Teoria e Terapia

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Oii voltei.. 

Então, como eu disse, tá no fim da fic já. Mais uns 5 ou 6 capítulos e isso acaba.. 

Espero que gostem e perdoem qualquer erro. 

ENJOY! 

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Um minuto de silêncio.

Mantenha a calma, ninguém morreu.

É só que silêncio melhora o raciocínio, mas é algo terrivelmente complicado de ser interpretado. Lauren estava calada e Camila esperando pacientemente tentando fazer com que sua imaginação parasse de tentar adivinhar o que seria tentando também somente ouvir o silêncio.

Em uma definição um tanto quanto laica, o silêncio é a ausência absoluta ou parcial de sons audíveis. Por analogia, essa palavra também se refere a qualquer omissão de comunicação, ainda que por meios diferentes da fala. Silenciar é uma verdadeira afronta para uma sociedade movida pelo barulho. Buzinas, motores, computadores, música, obras, celulares, televisão, vozes... Todos esses ruídos são aliados do dia a dia e, na falta deles, é comum sentir uma espécie de desamparo. Como se você, naquele exato momento, não estivesse fazendo parte do mundo real.

Quem sai das grandes áreas urbanas e segue em direção ao litoral ou ao campo, só troca os barulhos típicos de um lugar pelos de outro, levando à conclusão de que não existe silêncio total. Por isso que a mente de Lauren estava barulhenta. Talvez ela estivesse escolhendo demais as palavras e isso estava deixando Camila inquieta. Se Lauren não tivesse com os olhos abertos, a latina começaria a desconfiar que ela houvesse adormecido.

- Jauregui... (Camila quebra o mutismo tirando a morena daquela outra dimensão em que ela já se encontrava.) - Só abre a boca e fala, ok? (A morena balança a cabeça em concordância. Alguns segundos depois ela limpa a garganta dando o sinal de que vai começar a falar.)

- Eu venho pensando bastante sobre meu íntimo. (Fez uma pausa longa, mas a latina esperou ela voltar a falar.) - Sobre quem eu estou me tornando. Ou quem eu sou e não sabia. (Respira fundo.) - Eu não sei ao certo como te dizer, como definir o que é. É uma mistura de dúvida, curiosidade, excitação, expectativa, medo... (Fez mais uma pausa cruzando os seus dedos entre si em cima de seu abdômen.) - Você será sincera comigo se eu te perguntar algo de muita importância para mim?

- Não tenha dúvidas. (Camila falou quase que imediatamente. Lauren balançou a cabeça demonstrando que entendeu.)

- Eu sou gay? (Olhou para a latina que levantou as sobrancelhas em surpresa, mas não esboçou outra reação além dessa, só olhou para os olhos verdes em expectativa da mulher ao seu lado.)

- Eu não posso responder isso por você. (Diz claramente observando a expressão frustrada da morena.) - Você acha que é? (Devolveu a pergunta deixando Lauren pensativa mordendo o lábio inferior.)

- Eu não sei. (Soltou o ar pela boca.) - Talvez eu seja e talvez não. (Voltou a olhar para o teto.)

- Você não está me perguntando isso só porque fazemos sexo. (Ri pelo nariz.) - Está estampado na sua cara que tem algo a mais que mexe com você. (Lauren hesita, mas confirma o que ela acabara de ouvir com um movimento de cabeça.)

- Tem algo estranho acontecendo. (Afirma com o cenho franzido e Camila vira-se de lado e se escora com o cotovelo na cama.) - Sabe o Allan? O que estava no Pub conosco?

- Sim. O que tem ele? (Pergunta interessada.)

- Eu o conheci há pouco tempo, logo depois que você esteve aqui e voltou para Miami. Foi em um show de sei lá quem que eu fui só para me distrair um pouco. (Começa a explicar ainda olhando para o teto.) - Nós bebemos e nos divertimos conversando e dançando. Então ele me beijou e nós trocamos alguns amassos em algum lugar escondido. (A latina sente-se surpresa novamente sorrindo discretamente.) - Mas nós não chegamos a transar, pois um casal bêbado e desequilibrado invadiu o local onde estávamos aos tombos. (Ouve a latina ri pelo nariz.) - Mas não foi só por isso. (Limpou a garganta e olhou seus dedos entrelaçados.) - Depois que o casal saiu, ele queria terminar o que havíamos começado. Mas eu não estava mais com vontade de fazer nada antes mesmo do casal chegar. (Camila escuta atentamente.) - Eu estava me forçando a querer aquilo. Mas eu não queria. Então eu fui para casa com a promessa de que sairíamos outra vez. (Novamente soltou o ar pela boca.) - Saímos novamente, quando ele me ligou naquele dia que a Karla estava no hospital. (Camila olhou pra o nada durante alguns instantes para poder lembrar.) - E tudo se repetiu. Eu tive vontade de beijá-lo na hora, o beijei, mais amassos dentro do carro dele enquanto eu travava uma batalha interna mentindo para mim mesma que eu queria, sim, fazer aquilo. (Camila balança a cabeça em compreensão.) - Mas nada aconteceu novamente. Para a frustração dele e minha vergonha. Fiquei com medo que ele pensasse que eu estava brincando com ele de algum modo ou fazendo um jogo duro que já estaria passando dos limites. Só que ele reagiu de maneira contrária, foi gentil, cavalheiro e muito compreensivo quando eu inventei uma desculpa qualquer que já nem lembro mais. (Passou as mãos pelos cabelos, retirando alguns fios de seu rosto.) - Não tentei mais com ninguém por medo de que aconteça de novo. Ou melhor falando, não aconteça. (Aperta suas mãos nas laterais do rosto.) - Por que eu não consegui? Eu não gosto mais de homens, é isso? (Esperou a reposta em expectativa.)

The Twin SisterOnde histórias criam vida. Descubra agora