her boyfriend ❖ muke

37 - screaming doesn't solve anything, darling

gente olha que capa hétero eu fiz pra hb

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Michael esperava acordar com Luke deitado ao seu lado devolvendo seu abraço, mas não foi bem assim. Assim que o menino abriu os olhos na manhã seguinte, viu Luke de frente para o espelho de seu guarda-roupa terminando de se arrumar para o trabalho.

Clifford sorriu com a visão e se espreguiçou, logo pegando o travesseiro ao seu lado para abraçá-lo, sentindo o cheiro de Luke no tecido.

O loiro terminou de abotoar o blazer e olhou para o reflexo de Michael no espelho, dizendo: "Bom dia Michael."

"Bom dia Sr. Hemmings, tem muita coisa pra fazer hoje?"

"Sempre tenho." O homem se sentou na cama, virando-se para Michael. "Eu já estou indo para a empresa, baby, não posso me atrasar. Mas você pode continuar aqui se quiser, pelo menos até a Alice acordar."

"Espero que ela demore a acordar, então. Sua cama é tão confortável." O menino puxou o cobertor até a altura dos ombros e suspirou. "Eu poderia viver aqui."

"Eu queria poder viver aí com você, mas-"

"Você tem que trabalhar... Já entendi, o Sr. Hemmings é um homem muito ocupado e precisa trabalhar pra bancar tudo isso aqui." Michael completou a fala do homem, abrindo os braços ao dizer a última palavra. "Mas tudo bem, eu posso viver com isso."

Luke riu. "Para de fazer drama e vem aqui me dar um beijo de despedida."

"Eu, fazendo drama? De onde você tirou isso, Luke Hemmings?" O menino se sentou prontamente e Luke aproveitou para puxá-lo pelo braço e colar seus lábios. "Você é quem me-" Michael tentou continuar, mas o loiro não permitiu ao beijá-lo outra vez.

Luke queria aprofundar ainda mais o beijo, queria deitar naquela cama e continuar ali o dia inteiro, mas teve que se afastar e se levantar, indo até a porta e deixando Michael sentado na cama em meio aos lençóis, o olhando de uma forma que quase o fez voltar para lá.

Quando Luke estava prestes a fechar a porta novamente escutou a voz do menino o chamando. Michael estava de pé com o celular do loiro em uma das mãos, enquanto a outra segurava o lençol que o cobria.

"Você quase se esqueceu do seu celular, assim eu não poderia falar com você durante o dia." O garoto o entregou o aparelho e Hemmings não resistiu, o puxou pela cintura e iniciou mais um beijo.

Michael sorriu contra os lábios do outro e envolveu os braços em seu pescoço, soltando o lençol que o cobria e deixando-o cair.

Luke não queria mesmo sair dali.

"Pai, o senhor viu o-" De repente a voz de Alice foi escutada, ficando mais alta como se ela estivesse se aproximando enquanto falava. Michael e Luke se afastaram imediatamente para olhar a garota parada em frente ao quarto e um silêncio se instalou por poucos segundos.

Ele foi rapidamente quebrado por um grito estridente de Alice.

Como se tudo estivesse acontecendo dramaticamente em câmera lenta, a menina levou as mãos à boca e arregalou os olhos, o rosto de Luke formou uma expressão que seria hilária se o momento não fosse tão grave, e Michael desajeitadamente tentou pegar o lençol do chão para tentar se cobrir.

Desesperador era uma boa palavra para descrever aquele momento.

"M-Mas o que..." Alice começou a falar, seus pensamentos estavam tão confusos quanto... Ela nem conseguia pensar em uma comparação. "Isso n-não pode estar... Ai meu Deus..."

A menina parecia estar completamente perdida. Levou suas mãos aos cabelos e encarou o chão por um tempo enquanto o homem e o garoto em sua frente permaneciam sem reação.

Alice não suportou ficar ali, logo estava correndo de volta para o seu quarto.

Michael e Luke trocaram olhares e disseram em uníssono: "Eu vou atrás dela."

"Não! Eu sou o namorado dela, ela vai me escutar." Michael protestou.

"Eu sou o pai dela." E com isso Luke correu atrás da menina.

Ele tinha um argumento melhor do que o de Clifford.

Luke deu de cara com a porta do quarto da filha, ela havia a trancado, o que não era surpresa alguma. O loiro começou a bater enquanto dizia alto:

"Filha, abre essa porta, por favor! Eu tenho como explicar, Alice! Por favor!"

Enquanto se afastava da porta e pensava seriamente na possibilidade de arrombá-la a empurrando com a força de seu corpo, Luke quase deu um tapa em sua própria testa ao se lembrar de que todas as portas daquela casa tinham chaves extras.

O homem desceu as escadas correndo e não respondeu aos empregados o motivo de toda a gritaria, apenas pegou a chave extra do quarto de Alice e voltou depressa para o andar de cima, encontrando Michael (já vestido) batendo na porta.

"Ela disse alguma coisa?" Perguntou o loiro.

"Ela me mandou ir tomar no-"

"Tudo bem." Luke o interrompeu e finalmente abriu a porta, não tendo sinal de sua filha ao adentrar o quarto.

Seu nível de preocupação foi a mil quando pensou que talvez a menina pudesse ter fugido pela janela ou algo parecido, mas quando escutou choramingos vindo do guarda-roupas no canto do cômodo, uma onda de alívio passou por ele.

Mas ela logo foi embora quando Luke se lembrou do motivo de tudo aquilo estar acontecendo.

"Ela está dentro do guarda-roupa?" Michael perguntou, arqueando uma das sobrancelhas.

"Já aconteceu quando eu matei o hamster dela sem querer." Luke respondeu e logo a menina começou a chorar um pouco mais alto.

Luke abriu a última porta do guarda-roupas de modo cuidadoso e assim que avistou sua filha sentada em meio às roupas, foi recebido com uma calça jeans no rosto.

O loiro jogou a calça na cama e se ajoelhou no chão, levando sua mão ao ombro da filha que permanecia encolhida no escuro. "Meu amor, saia daí pra que a gente possa conversar."

"Eu não quero conversar."

"Alice, por favor..." Michael tentou.

Bastou a menina escutar a voz do namorado para erguer a cabeça e gritar: "Vai se foder!"

"Alice!" Luke a repreendeu e se virou para Michael. "Saia daqui, Michael, deixe que eu me resolva com a minha filha."

"Mas eu-"

"Saia, por favor."

O olhar pedinte do homem o convenceu. Clifford suspirou e saiu do quarto.

"Quero que você vá pra casa, Michael, depois nos resolvemos." Pediu Luke.

Michael ia protestar, mas sabia que não venceria de qualquer maneira. Desceu as escadas e rapidamente rezou para que tudo desse certo antes de sair da casa, fazendo o som da porta batendo parecer alto no meio do silêncio que se instalava na residência.