Wanheda

Capítulo 4

******POV Clarke******

Me sentei em minha cama pensando nas palavras de Roan, "matar Lexa?", eu realmente era a única com o "privilégio" de ficar sozinha com ela, mas sera q eu era capaz mesmo de matá-la? Disposta eu estava, depois de tudo que ela me fez, mas ela é a Heda, Comandante de todos os grounders, o que aconteceria se eu a matasse?

Coloquei a mão sob o travesseiro e encontrei a adaga que Roan disse que encontraria. Segurando ela em minhas mãos me perguntei mais uma vez, "será mesmo que sou capaz?".

Enquanto me questionava sobre isso ouvi uma batida nas portas, provavelmente Lexa.

~ Entre. - Disse escondendo a adaga em meu cinto.

~ Clarke! - Esse costume dela chegava até a ser fofo, mas o que é que eu estou pensando?

~ O que você quer dessa vez? - Fui direta.

~ Eu quero me desculpar pelos meios que utilizei para trazê-la aqui..

~ Isso você já deixou bem claro Lexa.

~ Não, não o motivo disso tudo. - Ela disse um tanto envergonhada em falar sobre isso.

~ Tá, e qual seria esse motivo? - Minhas palavras exalavam impaciência.

~ O motivo para todo esse desconforto que te fiz passar sendo capturada em segredo é que... eu precisava trazê-la para Polis em segurança pois é o único lugar onde estaria a salvo e intocável.

~ A salvo de quem? E desde quando você se importa com a minha segurança Lexa? Depois que me deixou para morrer com meu povo em Mount Weather você quer que eu acredite nessas palavras?

~ Você se virou bem em Mount Weather sem mim... - Assim que essas palavras saíram da boca dela eu puxei a adaga incrédula e a encurralei com a adaga em seu pescoço, pronta para tomar a atitude que mudaria toda a minha vida.

Segurei a adaga contra sua garganta por algum tempo tomando coragem para fazer, meus olhos fuzilavam os dela e meus pensamentos me matavam.

~ Desculpe... - Aquela palavra foi como um estopim para meus sentimentos.

Todos os sentimentos que senti por ela vieram a tona e imediatamente meus olhos encheram-se de lágrimas e minhas mãos perderam a força, fazendo com que eu largasse a adaga e me afastasse dela me virando de costas para ela.

Senti ela se aproximar de mim mas continuei imóvel sem ter nenhuma atitude. Quando ela colocou a mão em meu ombro meu choro se intensificou, foi então que ela me abraçou por trás, imagino que como uma forma de consolo por tudo o que fez. Seus braços passaram por debaixo dos meus envolvendo meus ombros, e sua cabeça se ajeitou em meu pescoço fazendo com que eu sentisse sua respiração em meu ombro direito, e de alguma forma eu sabia que ela estava de olhos fechados.

Preciso admitir, aquilo foi tão reconfortante que eu me esqueci porquê estava chorando e me virei roubando um beijo inesperado de seus lábios.

Ela retribuiu intensificando ainda mais o beijo. Senti tanta falta daqueles lábios e não compreendia o porquê, agora tenho certeza, "não quero, jamais, me afastar tanto desses lábios de novo...", pensei durante o beijo.

Minhas mãos foram para sua cintura e a puxaram com força contra mim para que ela nunca mais escapasse, uma lágrima de saudade e felicidade escorreu pelo meu rosto e ela levou a mão ao meu rosto enxugando minha lágrima, mas eu não parei de beijá-la. Sua outra mão foi ao meu cabelo massageando minha nuca enquanto a outra se encaixava em minha orelha e acariciava minha bochecha com o dedão.

De repente ela afastou o beijo, mas continuou na posição pois eu não quis soltá-la.

~ Senti tanta falta do seu beijo... - Falei unindo nossas testas e fechando os olhos.

~ Eu sei Clarke, eu também senti! - Me disse acariciando minha bochecha e depositando mais um beijo em meus lábios.