada vez mais próximos e não sei se corro ou choro por ter me metido nessa situação ridícula.

Quando tomo coragem para enfrentá-lo e seguir para a sala, nossos corpos se chocam, o que me faz cambalear para trás e dar um forte e agudo grito, alarmando qualquer ser vivo ou morto desse condomínio.

"Hey, calma.  Deixa de ser louca, sou só eu" escuto a voz de Pedro em desespero e só agora reparei que estou batendo nele. Que vergonha

. Eu não acredito que pensei que fosse a merda daquele psicopata. Na verdade, a psicopata aqui sou eu. Eu estou paranóica.

"Me... desculpa. Eu pensei que fosse.... desculpa, não foi minha intenção te atacar" soo o mais verdadeira o possível e ele assente divertido com toda essa situação.

"Mas que merda foi essa?" Ele pergunta entre risos, o que me faz rir um pouco também.

Isso, relaxa.

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