Eu já andei nas estrelas, o problema é que o espaço não me permitia respirar, nisso fui morrendo aos poucos.
O universo queria me afogar... eu estava inconsciente, prestes a não ter mais vida; Quando acordei desesperada em minha cama descoberta e meu cobertor lilás com pequenas margaridas brancas estava no chão.
Embora fosse apenas um sonho eu resolvi me levantar. Saí da minha cama, coloquei em meus pés gelados um par meias e calcei uma bota preta de couro de cano curto. Resolvi colocar um sobretudo marrom e abotoei por cima do meu belo pijama de "coroas" cor de rosa, presente de papai.
Antes de sair do meu quarto escuro, peguei meu celular que estava em cima do criado mudo ao lado esquerdo da minha cama de casal. Olhei atentamente às horas e eram 02h00min da manhã.
Saí de casa e estava uma noite gelada, o céu estava com uma forte neblina que não me permitia observar as estrelas, a lua também havia se escondido, dando apenas a possibilidade de vermos seus raios e seu formato totalmente redondo, mostrando que era noite de Lua Cheia.
Meus pensamentos me dominavam, me lembrei da época na qual eu era criança e que meu pai me contava belas histórias para que eu pegasse no sono, só que isso não acontece mais... afinal, há um ano ele faleceu por conta do câncer que chegou a seu coração! É imensa a falta que papai me faz; Mamãe morreu assim que nasci, ela sentiu muitas dores no parto e infelizmente não resistiu. Até hoje me sinto culpada
por sua morte. Não tive irmãos por minha culpa, já que logo que vim ao mundo minha mãe foi embora.Papai se negou a achar outra mulher para se casar e eu cuidei dele até seu último dia, assim como ele fez comigo.
Sem perceber comecei a chorar em uma calçada em frente a grande padaria da cidade que estava fechada e chorei por tudo; por ter deixado papai partir, por minha mãe que morreu ao me dar a vida e também por morar longe de todos, tanto da família por parte de papai quanto por de mamãe.
O que me tirou dos pensamentos foi quando eu me levantei e andando tropecei e alguém me segurou pela cintura e por livre e espontânea vontade, ao me erguer eu lhe beijei sem ao menos pensar no que fiz. Envergonhada e com minha face (que sempre foi branca como a neve) inteira vermelha, eu pensei em acabar com aquilo, que na verdade nem havia começado, estranho que o rapaz continuou o beijo.
- Eu...por acaso...lhe dei esse direito? - Eu disse com meu rosto da cor de um tomate bem maduro e pausadamente. Ele era um homem jovem aparentando ter minha idade... pele morena, cabelos castanhos e olhos negros, características que me lembrava alguém... Só não me lembro quem. – Ham... Desculpe-me...
- Moça, moça... – Gritava o jovem conforme eu me afastava.
Foi tudo o que pude ouvir, já que sai correndo desesperadamente.
VOCÊ ESTÁ LENDO
E sem Querer... Tropecei Nas Estrelas
RomanceUm Romance que conquistará os leitores. Jessie e Cristopher se separam ainda na adolescência, agora lutam para que o amor permaneça. Com apenas 15 anos, Cristopher depois de muito esforço ganha uma bolsa para estudar Medicina fora do Brasil. Ele pro...