her boyfriend ❖ muke

9 - no feelings

Michael não estava suportando mais ter a imagem de Luke ocupando sua mente durante o dia inteiro. 

Qualquer um que soubesse que o garoto passara todo aquele tempo em que olhava para o nada pensando em seu sogro o chamaria de louco, afinal, quem em sã consciência sonhava acordado com o pai de sua namorada?

Mas Luke não era qualquer sogro, ele era simplesmente Luke Hemmings, jovem, bem sucedido, bonito... realmente, muito bonito. Ele não era como os garotos que Michael costumava ficar, imaturos e geralmente seu um mínimo de fiapo de barba no rosto. Ele já era um homem formado e sério. Michael adorava aquilo.

De repente o garoto se lembrou da vergonha que passou ao deixar que Luke o visse quando ele estava observando-o depois do banho. Deu uma leve risada ao imaginar a expressão de pânico que devia ter feito e não desfez o sorriso quando se lembrou do loiro ali naquele grande quarto com algumas gotas d'água de seu cabelo molhado caindo em sua pele enquanto apenas uma toalha enrolada na cintura o cobria.

Caramba, que visão.

"Tá sorrindo assim por quê? Pensando na Alice ou no tio dela?" Escutou a voz de Calum e saiu de seus devaneios, olhando para o garoto sentado na cadeira em sua frente.

"Tio da Alice?" Michael franziu as sobrancelhas, tentando se lembrar. "Ah, o Ashton... Claro que não."

"Pensando na Alice então? Pra estar com um sorriso apaixonado assim... Só pode ser sua namorada, ou você já se apaixonou por outra pessoa?"

"Claro que não, eu sou só apaixonado pela minha namorada. Mas... é que ontem eu..." Suspirou, pensando se realmente diria aquilo a Calum. "É que ontem eu estava na casa da Alice e quando eu estava indo pro quarto dela escutei alguém cantando, e esse alguém era o pai dela."

"E daí?"

"Deixa eu terminar. A porta do quarto dele estava meio aberta então como eu sou curioso eu fui olhar, né? Só que eu não sabia que o Luke tinha acabado de sair do banho."

"Você viu ele pelado?" Hood perguntou tão alto que algumas pessoas que estavam em sua fileira e na ao lado escutaram, se virando para olhá-lo, mas ele nem se quer notou e apenas continuou encarando o amigo com expectativa.

"Não!" Michael riu baixo. "Ele estava de toalha e estava cantando uma música do fucking Arctic Monkeys enquanto colocava o terno em cima cama, tipo, porra! Porra cara, eu não deveria..." Ele começou a sussurrar para que ninguém além de Calum pudesse escutar seu segredo: "Eu não deveria achar meu sogro gostoso, mas ele não ajuda!"

"Caramba." O moreno arqueou as sobrancelhas e ficou em silêncio por um tempo, ele realmente não sabia o que dizer.

"Não vai dizer nada?"

"Você tá fodido."

"Eu sei." Michael passou a mão pelos cabelos azuis. "Mas é só atração física, não é? Eu não tenho nenhum sentimento por ele."

"Ainda."

"Cala essa boca, eu não posso gostar dele, Calum, ele é meu sogro."

Calum riu. "Relaxa, você só acha ele bonito. Quem não acha ele bonito? Até os héteros acham Luke Hemmings bonito."

"Realmente." Michael deu um sorriso de lado e, por mais bobas que parecessem, as palavras de seu amigo o ajudaram a se acalmar.

Michael não estava realmente apaixonado por seu sogro, ele só o achava atraente. E ele esperava que aquilo não fosse algo tão ruim quanto parecia.

-

No final da aula Michael acabou resolvendo que faria uma pequena visita a sua mãe no trabalho.

Ele chegou a empresa e depois de escutar os sermões de Karen por ele não tê-la avisado previamente que apareceria por ali, se sentou na mesa da mãe e pegou o celular do bolso para passar o tempo "revirando" seus aplicativos até achar algum que prestasse.

Enquanto isso na sala do diretor, Luke conversava com Iris, uma funcionária da empresa.

"E então, o senhor conseguiu outra secretária depois de demitir a coitada da Kate?" A mulher que usava um vestido vermelho extremamente justo e curto perguntou, não se dando conta de que o homem queria que ela saísse há alguns minutos.

"Sim, já faz um tempo que a Karen é a minha nova secretária. Você nunca a viu?"

"Provavelmente sim." Ela deu de ombros e se debruçou sobre a mesa de Luke, fazendo questão de mostrar o decote. "Mas sabe, eu poderia largar o meu cargo pra me tornar sua nova secretária." Ela riu.

"Muito obrigado, Iris, mas eu estou satisfeito com a Karen." O loiro tentou sorrir e começou a mexer numa pilha de papéis que estava em sua mesa. "Agora, se puder me dar licença... Eu estou bem ocupado."

A mulher revirou os olhos e foi até a porta rebolando de uma modo realmente forçado, o que não adiantou já que Hemmings mantinha seus olhos nos documentos que segurava.

Luke bufou ao se lembrar que tinha que dizer algo para a mulher, por isso largou os papéis e foi até a porta para chamá-la, mas logo sua atenção fora desviada para os cabelos azuis que pareciam de destacar em meio as outras pessoas ali. Ele foi até a mesa de Karen e Michael prontamente se levantou, guardando o celular no bolso.

"Oi Michael." O garoto respondeu apenas com um aceno com a cabeça. "Você pode vir ao meu escritório, por favor?"

O coração de Michael falhou uma batida. O que ele havia feito daquela vez?

Apesar do medo e nervosismo, Clifford seguiu Luke até seu escritório e sentou-se na cadeira na frente da mesa do loiro, que continuou de pé atrás da mesma.

"Eu não sei se deveria dizer isso a Alice primeiro, mas como recebi o convite hoje e como você já está aqui... Um sócio da nossa empresa vai fazer uma festa nesse final de semana e ele me chamou para ir com a minha família... E bom, como somos só eu e a Alice, e como você e ela estão num relacionamento eu achei que seria bom se você fosse também. Você sabe, para fazer companhia a ela."

Michael não disse nada, apenas continuou olhando para o sogro.

"E então... Você aceita ir?" Luke perguntou.

"Claro que sim Sr. Hemmings, vai ser uma honra."

"Ótimo." Luke se permitiu sorrir. "Mas não se esqueça, trajes formais, ok? Nada de..." Ele olhou o garoto dos coturnos até a jaqueta de couro, pausando para depois voltar a encará-lo nos olhos. "Entendeu?"

"Sim senhor." Michael assentiu e se levantou, e quando se virou para ir até a porta, sorriu abertamente.

Saiu do escritório e disse um simples "já volto" para sua mãe quando passara por ela para ir ao elevador, logo chegando no térreo e saindo do prédio para pegar um maço de cigarros. Calum havia o trago para o vício e ele sabia que não era certo, mas precisava relaxar naquele momento.

Com o isqueiro que trouxe no outro bolso, acendeu o cigarro e o tragou pensando o que seria daquela festa. Seria obrigado a usar roupa social, veria sua namorada mais bonita do que nunca num traje de gala e ainda passaria toda uma noite ao lado de seu sogro, se controlando para não puxá-lo pela gravata e obrigá-lo realizar todos os seus fetiches.

Mal podia esperar.