20 de Julho de 2014 às 9h16. Harper's Paris, França.
A utilidade dos óculos escuros era deixa-la ainda mais misteriosa, atraente ou ameaçadora? Se fosse, Ethan teria que admitir que cumpria os propósitos. Sabia que ela estaria ali justamente naquele horário e era por isso que ele e outros dois homens vestidos informalmente entraram no pequeno e aconchegante café parisiense.
Como a dama que era, Bloody se levantou assim que os viu e apontou para as cadeiras, pedindo por gentileza que os três se sentassem diante dela. Não faria de conta que não conhecia os outros dois que acompanhavam Ethan. Eram por demais conhecidos na esfera do crime para falsas apresentações.
Mike Bearwood e Jack McCane eram famosos. O primeiro, moreno, cheio de tatuagens e ar intimidador era o melhor planejador que já havia sido visto. Ele era capaz de desenhar mapas e bolar estratégias que eram praticamente infalíveis, com ele Jack McCane se tornava ainda mais perigoso, ou poderoso, já que em seu caso as duas palavras tinham a mesma semântica. O loiro era habilidoso em invadir locais. Independente da segurança que haveria nele. Sempre poderia se contar com Jack McCane incluso quando havia um relato da Interpol de que uma segurança considerada até então inviolável, havia sido penetrada.
Aqueles caras eram realmente os melhores no crime e por estar no mesmo squad que eles, Bloody se sentia imensamente orgulhosa. Talvez fosse melhor do que a sua modéstia lhe permitisse admitir.
- Precisamos ir até o banco, chegar perto o suficiente do cofre para que assim possamos redesenhar a rota e deixar tudo esquematizado para a entrada no dia da ação real. – ele não havia se contido, pedido um café ou qualquer outra coisa. Mike não estava na cidade luz à passeio, tinha uma missão e a cumpriria. Precisava do dinheiro e não havia conquistado para si uma reputação tão boa se divertindo em horário de trabalho.
- Isso não será problema. Oferecerão um baile em comemoração á Bastilha amanhã. Eu e Bloody iremos e faremos o possível para abrir o caminho para que você possa memorizar e mais tarde redesenhar.
Mike assentiu e continuou apoiado, displicentemente, em sua cadeira, recusando fazer qualquer pedido quando o simpático atendente veio até eles. Por sua vez, fazendo jus à fama que o precedia juntamente com a de um exímio arrombador, Jack fez um pedido que incluía pelo menos quatro tipos diferentes de tortas e ainda alguns croissants.
- Como assim iremos ao Baile da Bastilha?
A pergunta havia sido feita diretamente à Ethan que naquele momento mexia o seu chá, pacientemente, com toda a sua classe inglesa, fazendo com que se parecesse com um elegante príncipe e não como o perigoso assaltante que era.
- Foi o que eu disse, não?
- Não quero ser sua acompanhante. – ela estava tão ácida quanto ele e Ethan sorriu ao ver que ela espelhava a sua expressão. Uma das sobrancelhas erguidas sarcasticamente.
- Não foi um pedido, Bloody. Você está no meu squad e receberá por isso. A sua ida como minha acompanhante ao baile é estritamente necessária ao plano. Não sabemos os riscos que Bearwood corre ao entrar no CDC, por isso precisaremos de alguém que possa lhe oferecer cobertura sem levantar suspeitas. Por isso pare de ser egocêntrica e acreditar que o mundo gira ao redor do seu umbigo porque, do contrário, me verei obrigado a lhe provar que não é bem assim.
Os olhos de Bloody ficaram escuros no mesmo segundo. Ela não podia acreditar que Ethan havia falado daquela maneira consigo. Ainda que em voz baixa, impedindo os outros dois de escutar a sua reprimenda, ele havia lhe tratado como se tudo o que tinham vivido não fosse nada. E Bloody não poderia nem ao menos reclamar. Havia pedido que fosse assim. Porém, sempre lidara com Ethan Wyatt sendo insistente e muito raramente levando qualquer pedido em consideração.
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Versus
RomanceDurante muito tempo Mia Petrovich chorou a morte de seu noivo Ethan Wyatt. Porém, seguindo o credo de que chorar não resolvia nada, Mia pintou os cabelos, aprendeu a atirar e assumiu a persona de Bloody, a melhor assassina dos Estados Unidos, sem...