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Mannu

Depois que comemos, minha mãe ficou lavando a louça com Alice no maior papo, pareciam ser amigas de infância, enquanto eu só observava.

Se nós somos ricas e não temos empregada?

Sim, E daí...? A última foi depois que o papai morreu, ela tentou entrar no meu quarto e eu expussei-la ameaçando tocar fogo nela, foi engraçado, de lá pra cá, nem eu nem minha mãe fize-mos questão de ter outra.

Não tou gostando muito da amizade de mamãe com essa patricinha mitida, deve ser porque eu sei que entre eu e ela, minha mãe preferia mil vezes ela como filha. Elas são bem parecidas no modo de se vestir, se comportar, preferem as mesmas coisas, sabem falar de moda, resumindo "duas frescas", que mamãe nem sonhe que estou com esses pensamentos. Amém!

Alice

Estou adorando a mãe de Mannu, ela é super legal... Depois do almoço fui ajuda-la a lavar a louça, ficamos falando um monte de coisas legais, enquanto a filha não pegou nem uma colher pra ajudar, ficou lá o tempo todo só olhando a gente trabalhar.

-Alice querida, adorei você ter vindo, volte sempre que quiser. -Clarisse se preparava pra sair. -Tou indo para impresa ta bom meninas, se cuidem.

-Muito obrigada por me receber novamente Clarisse e adorei a comida, fazia tempo que não comia bem como nesses dois dias. Eu não sei cozinhar direito.

-Hô querida, venha sempre... Eu e Mannu adoramos sua presença.

-Eu? Fale só por si mamãe.- Mannu resmungava.

-Tchau meninas. Tou indo. Não tente queima-la se ela quiser entrar no seu quarto novamente, ta bom filha? -Clarisse novamente soltava um daqueles sorrisos perfeitos e sai.

Mannu

Poxa, lá no fundo minha mãe tinha algo parecido a mim. Conseguiu deixar a patricinha metida com medo.

-Que história é essa de não me queimar se eu tentar entrar no seu quarto?. -Alice perguntava com um cara de "você já fez isso com alguem?", pela primeira vez em muitos anos me deu vontade de rir, mas eu já não sabia fazer isso mais então mantive a expressão séria.

-Acho que ela lembrou que eu tentei tacar fogo numa menina que trabalhava aqui antigamente.

-Porquê?

-Por que ela tentou entrar no meu quarto, só que eu cheguei na hora. Diferente de ontem, eu tava com um esquero na mão e ela tava limpando as coisas com álcool um pouco antes.

-Nossa que história. Você não faria isso comigo, faria?

-Faria sim, tenta entrar lá de novo pra você ver.

-Não, deixa pra lá. Cadê seu cachorro? Ainda não vi ele. Desde ontem só entro aqui com medo.

-Ontem ele tava no meu quarto. Se você tivesse entrado lá você iria vê-lo. Só que você não iria sair de lá viva.

-Ele é bravo assim?

-olha pra mim, patricinha. Tenho cara de quem tem um cachorro normal? Meu Jack é uma fera.

-Por isso que eu tenho medo dele, mesmo sem nunca ter visto. Dizem que o cachorro parece com o dono... Se for verdade essa história...

-Cuidado... Se por um acaso você vê-lo por ai o chame por Jack e fale em mim... Isso fará com que ele saiba que te conheço e se você tiver sorte ele não te atacará.

-Tá certo.

-Agora vamos pra biblioteca. O trabalho ainda está lá.

-A claro... Vamos. -Ela subiu um pouco a minha frente, já sabia o caminho, mantive uma certa distância .

Ela deu uma olhada nos papéis, e na maquete de sabão que fizemos. Sim, nosso trabalho era construir um prédio feito de sabão em barra e fazer um relatório sobre.

-Tá tudo okey, mestre de obra?

-Não é pra me gabar, mas fiz uma otima construção.

-Só você, patricinha?

-Você me ajudou um pouco. Agora vou embora. Não esquece de levar amanhã, tá certo?

-Não esqueceria. Você não quer ficar mais um pouco?

-Eu? O que eu faria aqui?

-Sei lá. Você vai passar a tarde só mesmo, passa aqui.

-Hum, deixa eu te sugerir pra me convidar para assistir um filme... Eu aceitaria.

-Okey. Eu te convido... Você se comportou direitinho hoje.

-Nossa, quem diria.

-O que?

-Você conversando comigo e ainda me convidando pra assistir.

-Quer que eu desconvide?

-Não, vamos descer.

-Vou passar no meu quarto. Vou pegar alguns DVD's.

Ei, Eu Te Amo!Onde histórias criam vida. Descubra agora