3º Capítulo

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Alguns dias já se passaram... para ser mais exata, se foram 4 dias. Todos estes meu celular não parou de tocar e eu sei muito bem quem está a minha procura. Por um acaso, é a mesma pessoa que beijei em uma madrugada.

Não posso dizer que é a mesma pessoa que tive um relacionamento amoroso á um tempo atrás por que, aquele garoto, no qual me relacionei, ele sabia a definição de amor, sabia ler meu olhar, estampar um sorriso no meu rosto e entender meus gestos mais incompreensíveis, ele era meu príncipe sem castelo, e eu, sua princesa.

Saindo de casa, me deparo com minha "ex sogra". Não era raro eu ter encontros com ela, normalmente eu a vejo nas ruas, indo para o mercado local, ou na farmácia; ela sempre foi uma mulher bem disposta, nunca gostou de ficar dentro de casa, portanto, não é difícil encontrá-la fazendo caminhadas ou em cafés com amigas.

Ela para e me olha fixamente, solta um ar de pena e enfim, dirige a palavra à mim.

- Olá, Coban. - Ela sempre me chama por meu sobrenome, por isso não estranhei. Às vezes acho que um dos principais motivos é porque ela é daquelas "peruas" que se casaram com um velho rico e herdou toda herança, sabe? Das que se acham superior às outras. Ela sempre andou com muita elegância, é uma pessoa que põe a formalidade na frente de tudo. Mesmo assim, ela sempre apoiou minha união com seu filho.

- Bom dia Senhora Judite, como vai? - Lhe disse como resposta.

- Forbes... - Me falou ela, como se estivesse me corrigindo.

- Forbes? - Perguntei.

- Assim como te chamei pelo seu sobrenome, você deve fazer o mesmo comigo, é mais elegante.

- Ah, claro... Perdão. - Respirei fundo procurando minha paciência e me corrigi. - Como vai, senhora Forbes? (Provavelmente Forbes era o sobrenome do seu falescido marido).

- Vou bem, obrigada. Teria alguns minutos para mim ??? – Ela me perguntou, como se resposta "sim" fosse óbvia.

- Ah... claro... Algum assunto importante? - Perguntei, meio surpresa.

- Depende do seu ponto de vista.

Passou por mim um frio na barriga, porém, quis me mostrar bem intelectual com minha resposta.

- Com certeza meu ponto de vista será bem semelhante ao seu, Dona Judite!

- Forbes...

- Oh sim, Senhora Forbes... (Para ser sincera, não consigo manter a seriedade falando "Forbes", é engraçado...)

- Coban... Coban... Venha, vamos na padaria, podemos tomar um suco e conversamos. – Ela me disse já andando em direção ao seu carro cor-de-rosa.

- Claro, com sua licença – Disse prestes á entrar em seu carro.

(...)

Chegando na padaria (que por coincidência é a mesma que fiquei em frente quando beijei Cristopher) sentamos numa mesa perto da janela. Pedi um suco de laranja e um croissant de presunto e queijo, já a senhora "Forbes" fez seu pedido tradicional, um capuccino.

- Coban... Você mudou muito desde que se separou de meu filho. – Ela comentou, iniciando o assunto. – Ele quebrou teu coração?

- Bom... é... – Comecei a dizer, porém ela me interrompeu.

- Foi uma pergunta retórica... – Um tom de voz arrogante saiu.

- Me desculpe... – pedi envergonhada.

- Além de tudo ainda ficou mais lesada. Da última vez que conversamos eu admirei uma adolescente com um grande nível de inteligência...

- Obrigada. – Agradeci interrompendo-a.

- Não me deixou terminar... – Apenas a olhei, com uma cara de "cachorrinho abandonado", daquelas que se faz quando estamos arrependidos. – Você era inteligente para uma adolescente. Realmente me iludiu... você tinha de tudo para ter um futuro brilhante, pena que sua inteligência não evoluiu.

- Foi para isso, que me chamou até aqui? Para falar se sou inteligente? Agradeço muito por ter tirado uma parte do seu dia muito ocupado para falar sobre mim. Estou me sentindo muito importante agora. Vossa Excelência dirigiu palavras á mim?! Oh, como sou grata aos céus!!! – Respondi, "explodindo" de raiva.

- Não estou falando disso. Você é burra, não entende que tudo que Cris fez foi para ajudar vocês??

- Ajudar? Ajudar? – Ri sarcasticamente - Não não, a senhora está confundindo as coisas. Eu sou a burra, não é mesmo? Pois agora a burra está te dizendo que você está errada sobre seu conceito em "ajudar". Pega um dicionário e vai ler. Se eu sou burra você é o que??

-Jes...

- Jessie nada. Não quero ouvir meu nome saindo da sua boca. E se me dá licença, a "Burra" tem mais o que fazer ao ter que conversar com mamãe de um assassino... – Me arrependi de ter gritado isso...

Me levantei da cadeira imediatamente, paguei a conta e peguei o primeiro táxi que passou.


E sem Querer... Tropecei Nas EstrelasOnde histórias criam vida. Descubra agora